De acordo com a B3, a bolsa de valores brasileira, até o dia 30 de junho, os investidores estrangeiros aportaram R$ 48 bilhões no mercado à vista, sem contar as aberturas de capital. Esse é o melhor desempenho da série histórica realizada pelo Estadão/Broadcast, que acontece desde o Plano Real. O recorde anterior de aporte estrangeiro na Bolsa foi de R$ 21,5 bilhões em 2015. Também somente no mês de junho, os estrangeiros injetaram R$ 16,2 bilhões no país.
De acordo com Rossano Oltramari, estrategista e sócio da 051 Capital, esse dado é um recorde para o período. "É um número muito forte. Isso demonstra que, mesmo com todo ruído político que a gente observou ao longo das últimas semanas, o Ibovespa se mantém acima de 125 mil pontos enquanto o dólar também teve queda. Esse dado de fluxo externo na Bolsa reforça um movimento que estamos observando ao longo do semestre todo não só para o Brasil como países emergentes em geral. Também acredito quie isso pode acontecer ao longo de 2021", diz.Segundo Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos, a divulgação de números mostrando que a atividade econômica brasileira está reagindo de forma mais forte do que o esperado também ajudou a despertar o interesse dos investidores internacionais.
"Também o recorde da arrecadação de tributos permitiu que a relação dívida/ PIB não subisse tanto quanto era esperado. Esse número é importante para se saber a solvência de um país em relação aos seus pares", diz o especialista.
Para João Beck, economista e sócio da BRA, outro fator que colaborou para isso é que houve redução das expectativas de alta de juros pelo Banco Central dos EUA para os investidores.
"Há uma redução da expectativa de alta da taxa de juros lá fora no futuro. Parece que o mercado acreditou na tese do Fed de que a inflação é um fator temporário, que é uma correção por causa da época de pandemia muito intensa, mas que em algum momento isso vai ceder", comenta.
De acordo com ele, isso estimula um comportamento de busca de investimentos mais arriscados e de maior retorno. "Esse cenário ativa o o modo risco, risk on, e as pessoas buscam ativos de países emergentes. É por isso que entra dinheiro no Brasil, assim como em outros emergentes", afirma.
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