No Brasil, é estimado que 3500 a 7000 pessoas convivam com esta condição[1]. Os sintomas se confundem com os de outras doenças e podem incluir perda temporária de visão, dor ocular e sensações alteradas nos membros.
Por meio do movimento “Março Verde”, as Organizações
Não-Governamentais Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME)
e a Crônicos do Dia a Dia (CDD), e o grupo NMO Brasil chamam
atenção para a Neuromielite Óptica (NMO), também conhecida como doença de
Devic. Autoimune e de origem neurológica, ela
acomete, principalmente, os nervos ópticos e a medula espinhal.
A iniciativa, voltada para toda a sociedade, acontece
no mês que marca o Dia da Conscientização da Neuromielite Óptica, 27 de março.
Entre as ações da campanha, destacam-se a iluminação do Cristo Redentor na cor
verde, no Rio de Janeiro; exposição de pôsteres informativos nas estações Faria
Lima e Borba Gato do metrô de São Paulo; lives com especialistas e pacientes
nas redes sociais do NMO Brasil; hotsite com informações da doença; cartilha
digital para profissionais da saúde e a divulgação do vídeo oficial da
campanha.
“Temos um compromisso com toda a comunidade de NMO.
Nós entendemos que é preciso ampliar a conscientização da população sobre essa
doença, que ainda é subdiagnosticada, e sobreseus sinais e sintomas. Só assim
conseguiremos mais agilidade no diagnóstico e melhores práticas de cuidados”,
explica Gustavo San Martin, diretor executivo da AME e da CDD.
Segundo ele, o Março Verde também é uma oportunidade
para destacar a necessidade da criação de políticas públicas exclusivas para o
atendimento da NMO. “Atualmente, não há um protocolo clínico exclusivo para o
tratamento dessa patologia no Brasil. Isso dificulta consideravelmente o acesso
a tratamentos adequados. Os pacientes se sustentam, de maneira precária, em
protocolos de outras doenças, como a esclerose múltipla”, informa.
Os principais sintomas da neuromielite óptica incluem
perda temporária de visão, dor nos olhos que, geralmente, piora com o
movimento, sensações alteradas com sensibilidade à temperatura, dormência e
formigamento, membros fracos e pesados. “Por ter uma ampla variedade de sinais
e sintomas, a NMO pode ser confundida com diferentes doenças, especialmente a
esclerose múltipla e outras doenças autoimunes. Diante de qualquer suspeita, é
necessária uma investigação especializada. Esse é sempre o primeiro passo para
uma prescrição medicamentosa correta”, diz Denis Bichuetti, neurologista e
professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). “Os médicos, especialmente os não neurologistas, precisam conhecer
os sinais e sintomas indicativos de NMO, porque muitas vezes são eles que
avaliam os pacientes pela primeira vez, levantam a suspeita e fazem o
encaminhamento para um neurologista habilitado”, pondera Bichuetti, que também
é consultor científico da AME e da CDD.
Segundo o especialista, o tratamento adequado pode
reverter o déficit neurológico agudo, quando implementado a tempo. Aliado à
terapia de manutenção, com medicação de uso crônico, ele alivia desconfortos e
melhora a qualidade de vida das pessoas com NMO.
Em alusão à sigla NMO e aos sintomas da doença, a
campanha de Março Verde deste ano trará a hashtag #NãoMenosprezeosSinais
Para outras
informações sobre a doença, aqui.
Referências
[1]
PEBMED. Uma nova alternativa para a Neuromielite Óptica?. Disponível em: site
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