As transações via
Pix já superaram a soma de transações via TED, DOC, cheque e boleto; para
especialista, a tendência é que o novo meio de pagamento se popularize ainda
mais
Completando seis meses de funcionamento, o Pix já
foi utilizado por 75 milhões de pessoas, segundo dados do Banco Central. Isso
corresponde a 45% da população adulta do país. No mês de abril, as transações
via Pix já superaram a soma das transações realizadas pelos meios de pagamento
tradicionais - TED, DOC, cheque e boleto: foram 1,5 bilhões de transações
via Pix, que movimentaram mais de R$ 1 trilhão. Para o mercado, o Pix está
preparando pessoas e empresas a um cenário cada vez mais tecnológico, mas é
necessário que o novo meio de pagamento seja acompanhado de inclusão digital.
“O Pix veio exatamente para colaborar com a difusão
da circulação financeira, sendo essa de modo digital. Hoje, com a pandemia,
houve um aumento das compras online, e o Pix reforça hábitos iniciados nesse
cenário: não é preciso ter dinheiro físico, fazer transações no papel”, explica
José Luiz Rodrigues, especialista em regulação do mercado financeiro e sócio da
JL Rodrigues & Consultores Associados.
“Claro, os outros meios de pagamento continuarão a
existir, mas há um entendimento de que o Pix poderá substituir determinados
comportamentos financeiros conforme a popularização do seu uso. Por exemplo, a
partir do momento em que o Banco Central colocou os custos das transações para
patamares muito baixos com o Pix, ele está proporcionando melhores condições
para que até aquelas pequenas transações, típicas de prestadores de serviços
autônomos ou locais, como padaria, açougue, vendedores de porta, também possam
ser realizadas neste novo ambiente digital”.
O especialista detalha que a sociedade brasileira
hoje trabalha essencialmente com o dinheiro físico, mas que tecnologias como o
Pix vêm para tentar difundir ainda mais as transações virtuais, o que gerará um
impacto em cadeia, já que haverá menos circulação de papel. Além disso, outro
impacto da popularização do Pix está ocorrendo com as entidades
bancárias.
“As instituições financeiras estão tendo uma
mudança de receita, por exemplo. Se antes elas faturavam por valores
transacionados nos meios tradicionais, como TED, DOC ou boleto, hoje elas
ganham por quantidade de transações. Essa nova realidade também cria um
ambiente mais competitivo, com mais segurança, onde os bancos tradicionais, as
instituições de diferentes portes, fintechs, insurtechs e demais startups
disputarão mercado por igual, e levará vantagem aquela prestadora de serviços
que puder oferecer qualidade com menores custos e de maneira mais criativa”.
Para José Luiz, os números de movimentação do Pix
em seis meses são a prova de seu sucesso, mas é necessário que o novo meio de
pagamento venha com novas melhorias sociais. "Junto com o Pix, é
necessário proporcionar condições para que a população faça uso da ferramenta,
como, por exemplo, acesso à internet, pacotes de telefonia mais baratos.
Falamos em substituição do uso do dinheiro físico, mas o Brasil tem dimensão, e
diferenças sociais e culturais muito grandes. O uso do dinheiro permanecerá por
um longo tempo ainda e tende a diminuir à medida que a população tenha mais acesso
a dispositivos e internet”, conclui.
JL Rodrigues & Consultores Associados
José Luiz Rodrigues - sócio titular da empresa, é
também membro do Conselho da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs) o
que faz com que a Consultoria esteja inserida nesse ecossistema de forma ativa.
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