Experiência de simulação do envelhecimento: O impacto na representação da velhice em profissionais de saúde

Os profissionais de saúde precisam conhecer as dificuldades sensoriais e funcionais vivenciadas pelos idosos. Atividades educativas inovadoras, como a experiência de simulação do envelhecimento, visam a conscientização do melhor atendimento desta população em franco crescimento. Os alunos da disciplina de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) participam de uma experiência de simulação do envelhecimento em si mesmos, sobre as limitações que a idade pode trazer. 

A experiência de simulação de envelhecimento é uma ferramenta educativa eficaz para conscientizar os profissionais de saúde sobre as dificuldades relacionadas à idade. Essa atividade sensorial permite que os profissionais de saúde se coloquem no lugar dos pacientes idosos e vivenciem o processo de envelhecer, com todas as suas peculiaridades, causando um impacto de empatia e solidariedade, mudando o olhar para uma fase da evolução humana bastante negligenciada, não só por profissionais de saúde como por pessoas que trabalham com a população idosa.  

Mudar o ponto de vista destes profissionais de saúde contribui para melhorar a assistência ao idoso. A aprendizagem ao longo da vida desempenha um papel importante no aprimoramento das representações em relação aos pacientes mais velhos. O ensino e a aprendizagem médica baseados em simulação se expandiram significativamente nos últimos anos. O impacto das técnicas de simulação de procedimentos, na qualidade do atendimento, em obstetrícia e atendimento de emergência, tem sido amplamente demonstrado. No entanto, em geriatria e gerontologia, a experiência de simulação de envelhecimento não é suficientemente explorada. 

A experiência de simulação de envelhecimento é um dispositivo pedagógico inovador que permite aos estudantes e profissionais de saúde vivenciar as limitações funcionais e sensoriais associadas ao envelhecimento. Essa atividade sensorial melhora as atitudes empáticas dos estudantes da área e gera atitudes positivas entre os profissionais de saúde. 

Cada participante utilizou o traje de envelhecimento no Laboratório de Habilidades e Simulação Realística da FEMPAR, por uma média de 20 minutos e realizou diferentes atividades de acordo com um cenário definido: subir e descer escadas, sentar e levantar de uma cadeira, beber um copo de água. Por fim, realizamos um debriefing permitindo aos participantes compartilhar experiências e emoções geradas pela atividade de simulação.
  

Rubens de Fraga Júnior - professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.