Se a pandemia do novo coronavírus acelerou o desenvolvimento de
ferramentas que otimizaram o atendimento médico à distância no Brasil, o
momento atual é de maturação deste mercado. Considerando o hype cycle iniciado
por aqui ao longo de 2020, o período é de consolidação de práticas e de
conhecimento. Foto: Adrian Clark / CC BY-ND 2.0
“A gente entende que o Brasil está mais lento neste processo.
No mundo, a telemedicina está em um platô de produtividade. Aqui, só com o
gatilho da pandemia, as leis brasileiras passaram a liberar a teleconsulta.
Isso gerou um pico de expectativas por parte das operadoras de saúde, das
empresas de software quanto e dos próprios pacientes com a demanda reprimida”,
contextualiza Marcos Sonagli, diretor médico da startup Amplimed.
Neste período inicial, segundo o especialista, predominava a ideia
de que a telemedicina seria solução “para tudo”, o que estimulou a
multiplicação dos players atuantes no setor. De lá para cá, boa parte das
noções já se transformaram e expectativas como a da redução de custos a partir
da telemedicina já ganham contornos mais realistas. E sabe-se que nem todo
mundo desejará seguir sendo atendido via teleconsulta.
“As próprias operadoras de saúde sofreram fraudes: pacientes
que assinam o plano de teleconsulta e põem outra pessoa para ser atendida, por
exemplo'', diz Sonagli. Furos assim passaram a ameaçar não só a receita das
empresas, mas também a renda dos médicos, causando a suspensão de atendimentos
por falta de pagamento. Além disso, os empecilhos burocráticos e as grandes
complexidades características do mercado de healthcare no País devem apresentar
desafios redobrados na nova fase da telemedicina brasileira.
Se, por um lado, após o boom inicial, algumas decepções
vieram à tona; por outro, o aprendizado acumulado pelo setor já gerou saberes
sólidos que vem sendo reorientados a fim de garantir vida longa ao atendimento
médico à distância. “Aí entram serviços específicos como telerradiologia,
telepatologia, retornos e consultas de baixa complexidade”, observa o
diretor médico.
No tão aguardado período pós-pandemia, a telemedicina brasileira
sofrerá novos ajustes e adaptações. “Se, após a pandemia, vier uma lei
proibindo a teleconsulta, a telemedicina pode morrer precocemente. Acredito que
isso não acontecerá e que virão novas necessidades como o surgimento de
especialistas virtuais: médicos que precisarão ter capacidade de transmissão de
conhecimento, gerar empatia e ter uma performance técnica para um novo modelo
de reconhecimento de casos, sem o exame físico”, conclui Sonagli.
Amplimed
(plataforma de gestão médica com ferramenta
de telemedicina integrada)
www.amplimed.com.br
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