Segundo dados do
INCA, o câncer de próstata é a doença que mais acomete homens no Brasil.
Especialistas falam sobre o diagnóstico, tratamentos e a importância da prática
regular de atividade física
Para alguns parece algo desesperador
pensar na possibilidade de desenvolver qualquer tipo de câncer, para outros, o
diagnóstico traz um momento ainda mais difícil e doloroso, pois mexe com
questões da autoestima, virilidade e masculinidade, como é o caso do câncer de
próstata. Por ainda se tratar de um grande tabu no universo masculino, dados do
INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram o assustador fato de que a cada 32
minutos um homem morre no Brasil por causa da doença.
O câncer de próstata é a doença oncológica que mais acomete homens no Brasil,
ficando atrás apenas do câncer de pele. Em todo o mundo, a incidência estimada
da doença é de 50% aos 80 anos e, virtualmente, 100% aos 100 anos. Ou seja, se
todos os homens sobrevivessem até os 100 anos, todos invariavelmente iriam
desenvolver o tumor. É sobre esse cenário que a campanha Novembro Azul ganha
ainda mais força como forma de prevenir e combater a doença.
De acordo com o Dr. Felipe Machado, médico Urologista do Hospital Anchieta de
Brasília, é indiscutível a questão do bloqueio masculino vindo da herança cultural
do patriarcado e cada vez mais importante que as campanhas de prevenção tenham
maior visibilidade. "Em sua fase inicial, no geral, a doença não apresenta
sintomas, o que torna ainda mais necessário a realização dos exames de rotina
realizados a partir dos 45 anos, em homens que possuem histórico da doença na
família ou etnia negra, e a partir dos 50 anos para homens no geral",
explica Machado.
O médico ainda acrescenta que "o diagnóstico do tumor em sua fase inicial
faz com que, felizmente graças à tecnologia, o tratamento possa ocorrer com a
realização de radioterapia ou cirurgia, com a projeção de até 95% de cura no
prazo de 15 anos em casos de tumores menos agressivos (de baixo risco)".
Prevenção
Junto com os exames de rotina, como a dosagem de PSA e o toque retal, a
construção de um estilo de vida mais saudável ajuda a diminuir não apenas o
risco de câncer de próstata, mas também de outras doenças crônicas
não-transmissíveis. Hábitos como uma alimentação balanceada, prática de
exercícios físicos, redução do consumo de álcool e não fumar são altamente
benéficos para tal causa.
Para quem vive no ritmo frenético ou acaba cedendo ao sedentarismo, pode ser
difícil entender como essa prática pode trazer tantos benefícios e como os
exercícios físicos proporcionam prazer aos seus praticantes com o passar do
tempo.
O profissional Phelipe Paiva, professor da Bodytech Brasília, traz um fato
curioso de que desde meninos os homens são mais estimulados a fazerem
atividades físicas, como no caso da natação, escolinhas de futebol e outras
diversas modalidades que lhes são apresentadas ainda na infância. E complementa
que: "dentro da academia os homens preferem atividades que trabalham os
membros superiores, principalmente atividades que trabalham o peitoral, como
supino reto, inclinado, declinado ou crucifixo, e que desenvolvam bíceps ,
tríceps e ombros. Fora da academia, eles optam por caminhada, corrida e até
mesmo a famosa partidinha de futebol com os amigos".
Em suma, exercícios só são benéficos quando praticados e se feitos
regularmente, sem se esquecer da importância de um tratamento urológico e da
realização periódica dos exames necessários, para a manutenção da saúde
masculina.
Diagnóstico e tratamentos
Sabendo que muitos homens, por pura discriminação e até mesmo desinformação,
não realizam seus exames rotineiros como precisariam, vale aqui ressaltar sobre
os principais exames sendo eles: dosagem de PSA ( exame de sangue) e toque
retal, feito sob uso de pomada anestésica, sem dor alguma e dura apenas alguns
segundos . Quando necessário, precisam também de exames complementares, tais
quais biópsia da próstata, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou
cintilografia óssea.
Ao passar pelo diagnóstico médico, o tratamento ocorre através de uma única
técnica, ou da combinação de outras modalidades, sendo a principal delas a
cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal,
conforme cada caso. Se porventura ocorrer a metástase, que é quando se espalha
por outros órgãos, a radioterapia é associada ao tratamento hormonal e
tratamentos paliativos.
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