As micro e pequenas empresas do setor de serviços são as que mais vêm sofrendo impacto da pandemia do coronavírus
Uma pesquisa realizada pela Grant Thornton Brasil,
empresa especializada em consultoria e auditoria, com 402 empresas, sobre os impactos
da pandemia nas organizações, apontou que 43,78% das empresas pesquisadas não
estavam preparadas para a crise gerada pela Covid-19. Deste universo, 62% são
micro e pequenas empresas, 41% de médias empresas e 31% de grandes empresas.
Segundo os analistas, tal desproporção está
associada ao acesso ao crédito e ao nível de organização das empresas, ou seja,
as que dispunham de ferramentas de gestão capazes de se adaptar com relativa
rapidez a cenários adversos, sofreram menos.
Com relação aos setores da economia, o mais
atingido foi o de serviços, no qual 47% das empresas não estavam preparas. “O
resultado não surpreende, pois nesta categoria encontram-se as empresas mais
atingidas pelas restrições impostas pela pandemia, que deverão enfrentar o desafio
de adaptar-se à nova cultura organizacional, juntamente com a necessidade de se
investir na pós-retomada”, afirma Hugo Luna, Líder de Transações da Grant
Thornton Brasil.
“As empresas mais impactadas, que tiveram uma
redução de mais de 50% no volume de negócios, corresponderam a 17% da população
pesquisada. Por outro lado, 41% das empresas indicaram um baixo impacto (até
5%), possivelmente beneficiadas pelas medidas governamentais em função da
pandemia, como postergação de impostos, redução de folha, suspensão de
pagamento de dívidas etc.”, avalia João Rafael, sócio líder da área de Capital
Markets da Grant Thornton Brasil.
Micro e pequenas empresas do setor de serviços
registraram as maiores quedas nos negócios:
Com relação à perspectiva de investimentos, 50% das
empresas esperam uma redução de pelo menos 20% em seu ritmo. A pesquisa revela
também certa cautela nos investimentos em fusões e aquisições (M&As), já
que 35% das empresas demonstraram interesse em buscar um crescimento inorgânico
neste momento.
Retomada da
Economia
Há uma tendência a acreditar que o período de
recuperação dos impactos da Covid-19 deve ocorrer em pelo menos um ano,
previsão feita por 66% das respondentes. E essa expectativa é relativamente
compartilhada por empresas de todos os portes e de todos os setores.
Entre os principais desafios
observados e lições aprendidas durante essa crise, a grande maioria dos
respondentes indicou a elaboração de um cenário pós-crise como
o principal desafio a ser enfrentado. A afirmação foi feita por 164 de um total
de 402 empresas pesquisadas. E a maior dificuldade em elaborar esse cenário foi
detectada, sobretudo, nas micro e pequenas empresas do setor de serviços.
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