Infectologista
membro da Doctoralia explica as consequências de não completar o ciclo da
imunização
Já é um conhecimento
comum que as vacinas são vitais para conter epidemias e pandemias, sejam elas
da gripe, uma doença comum que acomete vários brasileiros por ano, ou até mesmo
a Covid-19, que infectou aproximadamente 18,8 milhões de pessoas no país.
Apesar disso, pelo menos 3,8 milhões de brasileiros não compareceram aos postos
de vacinação para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, segundo
boletim epidemiológico do Ministério da Saúde publicado ao final de junho.
Porém, especialistas
reforçam a importância de tomar ambas as doses e alertam para o risco de não
completar a vacinação. Segundo Elaine Monteiro Matsuda, médica
infectologista e membro da Doctoralia, somente o ciclo
completo da vacinação garante a imunidade ao Sars-Cov-2.
"Na prática, o que ocorre quando
tomamos a vacina é o seguinte: ela finge ser o vírus para nosso sistema ou
apenas ‘mostra’ uma parte do vírus, atenuado ou morto. Isto faz com que o
sistema imunológico produza anticorpos contra o vírus vacinal e, desta maneira,
quando o indivíduo entrar em contato com o vírus selvagem, ele já terá uma
resposta imunológica para o corpo se defender mais rapidamente e efetivamente
do que quando ela não conhece o vírus
ainda", detalha.
Neste contexto, a
especialista esclarece as principais dúvidas em torno da vacinação completa.
Confira!
Por que é importante
completar as doses da vacina?
Dra: Elaine: Para as vacinas
divididas em duas doses, como Astrazeneca, Coronavac e Pfizer, é necessário
completar o ciclo para garantir ao paciente imunidade e defesa suficientes. Obviamente,
nenhuma das vacinas que possuímos atualmente é 100%, mas a segunda dose faz com
que a resposta vacinal seja a melhor possível. Por isso, para cada vacina
existem estudos que foram elaborados no intuito de avaliar o intervalo ideal
entre a primeira e a segunda dose, para assegurar a melhor resposta imunológica
ao corpo humano.
O que acontece se
deixarmos de tomar a segunda dose?
Dra. Elaine: Ao deixar de tomar a
segunda dose, o cidadão não vai ter a resposta máxima que aquela vacina pode
oferecer. Consequentemente, a defesa cairá com o tempo, assim como sua
durabilidade. A verdade é que, hoje, não temos certeza de como a nossa memória
e o nosso estímulo estão sendo apresentados para o vírus e, em razão disso, é
essencial que o calendário de vacinação seja cumprido em sua totalidade, visto
que o mesmo vírus pode ter variantes que escapam da defesa vacinal.
E se tomá-la após o
prazo?
Dra. Elaine: A consequência para a
pessoa que se atrasar para a segunda dose é não ter a certeza de qual será a resposta
da imunidade em relação ao vírus, uma vez que estudos avaliaram o prazo
estipulado entre as doses como sendo a ideal para atingir o potencial máximo de
resposta.
Se já tomei as duas
doses, ainda precisarei voltar a tomar a vacina no futuro?
Dra. Elaine: Como o vírus Sars-Cov-2
tem apresentado mutações, talvez seja, sim, necessária uma dose de reforço no
futuro, após estudos que apontem como a população irá agir em relação à vacina
e as variantes. Garantindo a imunização das pessoas, o vírus irá circular menos
e, assim, a população terá menos chance de se contaminar e, inclusive, gerar
novas mutações.
Doctoralia
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