Dentre alguns dos assuntos que unem Rússia e Brasil, o agronegócio está no centro da pauta e, mais especificamente, os fertilizantes. A agricultura brasileira é essencialmente dependente da importação de fertilizantes, uma vez que nossos solos, principalmente da região do Cerrado, são desprovidos de alguns dos principais nutrientes essenciais para a produção de alimentos.
A Rússia é um país de grande importância para o mercado de fertilizantes brasileiro, sendo responsável por aproximadamente 22% dos 41,1 milhões de toneladas de fertilizantes importados pelo Brasil em 2021. Já a representatividade russa no mercado mundial de fertilizantes demonstra sua importância: 2º produtor mundial de fertilizantes nitrogenados, 4º em fosfatados e 2º em potássicos.
Por
outro lado, o Brasil é reconhecido mundialmente como uma potência agrícola,
como grande produtor e exportador de alimentos, o que nos torna dependentes da
importação de fertilizantes para manter os altos patamares produtivos. Desta
forma, o tema fertilizante, conforme afirmava nosso saudoso Prof. Alfredo
Scheidt Lopes, deveria ser tratado como assunto de segurança nacional. Hoje, a
palavra do professor emérito de Lavras vai se revelando uma grande verdade.
Vale
lembrar que o agronegócio brasileiro foi responsável por 26,6% no Produto
Interno Bruto(PIB) do país, podendo subir para 28% em 2021, segundo projeções
da CNA e do Cepea. Entretanto, a crise na oferta de fertilizantes pode trazer
problemas para a economia brasileira, afetando a produção, o que pode provocar
o desabastecimento de alimentos e, como consequência, causar efeitos severos na
inflação.
O
cenário que se apresenta, mostra claramente que o uso de fertilizantes é o
caminho mais sensato para aumentar o rendimento das lavouras, isto é, produzir
mais alimentos por área. A FAO, organização voltada para alimentos e
agricultura das Nações Unidas, em relatório de 2007, indicou "que não
seremos capazes de alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050 sem o uso criterioso
de fertilizantes minerais".
Desta
forma, o Brasil faz seus esforços para manter o suprimento de fertilizantes
para que possamos manter a capacidade produtiva de nossos solos, produzindo
grãos, proteínas, fibras e energia. Com a tecnologia empregada em nossa
agricultura, o agronegócio brasileiro continua produzindo com eficiência e
sustentabilidade, assegurando não somente o abastecimento interno, mas
exportando para a demanda global de alimentos.
Valter Casarin - Coordenador Científicos da NPV
NPV -
Nutrientes para a Vida
https://www.nutrientesparaavida.org.br/
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