Só no Brasil são mais de 20 milhões de pessoas sofrendo com o problema, o que nos coloca em primeiro lugar no mundo
No ano passado o Brasil se consolidou como o país mais ansioso do mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são quase 20 milhões de brasileiros sofrendo com o problema. O que muitos não sabem, é que a ansiedade está relacionada com a nossa genética. “Existem vários tipos de ansiedade, cada pessoa reage de um jeito. Ela pode ser originada pelo comportamento, pelas emoções, pelos hormônios e pelos genes. Por uma combinação de alguns desses fatores ou todos eles. Cada tipo de ansiedade terá seus sintomas, e a alimentação terapêutica pode ajudar nisso”, esclarece a nutricionista e pesquisadora, Aline Quissak.
São 4 grupos genéticos e, para cada um
deles, uma estratégia alimentar diferente. Grupo genético 1: Dificuldade de
foco, concentração e déficit de atenção. O que consumir: Beba a sinergia de
chá de alecrim + chá de camomila + chá verde (1 sachê ou 1 colher de sobremesa
de cada em 250ml de água quente, com 8 min de infusão); adicione mais gema de
ovo no seu dia a dia. Se for vegano, pode consumir levedura + amêndoas + quinoa
+ vitamina E do abacate; adicione alimentos ricos em L-carnitina, como
bacalhau, proteína de soro de leite e ricota. A sinergia entre o chá de
camomila e alecrim ajuda a desacelerar os inúmeros fatores que tiram o foco e a
concentração e ajudam a melhorar o desempenho cognitivo. Ao adicionar chá
verde, por ter L-theanina fora terá mais foco e concentração sem ficar
"pilhado", como ocorre ao tomar café. Além disso, ele protege os
danos cerebrais do estresse e da depressão. A colina da gema é um nutriente
vital para a memória, foco, concentração e retenção de conhecimento.
Grupo genético 2: Procrastinação e falta
de interesse. Aumente
o consumo de cacau e chocolates (80% cacau ou superior); consuma alimentos que
contêm CoQ10, como carne bovina de boa qualidade, brócolis, espinafre, frango
orgânico e frutos do mar; crie o hábito de beber mais chá verde e chá preto - 2
a 3 vezes ao dia. Melhor ainda com hortelã ou laranja. Alguns alimentos podem
ajudar a dar energia e motivação sem aumentar seus níveis de ansiedade. Essa é
a grande diferença entre os alimentos recomendados aqui. Eles melhoram a
dopamina sem ter o efeito estimulante do café, que tenta te acordar, mas não
necessariamente te mantém focado e motivado.
Grupo genético 3: Apetite aumentado e
vontade de petiscar o dia todo. Esse
grupo genético tem 2 subgrupos. Subgrupo 1: ansiedade causada por falta de
dopamina. Busca encontrar dopamina em jogos, álcool, certos alimentos,
petisca muito e tem maior risco a compulsão alimentar. Consumir mais: alimentos
ricos em Triptofano, como banana, abacate, camarão e atum; ricos em Tirosina:
peixe, abacate, feijão, nozes; em Quercetina: cebola, chá verde, chá de
Hibisco, uva, bagas, cerejas, brócolis e frutas Cítricas; por fim, adicione
mais cúrcuma em sua vida diária. Os alimentos ricos em tirosina e triptofano
ajudam a formar mais dopamina e serotonina naturais, suprimindo o desejo de
buscar a estimulação externa da compulsão alimentar, por exemplo. Já os ricos
em quercetina, ajudam a proteger contra o esgotamento da dopamina. Se a
dopamina não for eliminada muito rápido, a sensação de prazer permanece por
mais tempo no cérebro. Se passar muito rápido e a queda for repentina,
procuramos algo que nos faça sentir bem novamente. É nessa queda de dopamina que
os vícios podem se desenvolver para sentir prazer novamente. E a cúrcuma ajuda
a controlar os efeitos colaterais de quem tem tendência à depressão. Ele faz o
mesmo com os efeitos colaterais no metabolismo de pessoas vulneráveis a
comportamentos de dependência.
Subgrupo 2: ansiedade causada pelo
excesso de dopamina. Quer
sempre estar ativo e "ligado nos 220w", petisca durante o dia, come
mais doces ou mais café e ganha gordura abdominal. Estes devem consumir alimentos
com Vitamina B2, como a couve, espinafre, agrião e brócolis; ricos em Vitamina
B6 + magnésio, como banana, abacate e sementes e alimentos ricos em Apigenina
como tomilho, própolis, salsa, chá de camomila e pimenta malagueta. A vitamina
B2 ajuda a equilibrar o ciclo bioquímico do gene desse subgrupo e a vitamina B6
associada ao magnésio ajuda no relaxamento e diminuição da hiperatividade.
Alimentos ricos em apigenina ajudam a melhorar o GABA - nosso neurotransmissor
para relaxamento e anti-ansiedade. Com o equilíbrio da hiperatividade, não
descontamos na comida e ajudamos a diminuir a vontade de petiscar o tempo todo.
Grupo genético 4: Irritabilidade e
Frustração.
Aumentar a ingestão de fibras em pelo menos 20g por dia: Aveia, linhaça,
feijão, lentilha, frutas in natura com casca e folhas verde escuras; consumir
alimentos ricos em cromo, como brócolis, nozes, fígado, ameixa, maçã com pele,
fermento de cerveja, grãos inteiros, queijos envelhecidos, cogumelos e
espinafre; aumentar o consumo de alimentos que ajudam a promover a serotonina,
como cacau, banana, abacate, semente de abóbora, cereja e aveia; tomar chás
mais relaxantes e calmantes, como chá de maracujá, lavanda e calêndula. Os
genes que afetam a irritabilidade e a frustração também afetam o metabolismo,
aumentando a noradrenalina, glutamato, cortisol e dopamina. Para diminuir a
intensidade das repercussões, essa mudança em nossos neurotransmissores precisa
ser protegida. Os alimentos descritos acima melhoram a paciência, o bom humor e
o relaxamento, diminuindo os hormônios e neurotransmissores mencionados.
Por fim, Aline alerta que a melhor
estratégia para quem tem ansiedade é parar de comer alimentos que a prejudicam.
“A melhor coisa que você pode fazer por si mesmo é parar de comer alimentos que
te fazem mal, como ultraprocessados, inflamatórios e estimuladores. Eles não só
vão piorar sua ansiedade como sua saúde como um todo. Preze por uma alimentação
natural e saudável, saiba o que você está colocando no prato. E não se esqueça,
a ansiedade requer tratamento multiprofissional”.
Aline Quissak - nutricionista com
especializações no Canada e Estados Unidos, pesquisadora científica em
alimentos terapêuticos aplicados tanto na saúde quanto em doenças. É
especialista em nutrição genética, pacientes críticos, oncologia, psicologia da
nutrição e alimentação funcional. Para mais informações acesse suas redes
sociais @nutri_secrets e no site http://www.alinequissak.com/combodebemcomavida
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