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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Seconci-SP explica o que é e como conviver com a anemia falciforme

Doença exige o acompanhamento de equipe multiprofissional desde os primeiros meses de vida 

 

A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células, chamadas hemoglobinas, têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia e dificultando o transporte do oxigênio, essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. A assistente social do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Jane da Silva Gonçalves, explica os sintomas e as formas de controle dessa doença que não tem cura e, segundo dados do Ministério da Saúde, atinge cerca de 60 mil brasileiros. 

A doença se manifesta de forma diferente em cada indivíduo, alguns têm sintomas mais leves, enquanto outros apresentam quadro mais severo, que pode levar à internação. Entre os principais sintomas estão as dores nas articulações e ossos, dores nas costas e pernas, icterícia, infecções recorrentes, como de garganta e urinárias; maior propensão a ter meningite, pneumonia e úlceras (feridas) nas pernas de difícil cicatrização, em especial na região do tornozelo. 

Por ser de origem africana, a doença é mais prevalente em pretos e pardos, porém não exclusiva, sendo considerada de alta relevância epidemiológica. “As manifestações clínicas da doença ocorrem nos primeiros meses de vida, por isso é fundamental fazer o teste do pezinho. O recomendado é que ele seja realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê e, no máximo, até 30 dias do nascimento”, afirma Jane. 

Desde 1992, o teste é obrigatório por lei e totalmente gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte da triagem neonatal. Como forma de conscientizar a população sobre a sua importância, foi criado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, celebrado em 6 de junho. “Uma vez identificada alteração no resultado do exame, os pais são convocados para a realização de outros testes neles e no bebê, para que se possa fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento, que pode envolver o uso de medicações para evitar infecções e crises”, informa a assistente social. 

“Caso, por alguma razão, não tenha sido feito o teste do pezinho, os pais devem ficar atentos se o bebê tem febre com frequência, chora muito e tem mãos e pés inchados. Estes são sintomas da doença falciforme e o recomendado é levar a criança ao pediatra, o quanto antes”.

 

Equipe multiprofissional 

Dadas as características da doença, o paciente tem de ser acompanhado por equipe multiprofissional. Na infância, pelo pediatra e depois por hematologista, clínico geral, cardiologista e nutricionista. A doença pode afetar o crescimento da criança, por isso é fundamental o diagnóstico ainda bebê. 

Na capital paulista, o Hospital das Clínicas e a Santa Casa são locais de referência para o tratamento. “O Hospital Brigadeiro também, embora hoje ele esteja mais focado na saúde do homem. E há a Associação Pró-Falcêmicos, Aprofe, onde o paciente e suas famílias podem ter acesso a informações abalizadas sobre a doença. O transplante de medula óssea é a única cura para a anemia falciforme, mas ele só é feito no SUS para pacientes que apresentam a forma grave, com úlceras que não cicatrizem ou que já sofreram um Acidente Vascular Cerebral, por exemplo. Para os demais, o caminho é acompanhamento rigoroso e conhecimento sobre a doença”, enfatiza a assistente social.


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