Cenário pode repetir 2020,
segundo a Kantar, quando a maioria dos brasileiros optou por combinar alimentos
da época com opções regularmente encontradas no mercado, como frango e linguiçaPixabay
Com o avanço da vacinação, os
consumidores brasileiros já planejam comemorações de final de ano maiores.
Entretanto, mesmo com um número maior de pessoas sentadas à mesa, a expectativa
de empresários e comerciantes de retomar o cenário de vendas pré-pandemia terá
de lidar com os efeitos da inflação, redução de poder de consumo e também
a disparidade cambial, que segundo especialistas, não devem mudar até o final
do ano.
Em 2020, a pandemia afetou
as festas de final de ano, caracterizadas por pratos sazonais e trocas de
presentes. De acordo com estudo da Kantar, apenas 7,3% dos consumidores
compraram exclusivamente proteínas comemorativas para a ceia, enquanto no mesmo
período de 2019 esse índice foi de 15,7%.
A maioria (56,2%) optou por
combinar alimentos da época com opções regularmente encontradas no mercado,
como frango, linguiça, bovinos, peixes e frutos do mar.
De forma geral, as aves
comemorativas foram as mais usadas no último Natal (63,5% em volume), sendo
escolhidas principalmente pelas classes A e B (39,9%). O pernil, por sua vez,
foi a proteína mais comprada no Ano Novo (42,2%), também em maior número pelas
classes A e B (37,5% em volume).
Neste ano, a expectativa é
que o cenário visto em 2020 não se repita por completo. A inflação, no entanto,
pode fazer com que a tendência de misturar as proteínas servidas na ceia se
repita, segundo a consultoria.
A desvalorização do salário
real é preocupante, na opinião de Márcio Machado, especialista em consumo e
sócio da Shopper2be. A expectativa é de compras menores, com gastos contidos em
relação a 2018 e 2019, quando ainda não havia os efeitos da pandemia. A
comercialização do dólar acima de R$ 5 encarece o preço de produtos importantes
para o varejo nesse período do ano, como, por exemplo, celulares e outros
eletrônicos importados.
Ainda assim, Machado destaca
que em geral, o comércio irá investir na data tendo em vista que muitas lojas
já estão decoradas e vendendo itens típicos natalino pegando carona com o
evento da Black Friday.
"Esse comportamento,
certamente, pode ser modificado com a presença física (dos consumidores) nos
estabelecimentos e com o sentimento saudosista que o consumidor está. Para
muitos, fica difícil não se deixar levar por esse clima festivo", diz.
https://dcomercio.com.br/categoria/economia/inflacao-pode-fazer-ceia-de-final-de-ano-minguar-novamente
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