Situação acometeu cantora de forró; especialista do Hospital Japonês Santa Cruz explica o problema
Após quadro de problemas renais se agravar, a cantora
Paulinha Abelha, integrante da banda de forró Calcinha Preta, não resistiu e
faleceu na quarta-feira (23). Ela deu entrada ao hospital em 11 de fevereiro e,
três dias depois, teve piora, sendo necessário transferi-la para a UTI e
iniciar processo de hemodiálise em decorrência de insuficiência renal. No
último dia 17, a artista entrou em coma.
O caso da cantora tem poucas informações disponíveis, mas o
nefrologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Diego Ennes, explica que a
insuficiência renal pode levar ao coma. “O problema consiste na perda súbita da
capacidade dos rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso
ocorre, os resíduos podem chegar a níveis tóxicos e alterar a composição química
do sangue, que pode ficar fora de equilíbrio. Pessoas que estão gravemente
doentes e necessitam de cuidados intensivos estão em maior risco de desenvolver
insuficiência renal aguda”, fala.
Entre os sintomas da insuficiência renal estão a diminuição
da produção de urina; retenção de líquidos, causando inchaço generalizado;
sonolência; falta de apetite, dificuldade para respirar; fadiga, confusão
mental; náuseas e vômitos. “Há casos em que não se apresentam sinais e o
problema é detectado através de exames de laboratório realizados por outra
razão”, pontua.
A insuficiência renal aguda pode ser fatal e requer
tratamento intensivo, mas pode ser reversível, salienta o médico. Entre as
recomendações para o tratamento da insuficiência renal aguda estão mudanças na
dieta, com uma restrição alimentar e de líquidos para reduzir o acúmulo de
toxinas que são normalmente eliminados pelos rins.
Hemodiálise
Quando os rins não conseguem mais realizar sua função como
antes é indicado uma terapia renal substitutiva, como a hemodiálise, que é
realizada através de máquina filtra o sangue, removendo as toxinas em excesso
que não são mais eliminadas pelos rins. O processo retira do corpo as toxinas
prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Além disso, controla
a pressão arterial e ajuda o organismo a manter o equilíbrio de substâncias
como sódio, potássio, ureia e creatinina.
No Hospital Japonês Santa Cruz, por exemplo, o Centro
Hemodiálise dispõe de 34 equipamentos para realizar o procedimento de
hemosiálise, via SUS e planos de saúde. O hospital possui, ainda, outros sete
equipamentos para atender aos pacientes de convênios particulares, que realizam
hemodiafiltração (HDF). “Diferente da hemodiálise convencional, a HDF remove
com mais eficiência as toxinas urêmicas, como o fósforo, além de reduzir a
sobrecarga cardíaca”, ressalta o médico nefrologista Saurus Mayer Coutinho. “Um
grande diferencial da HDF para os pacientes é preservar a função cardíaca. Ao
final da sessão de hemodiálise por HDF, os pacientes se sentem
consideravelmente menos cansados do que realizando a hemodiálise convencional e
isso é um enorme ganho na qualidade de vida deles”, conclui.
Hospital Japonês Santa Cruz
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