Nos últimos dias, o conceito de Cuidados Paliativos foi divulgado de forma errada. Com o objetivo de desfazer esse equívoco e dada a relevância do tema, que envolve a população como um todo, é urgente esclarecer alguns pontos.
Cuidado
Paliativo não é
um tratamento que deve ser considerado apenas quando o paciente se encontra
moribundo e exaurido pelo uso de medidas invasivas prolongadas em um leito de
terapia intensiva; tampouco deve ser indicado com o intuito de economizar
gastos, ou de abreviar a vida dos pacientes; além disso, jamais deve ser um
tratamento imposto pela equipe médica, sem consentimento do paciente e/ou de
seus familiares.
Todos
esses argumentos são exatamente o oposto
do que os Cuidados Paliativos se propõem.
Nesse
momento, milhares de pacientes estão sendo atendidos por paliativistas em todo
Brasil e no mundo. Pacientes aliviam sintomas e angústias em razão de suas
doenças graves, parentes veem as dores de seus familiares aliviadas e são
atendidos por psicólogos, pessoas recebem alta com menos sofrimento após uma
internação, colegas apoiam outros colegas em conversas que nem sempre são
fáceis, ou seja, seres humanos realizam seus desejos, enfrentam suas
dificuldades e têm sua dignidade e qualidade de vida preservadas.
Esse
é o verdadeiro valor e objetivo dos Cuidados Paliativos. No próximo dia 9 de
outubro será comemorado o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, uma iniciativa
global que visa a sensibilizar as pessoas para a importância dessa abordagem.
Esse ano, o lema da comemoração será “Não deixe ninguém para trás”.
A
ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos) reafirma, diante de todos os
brasileiros, esse lema: Não deixaremos ninguém para trás!
Lutaremos,
amparados em evidências científicas, para que todos os brasileiros que
necessitem recebam os Cuidados Paliativos adequados. Salvar a dignidade de uma
vida também é salvar uma vida. E é isso que fazemos.
Douglas
Henrique Crispim - médico geriatra, paliativista e
presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos.
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