Câncer
colorretal precoce está associado a fatores não genéticos, como o consumo
semanal de carne vermelha acima de 500g, baixa ingestão de fibras e cálcio e
uso de álcool
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de
Coloproctologia, a cada hora, cinco brasileiros são diagnosticados com câncer
de intestino grosso e duas pessoas morrem em decorrência da doença. Atualmente,
esse é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres e o terceiro mais
frequente nos homens. Apesar de ser conhecido como nosso “segundo cérebro”, a
importância do intestino para o funcionamento de nosso organismo ainda é
ignorada.
Para a médica oncologista Danielle Laperche, é importante
saber que nosso organismo, e em especial o intestino, é vulnerável ao que
ingerimos, o que torna a atenção com a alimentação um fator crucial de
prevenção. Um estudo estadunidense publicado no periódico JNCI Cancer Spectrum
mostrou que fatores não genéticos estão associados a um aumento de câncer
colorretal em pessoas com menos 50 anos. O maior consumo de carne vermelha,
baixa consumo de fibras e uso excessivo de álcool são alguns.
“Um estudo recente aponta inclusive que em pacientes de
câncer colorretal já tratados, a ingestão de nozes teve um fator protetor muito
grande para evitar recidivas e a formação de novos pólipos. A via digestiva é a
parte de nosso organismo que está diretamente exposta ao que comemos. Quanto
mais as pessoas conhecerem sobre a doença, mais vão buscar tratamento em casos
iniciais”, ressalta a oncologista.
Segundo as estimativas do Instituto Nacional de Câncer
(Inca), em 2021 serão contabilizados mais de 41 mil novos casos desse tipo de
tumor que alta taxa de mortalidade, em torno de 48%, mas pode ser prevenido com
mudanças de hábitos e exames de rastreio, como a colonoscopia, que deve ser
feita por pessoas com mais de 50 anos. Em casos com história familiar da
doença, o ideal é buscar uma avaliação o quanto antes para definir o melhor
momento para iniciar o rastreamento e fazer o diagnóstico precoce.
“A obesidade é um fator de risco muito importante. O
mesmo vale para dietas pobres em fibras, com poucos vegetais, legumes, frutas e
ingestão excessiva de carne vermelha. Isso equivale a um consumo acima de 500g
por semana, algo que é bem comum na nossa região. A alimentação tem um papel
fundamental não só na prevenção, mas no tratamento. Infelizmente, quando o
câncer é detectado através de sintomas, na maioria das vezes já evoluiu para
uma fase avançada e só pode ser tratado com a cirurgia (ressecção do intestino)
e/ou quimioterapia. Mas vale ficar alerta aos sintomas e procurar um médico”,
explica Laperche.
Sintomas do câncer de intestino
- perda de peso;
- anemia sem causa aparente;
- alteração do hábito intestinal;
- sangramento nas fezes;
- massas abdominais.
Como prevenir
Apesar de não ser possível mudar os fatores
genéticos que tornam as pessoas propensas ao câncer, os riscos podem ser
reduzidos com medidas simples. Por isso, a melhor maneira de prevenir o câncer
de intestino é com bons hábitos de saúde, principalmente com a alimentação.
Algumas orientações:
- praticar atividade física regularmente;
- não fumar;
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas, alimentos
gordurosos, carne vermelha e embutidos;
- ingerir diariamente fibras (25 a 30g), frutas e
verduras (2,5 xícaras);
- ter uma dieta rica em vegetais, principalmente com
hortaliças brássicas (brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas e repolho), que
ajudam no desempenho intestinal evitam inflamações.
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