Segundo pesquisa, a maior parte dos pacientes desconhece que no Brasil há tratamentos disponíveis, inclusive via SUS, bem como isenções e auxílios
Em 28 de
fevereiro, é celebrado o Dia Mundial de Doenças Raras, data criada para dar
visibilidade ao tema e reforçar a necessidade de investimento público neste
segmento que concentra doenças ainda sem cura e que podem levar o paciente à
morte. Para a Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), além
de assegurar melhores condições para diagnóstico precoce e tratamento, cabe ao
Poder Público garantir meios de conscientizar a população afetada sobre seus
direitos.
Duas medidas
importantes com este foco foram adotadas nos últimos anos. Em 2014, o
Ministério da Saúde (MS) implementou a Política Nacional de Atenção Integral às
Pessoas com Doenças Raras e incluiu as Diretrizes para Atenção Integral às
Pessoas com Doenças Raras ao Sistema Único de Saúde (SUS). Já em 2019, foi
publicada a Lei no 13.930/19, que garante a reserva de pelo menos 30% dos
recursos do Programa de Fomento à Pesquisa da Saúde para o estudo de
medicamentos, vacinas e terapias direcionadas às doenças raras.
Segundo a pesquisa “Doenças Raras no Brasil - diagnóstico, causas e tratamento sob a ótica da população”, realizada pelo Ibope Inteligência, quase um terço dos participantes (28%) não tem informação sobre o assunto, enquanto um a cada cinco acredita, de forma equivocada, que nenhum dos tratamentos disponíveis no Brasil seja oferecido no âmbito do SUS. Para alguns, ainda existe a crença de que é possível tratar doenças raras apenas fora do Brasil, em países da Europa ou nos Estados Unidos.
Parte dessas
enfermidades já conta com tratamento específico, mas a maioria dos medicamentos
não está disponível no SUS. “É fundamental que o Poder Público amplie o olhar
para as doenças raras e proporcione condições para que essas pessoas tenham
diagnóstico e tratamento no prazo adequado. Para além disso, é preciso que essa
população conheça e faça valer seus direitos, mobilizando-se para que novas
ações sejam adotadas”, afirma o presidente da Anadem, Raul Canal.
Veja alguns
direitos que os pacientes portadores de doenças raras possuem:
- Auxílio-doença;
- Aposentadoria por invalidez;
- Saque do FGTS, PIS/PASEP;
tratamento médico integral gratuito;
- Isenção do Imposto de Renda (para determinadas doenças);
- Isenção do IPVA, ICMS, IPI e IOF na compra de um veículo automotor adaptado,
caso a doença impeça o paciente de dirigir um veículo comum.
Doenças raras
Segundo a
Organização Mundial da Saúde e a Política Brasileira de Doenças Raras, são
consideradas doenças raras as que afetam menos de 65 pessoas entre 100 mil
indivíduos. Quando observados na visão global, os números ganham proporções
expressivas, afetando a vida de mais de 300 milhões de pessoas -- 13 milhões
delas, brasileiras. Diagnóstico e tratamento precoce podem aliviar sintomas e
melhorar a qualidade de vida do paciente, evitando ou retardando o
comprometimento das funções do organismo.
Veja alguns
exemplos de doenças raras:
-- Angioedema;
-- Doença de Crohn;
-- Esclerose múltipla;
-- Hepatite autoimune;
-- Leucemia mielóide crônica.
Confira a lista completa no
site do Ministério
da Saúde (MS).
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