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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Corpo e mente precisam trabalhar juntos na reabilitação motora

Entenda como o Método Perfetti ajuda o paciente de AVC, Parkinson, ELA, entre outros, a ativar sensações e músculos  

 

Pode parecer inusitado, mas o nosso corpo tem memória. Isso mesmo! E as lembranças de nossas experiências motoras estão intimamente ligadas às sensações, o que representa uma grande riqueza quando surge a necessidade de reabilitação dos movimentos. É preciso ativar essas recordações.

“Pacientes que sofreram um AVC, por exemplo, podem ter perdas sensoriais significativas em determinadas partes do corpo e, com isso, não responder a estímulos táteis feitos pelo terapeuta. O mesmo pode ocorrer com quem sofreu outro tipo de lesão ou sofre de Parkinson ou Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), entre outros”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Szmidziuk, que tem mais de 30 anos de experiência em reabilitação motora.

É possível que eles não respondam por não reconhecerem aquelas sensações. Nesse caso, o terapeuta pode, por meio da linguagem, associar os estímulos a lembranças pessoais, como os pelos de seu cachorro ou o tapete de sua casa, por exemplo. Assim, há maiores chances de que a pessoa em tratamento reconheça as sensações e volte a apresentar sensibilidade na região do corpo que está sendo trabalhada.

O Método Perfetti, desenvolvido nos anos 1970 na Itália e crescente hoje no Brasil, auxilia tanto crianças quanto adultos que sofrem de maneira crônica ou aguda os efeitos de lesões neurológicas.

“Nosso corpo é um sistema que muda a cada dia a partir de nossas experiências, e os métodos de recuperação devem mudar também”, salienta a terapeuta. Pelo Método Perfetti, o paciente irá reaprender movimentos pela integração entre a mente e o corpo, pois o aspecto cognitivo está intimamente ligado ao funcionamento motor.

“A reabilitação neurocognitiva considera o corpo e a mente como entes inseparáveis e reconstrói essa relação por meio de exercícios. Por meio da linguagem, o paciente exprime sua realidade e o terapeuta o guia para redescobrir o próprio corpo – ele irá sentir como se mover melhor.”

É claro que cada caso deve ser analisado em suas particularidades, de forma a selecionar os estímulos mais adequados para cada lesão e capacidade de percepção.

 

 Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 31 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


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