Poucos
sabem dessa curiosidade, mas o dia 30 de março, data de aniversário do pintor
Van Gogh, diagnosticado, após a morte, com bipolaridade, entrou para o
calendário da saúde como o Dia Mundial da conscientização do Transtorno
Bipolar.
Um
transtorno que se caracteriza por mudanças bruscas e repentinas do humor,
alterando e afetando a energia e até os relacionamentos interpessoais,
dificultando a interação social.
Em
questões de segundos, a pessoa passa de uma extrema alegria e felicidade, para
um exagerado mau humor e até agressividade. Nesta cadeia podemos classificar
ainda, manifestações como os tiques, as manias e os toques que, acompanham este
distúrbio.
O
indivíduo acometido pelo transtorno tende a vibrar de forma muito rápida da
depressão para euforia e vice-versa, demonstrando também que a frequência e
duração dos episódios são variáveis e relativos.
Apesar
da fragilidade na identificação do diagnóstico, pois existe uma associação
muito forte com a depressão e com o perfil do maníaco também, o distúrbio pelos
sinais intensos, também pode confundir na sua classificação, com doenças como a
esquizofrenia, depressão severa, transtornos de ansiedade exagerada e até
síndrome do pânico.
Na
verdade, é importante destacar que não existe uma causa aparente determinada.
Mas como estudos levam a crer em alterações genéticas no cérebro, entende-se
que seja esse o ponto de partida para o desenvolvimento da doença.
Porém,
se não for controlada a crise pode aumentar sua intensidade, aumentar sua
frequência, diminuindo os espaços de atuação entre uma e outra, além de levarem
o indivíduo a atentar contra sua vida ou até mesmo, de forma incontrolável,
atacar as pessoas que estão mais próximas a ele.
Também
evidenciamos episódios de alucinações e delírios intensos em que a pessoa entra
em um processo de transe momentâneo.
Portanto,
podemos afirmar que, temos vários testes psicológicos e clínicos que podem
detectar a manifestação do transtorno bipolar. Tudo associado a uma
investigação profunda do histórico comportamental e também familiar deste
paciente.
Infelizmente,
por ser muito subjetivo este diagnóstico não é fácil ser concluído. Pois, os
sintomas também se confundem com outras comorbidades.
Sabemos
que as crises vão variar conforme os tipos de transtornos. Podem ser mais
severas ou mais brandas, mais duradouras ou mais breves. Agressividade,
passividade exagerada, reclusão, tristeza profunda, estado deprimido, fobia e
outros processos demonstram que um paciente está em crise.
A
crise nada mais é do que destoar do que é o comportamento normal do indivíduo.
Afinal, todo mundo tem seus dias bons e ruins. Mas, para as pessoas que sofrem
de transtorno bipolar, essas variações de humor são um assunto muito
mais sério. São muito intensas e afetam o equilíbrio emocional de quem sofre,
alternando períodos de euforia e depressão.
Claro
que, cada pessoa vai reagir de uma forma em seu momento de crise. Mas, o mais
importante é estar atento aos sintomas e alterações de comportamento. Não
demorar para buscar ajuda profissional e acolher este indivíduo de forma a não
permitir que o transtorno se agrave e se associe a outros.
Dra. Andréa Ladislau
Psicanalista
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