Nova edição da Pesquisa de Impacto do Sebrae, realizada em parceria com a FGV, detecta que apenas 28% das donas de micro e pequenas empresas conseguiram bancar todas as contas de casa com recursos obtidos no empreendimento
As mulheres são responsáveis por boa parte do
empreendedorismo no Brasil, mas viver de um negócio é bem mais difícil para
elas. De acordo com a 11ª edição da pesquisa de Impacto da Pandemia do
Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria
com a FGV, apenas 28% das donas de pequenos negócios conseguiram nos últimos 12
meses pagar os gastos do dia a dia com recursos provenientes da própria empresa
e 80% apresentaram queda de faturamento, no último ano. Entre os homens, esses
percentuais ficam em 37% e 78%, respectivamente.
Chama a atenção, ainda, o fato de que as empresas
comandadas por homens são o principal rendimento da família em 81% dos casos,
enquanto entre as mulheres, essa proporção cai para 68%. “Essa diferença entre
os gêneros pode ser explicada pelo fato de grande parte das empreendedoras
terem que dividir o seu tempo entre trabalho, família e casa, o que faz com que
sobre menos tempo para a gestão do negócio. Além disso, houve um crescimento
muito grande de mulheres no empreendedorismo por necessidade, ou seja, elas não
tiveram muito tempo para se capacitar e planejar. Isso tudo acaba afetando o
faturamento da empresa”, comenta o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Os percalços encontrados pelas mulheres acabam
fazendo com que elas fiquem mais aflitas do que os homens. A pesquisa de
Impacto revela que 58% das empreendedoras ainda possuem muita dificuldade para
manter o negócio, três pontos percentuais a mais do que eles. Apesar disso,
elas ainda conseguem ser mais otimistas. Enquanto os empreendedores esperam uma
melhora só daqui a 18 meses, as empreendedoras acreditam que a situação irá
voltar à normalidade em 17 meses.
Mesmo
com todas as dificuldades, elas não deixam de inovar e de aderir ao comércio
eletrônico. As empreendedoras são mais digitalizadas e grande parte delas
registra mais da metade do seu faturamento oriundo das plataformas on-line. 72%
das mulheres comercializam produtos de forma virtual e essas vendas são
responsáveis por mais da metade do faturamento, em 30% dos casos. Já no
universo masculino, 64% realizam comércio eletrônico e para apenas 25% dos
entrevistados mais da metade do faturamento vem da internet.
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