Não é só o petróleo e o gás que interessam ao Brasil no Mar. O país está ampliando suas pesquisas no leito marinho de olhos bem abertos nos recursos minerais, nas terras raras Os estudos mostram que há muito mais do que petróleo e gás para explorar no fundo do oceano. Esta é a base também de um amplo movimento do governo e da Marinha e de algumas indústrias mineradoras, que tem como alvo um enorme e ainda pouco conhecido reduto: o fundo do mar. As primeiras expedições foram dedicadas a explorar as profundezas oceânicas ocorreram nas décadas de 1960 e 1970. No Brasil estas pesquisas feitas pela CPRM vieram bem depois, também com a ajuda da Marinha brasileira.
As
expedições internacionais começaram no no Pacífico Norte e encontraram
nódulos de manganês ricos em cobalto, cobre e níquel. A descoberta,
porém, ficou apenas no nível científico em virtude de dois fatores básicos, um
político e um tecnológico. De início, não havia um acordo sobre qual área da
plataforma continental pertencia a determinado país e, em consequência, onde começavam as águas
internacionais. As respostas a essas questões só avançaram com a Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, que estabeleceu os princípios
gerais da exploração dos recursos submarinos. Havia também as dificuldades
em relação aos altos custos gerados por equipamentos especiais que ainda
eram precários e precisavam ser modernizados. A evolução tecnológica e a
procura crescente por esses recursos foram tornando a relação
custo-benefício mais favorável.
A segurança é fundamental para garantir as riquezas em solo submarino brasileiro |
Esses
dados foram reunidos pela empresa, mas só recentemente passaram a ser
divididos com outras instituições brasileiras. O governo federal demonstra
interesse na pesquisa mineral marinha, destinando-lhe recursos pelo Programa de
Aceleração do Crescimento e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O Brasil
já levou às autoridades Internacionais, que cuidam do controle da
exploração no leito dos mares, os seus primeiros pedidos para desenvolver
pesquisas de mineração oceânica. O primeiro deles a ser desenvolvido fica na
Elevação do Rio Grande, área de cerca de 3.000 km2 no Atlântico Sul e
deverá envolver um investimento superior a US$ 10 milhões nos primeiros cinco
anos. O trabalho no setor ainda depende de ajustes e de muito
do apoio da Petrobrás e da nossa Marinha. Assim como a estatal esteve envolvida
nos últimos 20 anos com as pesquisas sobre a Bacia de Santos, a Marinha
dedicou-se nesse período a um programa de investigação da plataforma
continental, o Leplac, a fim de pleitear junto à ONU a soberania brasileira
sobre a área da plataforma oceânica situada fora da zona econômica exclusiva (a
reivindicação foi atendida em 81%). Só quando todas essas prioridades foram equacionadas é que os
cientistas começaram a embarcar para fazer pesquisas geológicas no mar.
A geologia marinha brasileira é bem melhor que no passado. Os equipamentos estão mais compactos e mais acessíveis financeiramente, permitindo que mais universidades possam adquiri-los. Tanto o Leplac como o pré-sal foram muito importantes para se chegar ao conhecimento atual. Ele é um dos responsáveis por um programa governamental, o Remplac, criado em 1997, feito para mapear os nossos recursos minerais marinhos nos 4,5 milhões de quilômetros quadrados da plataforma continental brasileira. A iniciativa, coordenada pelo Ministério das Minas e Energia no âmbito da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, envolve a Casa Civil, 13 ministérios, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais e o CNPq, além da Marinha, quinze universidades e de outras instituições federais. Além do Proarea, o Remplac responde pelos grandes projetos de pesquisa de mineração marinha desenvolvidos no Brasil. Dois deles dedicam-se à busca de pedras preciosas: ouro na região da foz do Rio Gurupi, entre o Pará e o Maranhão, e diamantes na costa baiana, na área da foz do Rio Jequitinhonha.
Sulfetos polimetálicos depositados a profundidades entre mil e 4 mil
metros estão sendo Sulfetos polimetálicos depositados a profundidades entre mil
e 4 mil metros estão sendo pesquisados nas águas em torno do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo, a cerca de 1.000 km de Natal. Ótima fonte de fósforo,
minério já raro em terra e muito usado nas indústrias de fertilizantes e de
ração animal, a fosforita, que é objeto de estudos no litoral da Região
Sul. Por ser encontrado em águas rasas, o calcário marinho, pesquisado nos
litorais do Nordeste e do Sudeste, já é explorado comercialmente, no Maranhão e
no Espírito Santo. Além do Brasil, outros países esperam o sinal verde para
ampliar suas explorações, como Alemanha, França, Rússia, Japão, Coreia do Sul,
China e Índia, além de um consórcio que reúne Cuba e países do Leste Europeu,
que também aguardam o parecer da ONU quanto às suas solicitações.
https://petronoticias.com.br/brasil-amplia-pesquisas-no-leito-marinho-em-busca-de-minerais-preciosos-e-terras-raras/
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