Para a consultora empresarial e autora Regina Nogueira, é preciso saber lidar com a liderança tóxica e não se deixar levar por tais comportamentos; o personal rebranding é uma ferramenta valiosa para auxiliar nesse processo
Um líder tóxico pode estar em qualquer
lugar e tipo de empresa e, muitas vezes, nem ele mesmo percebe o quanto é
difícil, para os outros, lidar com suas atitudes. Em vez de inspirar, esse tipo
de liderança desmotiva, pois quando esse chefe se posiciona acaba gerando
estresse na equipe, por frequentemente buscar culpados pelos erros em vez de
propor soluções.
Levantamento recente realizado pela consultoria global DDI World, especializada
em recursos humanos e liderança, apontou que 57% dos colaboradores
entrevistados desistiram da organização na qual trabalhavam por causa da
liderança imediata, e 14% abandonaram diferentes empresas por causa do chefe.
"Esse tipo de gestor não exercita adequadamente a empatia, e por
consequência, não consegue se colocar no lugar dos liderados e colegas para
julgar a si mesmo. Ele atua de forma cega em relação à perspectiva do
outro", explica a consultora empresarial Regina Nogueira, que também é
especialista em reposicionamento de marca pessoal e corporativa e autora do
livro "VOCÊ É UMA MARCA. Descubra como o Personal Rebranding pode mudar
a sua vida por meio das marcas".
Mas, segundo a especialista, nunca é tarde para mudar. "O Personal
Rebranding auxilia tanto nas interações pessoais quanto nas relações
profissionais. Em muitos casos, a solução depende diretamente das mudanças de
comportamento das pessoas", explica ela.
O Personal Rebranding é um conceito inovador criado por Regina, que promove
mudanças na vida pessoal e profissional, fazendo o indivíduo redescobrir seu
propósito e ajustar comportamentos, levando ao desenvolvimento na carreira e em
todas as áreas da vida. Nas empresas, leva a mudanças nos diversos aspectos do
ambiente corporativo. Regina explica que o processo de autoconhecimento
funciona como uma progressão geométrica: quanto mais a pessoa se conhece, mais
ela se conecta e amplia a sua consciência sobre si mesma e as pessoas ao seu
redor. É a capacidade de perceber o impacto que causa no outro "Quando
você começa a identificar comportamentos tóxicos em um líder, precisa se
descolar da situação para não se deixar envolver por esses comportamentos, pois
permitir ou não que o outro nos importune e nos incomode é sempre uma
escolha", diz ela.
Confira abaixo dicas de Regina para neutralizar as ações de um líder tóxico:
1 - Exercite sua percepção
Desenvolver a capacidade de autopercepção e de observação do ambiente ajuda a
compreender as situações ao seu redor, inclusive o quanto um líder pode ser
tóxico e ter necessidades não-atendidas que o fazem se irritar ou sair do
prumo.
"Essa falta de equilíbrio emocional por parte do líder geralmente pode
desencadear comportamentos de agressividade, que podem acontecer de forma
explícita ou velada, em relação ao outro", explica Regina. "Quanto
mais a pessoa for consciente de si mesma e do outro, mais saberá observar essas
cenas e se blindar, se proteger dos estragos que esse tipo de líder pode
causar, e que não são poucos", pondera.
2 - Não ‘entre’ na toxicidade do outro
A especialista ensina que, ao identificar uma liderança tóxica, o primordial é
evitar agir da mesma forma. "Costumo dizer para a pessoa ‘assistir’ ao
outro. É importante estar sempre atento e buscar se afastar ou ficar neutro ao
se deparar com esse tipo de comportamento, sem se deixar contaminar pela
toxicidade do outro", ensina.
A autora ressalta que não é porque alguém foi ríspido que você deve revidar.
"É necessário treino, pois é desafiador", analisa. Para Regina, é
preciso ter jogo de cintura e saber "sair de cena" sem entrar na
negatividade do líder. "Assistir o outro e esse comportamento
desequilibrado ajuda a entender que o problema não é seu. Tente fazer com que a
própria pessoa perceba como está se comportando", sugere.
3 - Deixe a pessoa ‘cair na real’
A partir do momento em que a própria pessoa entende que suas atitudes são
inapropriadas - e muitas vezes o "gatilho" é o seu próprio silêncio
frente à situação-, ela tem a chance de "cair na real" e buscar
melhorar seu comportamento. "Muitas vezes esse líder está jogando suas
questões e insatisfações no outro. Não dar o troco e apenas observar, mantendo
a calma e o foco em seu trabalho, pode ajudar o chefe a refletir sobre a forma
como se relaciona com o outro. Quando alguém se exalta, ficar nervoso também só
piora", explica a especialista em Rebranding.
4 - Saiba separar suas necessidades das dos outros
Outro caminho para saber lidar e driblar um líder tóxico, na visão de Regina, é
buscar compreender que essa pessoa tem necessidades não-atendidas e,
principalmente, que se trata de uma questão dela, e não sua. "É preciso
saber separar você e suas necessidades da necessidade do outro", frisa a
especialista.
Ao optar por agir dessa forma, de acordo com a autora, a pessoa estará evitando
estresse e protegendo sua saúde física e mental. "Devemos buscar nosso
equilíbrio e tentar promover a harmonia, e não nos deixar levar pelo
desequilíbrio alheio", finaliza.
Regina Nogueira -
especialista em reposicionamento de marca e autora do livro "Você é uma
marca! Descubra como o Personal Rebranding pode mudar a sua vida por
meio das marcas", que foi lançado em outubro. Oferece consultoria
estratégica para empresas e pessoas, por meio de atendimentos personalizados
que resultam no reposicionamento da marca pessoal e/ou corporativa. É
Pós-Graduada em Neurociência e Comportamento pela PUC- RS, Bacharel em Economia
pela PUC-SP, Propaganda e Marketing pela ESPM e em Liderança pela Columbia
University - NY. Atuou no mercado de publicidade por mais de 20 anos, tendo
ocupado cargos de liderança em grandes empresas e agências nacionais e multinacionais nas áreas de
Atendimento, Planejamento, Marketing e Branding.
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