Se as Fake News se tornaram um grande problema no Brasil, principalmente em relação à política, o Deep Fake fará um estrago ainda pior.
Através de Inteligência Artificial, Machine
Learning e com ferramentas de código aberto pode se criar um algoritmo para
treinar uma Rede Neural a mapear o rosto de uma pessoa, e então, substituir os
movimentos labiais, expressões do rosto e piscar dos olhos, e até o rosto por
completo, no corpo de outra pessoa. Em muitos casos, a qualidade fica
impressionante.
A mecânica de funcionamento é bem simples: o
software trabalha analisando primeiro os movimentos faciais de um alvo, cuja
aparência será usada no vídeo falso. Após mapear a cabeça, o movimento e o
piscar dos olhos, os detalhes da boca e demais movimentos o software analisa
essas mesmas marcações no vídeo original e então mescla os movimentos. Isso
cria um vídeo falso surpreendentemente realista.
Para potencializar isso, duas aplicações podem
rodar simultaneamente, uma sendo lançada contra o outra, sendo uma para criar e
outra para analisar, em uma série de milhões de ajustes de ida e volta. Isso
torna o processo de aprendizado mais rápido e mais preciso do que se um ser
humano analisasse cada uma das tentativas.
Políticos como Obama, Trump e Puttin já foram
vítimas do Deep Fake. Celebridades como Ariana Grande, Cameron Diaz, Emma
Watson, Angelina Jolie e Miley Cirus são vítimas constantes em sites de pornografia,
vídeos utilizando seus rostos são facilmente encontrados.
A Faculdade de Washington promoveu um estudo e
publicou o vídeo em que o software após horas de análise conseguiu criar
movimentos labiais perfeitos do ex-presidente americano Obama. Uniram dois
vídeos diferentes, em um aproveitaram o áudio e em outro aproveitaram a imagem.
A rede neural recorrente aprende o mapeamento de recursos de áudio brutos para
formas de boca.
No caso do estudo usaram a voz original, mas
poderiam facilmente utilizar um imitador ou unir diferentes áudios para formar
uma frase. O que poderia acarretar graves problemas políticos de nível mundial.
O Twitter baniu qualquer conteúdo que promova o
assunto, como também vídeos que utilizem desta tecnologia. O site pornô, Pornhub,
também fez o mesmo, banindo qualquer vídeo que utilize esta tecnologia. No
Brasil, ainda não temos nenhuma iniciativa que impeça a proliferação de
conteúdo Deep Fake.
A falsificação de imagens e vídeos não é nenhuma
novidade, existem aplicativos para smartphones que facilmente mudam o rosto de
pessoas. No entanto, o ponto em questão é o realismo. A manipulação de imagens
e vídeos usando Inteligência Artificial pode se tornar um fenômeno de massa
perigoso.
Outro caso em que esta tecnologia está sendo usada
é a “pornografia de vingança” onde o rosto de pessoas comuns são aplicados em
vídeos de pornografia, para que alguma extorsão seja realizada.
A base desta aplicação usa o TensorFlow, do Google.
Uma biblioteca de código aberto para aprendizado de máquina aplicável a uma
ampla variedade de tarefas. É um sistema para criação e treinamento de redes
neurais para detectar e decifrar padrões e correlações, análogo à forma como
humanos aprendem e raciocinam. A concepção do TensorFlow jamais foi pensada em
possibilidades tão obscuras.
Neste ano de 2020, contaremos com eleições para
prefeitos e vereadores e certamente poderemos ter casos de Deep Fake sendo
usado no Brasil para denegrir a imagem de um determinado político.
Em relação ao mundo corporativo, o Deep Fake também
pode ser um grave problema. Vídeos falsos de presidentes de grandes corporações
podem ser espalhados com o objetivo de denegrir a imagem do indivíduo ou da
empresa. Até que a informação verdadeira seja revelada, um estrago enorme pode
ser feito afetando vendas, marketing,
relação com investidores entre outras frentes.
Por isso, é de extrema importância certificar-se da
procedência da mensagem antes de compartilhar e ter como base, fontes
confiáveis de notícias. A informação é a principal moeda do século XXI.
TRIWI
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