Estação pode não só
predispor a alergias e intoxicações, mas também aumentar a incidência de
pulgas, carrapatos, leishmaniose e leptospirose
Entramos na estação mais florida do ano,
a primavera. No entanto, esse período pode também predispor os pets à alguns riscos
e, por isso, Márcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico da MSD Saúde
Animal, traz seis dicas para que os tutores fiquem atentos e, assim, possam
garantir uma temporada saudável aos cachorros e gatos.
"A primavera é o período de transição da
estação mais seca para a época mais úmida e com maiores temperaturas. Essa
variação climática é propícia para os animais de estimação desenvolverem não
somente problemas dermatológicos, respiratórios, alergias e intoxicações, mas
também para que estejam mais suscetíveis a pulgas, carrapatos, leishmaniose e
leptospirose.", explica o médico-veterinário.
Pulgas e carrapatos
O aumento da temperatura ocasiona a
proliferação das pulgas e carrapatos e a melhor maneira de proteger os pets é a
utilização dos ectoparasiticidas. "Todos os animais estão suscetíveis a
esses ectoparasitas em todas as épocas do ano, dentro ou fora de casa, mas os
animais ficam mais propensos nesta estação. Por isso, é muito importante que o
tutor use produtos corretos com longa duração, de preferência até doze semanas
de proteção, e rápida eficácia", alerta Marcio Barboza.
Leishmaniose
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS), o Brasil é líder nos casos da doença no continente americano,
representando aproximadamente 96% do total de casos. A propagação da
leishmaniose acontece a partir da picada do mosquito-palha infectado pelo
protozoário Leishmania chagasi. O inseto infectado pode picar não somente o
cão, mas também as pessoas com quem ele convive, por isso é importante proteger
o animal e, consequentemente, toda a família, sendo em área endêmica ou não.
"A principal maneira de garantir a
prevenção é o uso da coleira que após a sua colocação no pescoço do cão, começa
a liberação do seu princípio ativo, a Deltametrina. Além disso, vale a atenção
com os cuidados básicos como manter o local do pet limpo e com telas
anti-mosquito na janela para manter o mosquito afastado", explica o
médico-veterinário.
Leptospirose
A combinação de calor com chuva, que é muito
comum nessa época do ano, também contribui para o aumento dos casos de
leptospirose, adquirida principalmente pelo contato com a urina infectada de
ratos e cães. A principal forma de prevenir essa doença é por meio da vacinação
contra os principais tipos de leptospiras presentes no Brasil.
Além disso, assim como a leishmaniose, é muito
importante a higienização dos lugares em que os pets ficam. No entanto, após a
vacinação, o principal cuidado é não deixar ração em local aberto para que
ratos não sejam atraídos. A melhor forma é fornecer a alimentação em horários
específicos e retirar os pratos na sequência.
Plantas e flores
A estação florida traz esse alerta aos
proprietários dos cachorros e gatos, principalmente aqueles que possuem jardins
em sua casa e as flores podem ser atrativo como petisco aos animais. No
entanto, é preciso estar alerta pois algumas plantas são consideradas tóxicas e
devem ser evitadas como por exemplo a azaleia, copo de leite, mamona,
bico-de-papagaio, costela-de-Adão, comigo-ninguém-pode e hortênsia.
Adubos industrializados ou orgânicos também são
extremamente perigosos, tanto pela possibilidade de ingestão pelos animais
quanto por atrair insetos como aranhas, abelhas, sapos, rãs, formigas, algumas
lagartas, cobras e escorpiões, que chamam a atenção do animalzinho e podem
feri-lo.
Alergias dermatológicas
A primavera é o período da troca de pelo dos
animais e, com isso, há uma maior tendência a apresentar doenças de pele, como
dermatites. Por isso, é essencial prestar atenção se a pelagem está caindo mais
do que o normal. "Existem diversas dermatites e só um médico-veterinário
vai poder identificar a causa e o melhor tratamento. Mas é importante saber que
essas alergias podem ocorrer por picadas de pulgas e carrapatos, pólen das flores
e até reações alérgicas a alimentos e medicamentos", reforça Marcio
Barboza.
As alergias na primavera são mais propensas
pelo fato de que a pelagem fica mais espessa, pesada, deixa a pele mais
sensível, e os subpelos que nascem para proteger os animais na baixa
temperatura são substituídos por um pelo mais leve e curto. Com a troca a pele
fica mais sensível podendo desencadear, com maior facilidade, eritemas
(vermelhidão), pústulas (infecção bacteriana secundária), prurido (coceira) ou
outros sinais dermatológicos mais graves.
Curta a primavera!
A primavera é uma estação linda, e tomando os
cuidados necessários o período pode ser muito saudável para o pet. No entanto,
se o tutor identificar algo estranho com o animal, a melhor recomendação é a
ida ao veterinário para que ele possa identificar o problema e utilizar a
melhor estratégia para o tratamento.
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