Especialista relembra que consultas periódicas devem ser feitas por todos os homens acima de 50 anos, ou a partir dos 40 anos, para aqueles que apresentam fatores de risco
O câncer de próstata é
um dos tipos de tumor mais comuns no mundo. De acordo com dados do Instituto
Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 65,8 mil novos casos para cada ano
do triênio 2020-2022 no Brasil.
"Apesar da alta
incidência, se diagnosticados precocemente, os tumores de próstata têm chances
de cura acima de 90%", comenta Antonio Corrêa Lopes Neto, urologista do
Hcor - hospital multiespecialista de São Paulo.
A instituição,
inclusive, registrou recentemente o retorno gradual dos homens aos cuidados com
esse diagnóstico precoce. De acordo com dados da Epidemiologia, o número de
coletas de PSA em 2020 caiu 20%, se comparado ao ano de 2019. Agora, com o
avanço da vacinação e a retomada das atividades, o comparativo de janeiro a
setembro de 2021 com o mesmo período de 2020 aponta um aumento de 22% nesses
exames.
"A ida aos
consultórios e a realização de exames de sangue e toque permite não somente o
diagnóstico precoce do câncer de próstata, como também identificar quadros de
prostatite - infecção ou inflamação da próstata - e hiperplasia benigna da
próstata, que significa aumento de tamanho da glândula", explica.
Segundo o
especialista, isoladamente o PSA não auxilia na tomada de condutas clínicas.
Por isso, a comunidade médica defende uma avaliação que contemple análise de
fatores de risco e histórico familiar, bem como a realização do toque retal e
outros exames complementares, conforme as necessidades de cada caso.
A Sociedade Brasileira
de Urologia (SBU) orienta que consultas periódicas devem ser feitas por todos
os homens acima de 50 anos, ou a partir dos 40 anos, para aqueles que
apresentam fatores de risco, tais como pacientes afrodescendentes, histórico de
câncer de próstata na família ou obesos.
Abaixo, o urologista
do Hcor esclarece outras dúvidas frequentes relacionadas à doença.
• Quais são os
sintomas mais comuns do câncer de próstata?
No início, a maioria
dos cânceres são silenciosos. E o tumor de próstata também tem essa
característica. "Sinais e sintomas como micção frequente, fluxo urinário fraco
ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina ou
no sêmen, não significam a presença de um câncer de próstata, podendo refletir
apenas aumento benigno da glândula ou algum quadro infeccioso. Casos mais
avançados podem apresentar sinais de doença consumptiva, como emagrecimento e
dores ósseas", explica Corrêa.
• Quanto tempo dura
o exame de toque retal?
O exame de toque
retal é um procedimento muito rápido, que dura em torno de 10 segundos. "Nesse breve
espaço de tempo, já é possível que o médico verifique se há regiões irregulares
na próstata, principalmente nódulos e áreas endurecidas".
• O câncer na
próstata causa incontinência urinária?
A presença do câncer
de próstata não necessariamente é acompanhada de incontinência urinária. A
perda da capacidade de controlar a urina, conhecida como incontinência urinária,
é bastante comum em homens que já passaram por cirurgia ou radioterapia para
tratamento do câncer de próstata. "Entretanto, atualmente, existem
tecnologias que permitem que esses quadros sejam temporários e o paciente pode
recuperar o controle total da bexiga", comenta o médico.
• Todo tipo de
tratamento contra câncer urológico pode causar impotência sexual?
Não é todo câncer
urológico que causa impotência sexual após o tratamento. O quadro depende da
condição física prévia do paciente, assim como o tipo e o nível do tumor.
"Hoje em dia, muitos médicos utilizam a cirurgia robótica para operar
tumores de próstata. Essa técnica minimamente invasiva ajuda a proteger os
tecidos e músculos da região. Além disso, existem alternativas para amenizar o
problema, como tratamentos hormonais, medicamentos ou próteses penianas",
reforça o urologista.
• Posso ficar
infértil após o tratamento contra um câncer urológico?
A depender do tipo
do câncer, saúde e idade do paciente, bem como do tratamento adotado, o homem
pode, sim, ficar infértil. Portanto, recomenda-se que o paciente converse com o
médico para pensar em alternativas de preservação de espermatozoides, se
necessário", conclui.
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