Projeto educativo criado pelo LinkedIn e Think Eva e intitulado "Trabalho sem Assédio", orienta como identificar casos no ambiente de trabalho. Mulheres negras e pardas e de baixa renda são as principais vítimas
O
LinkedIn e a consultoria de inovação social Think Eva apresentam hoje o
resultado de pesquisa que traça o cenário do assédio sexual em ambientes
profissionais on e offline. O resultado dá início a um projeto de
promoção de um ambiente de trabalho seguro para mulheres dentro e fora da
internet. A pesquisa inédita também priorizou a perspectiva racial e econômica
para a busca de insights e traz como foco as mulheres, uma vez que o maior
número de ocorrências se dá neste gênero. Entre os dados apresentados, uma em
cada 6 vítimas pede demissão do trabalho após passar por um caso de
assédio.
A
consultoria ouviu 381 mulheres usuárias de internet no Brasil para uma
avaliação quantitativa e análise de percepção sobre como os casos de assédio
são detectados e tratados. A análise ocorreu no início do ano, antes da
pandemia instaurada por conta da Covid-19. De lá pra cá, o isolamento social
não fez calar essa questão, ao contrário, enquanto muitos ambientes
profissionais deixaram suas atividades presenciais, as mulheres continuaram
sendo suscetíveis ao assédio no contexto online. O LinkedIn registrou, durante
a pandemia, níveis recordes de engajamento, com crescimento 55% nas conversas
entre os usuários na plataforma reagindo, comentando, compartilhando e
respondendo a comentários. Com o incremento do diálogo, também houve
manifestações de mensagens contendo assédio, cujos responsáveis são encorajados
pela sensação de proteção que a tela do computador lhes dá.
"Mais
do que falar, queremos trazer a discussão para um nível de consciência e de
quebra de um mercado profissional que pouco age em casos de denúncia. Temos
como objetivo chamar lideranças empresariais e vozes relevantes nas redes
sociais a assumirem um compromisso público e aberto de combate ao assédio no
ambiente de trabalho, conclamando para a adoção de ações preventivas de
contenção e proporcionando, assim, um ambiente mais seguro", afirma Ana
Plihal, executiva de soluções de talentos e líder do Comitê de Mulheres do
LinkedIn Brasil.
Mais de
95% das entrevistadas no estudo afirmam saber o que é assédio sexual no
ambiente de trabalho, mas pouco mais de 51% falam com frequência sobre o tema.
Neste universo de discussão, a maioria (54%) é de mulheres pretas ou pardas
(seguindo nomenclatura oficial do IBGE) com renda entre dois e três salários,
das regiões Nordeste e Centro-Oeste. Quase a metade das entrevistadas já sofreu
alguma forma de assédio sexual no ambiente de trabalho (47,12%).
"O
assédio sexual era, até pouco tempo, naturalizado e legitimado no ambiente de
trabalho. Graças a muitas mulheres e campanhas comprometidas com tal questão,
esse comportamento foi exposto à sociedade pelo que ele realmente é: uma
violência de gênero que traz danos profundos e traumas irreversíveis para as
profissionais. Mas, com esta pesquisa inédita, fica claro que os ambientes
profissionais ainda encontram dificuldades em assumir sua parte nessa mudança
cultural. Ao fechar os olhos para este problema, reproduzem os mesmos
comportamentos que, direta ou indiretamente, protegem o agressor e reforçam um
cenário perverso em que ele, por sinal, é o único que não sai perdendo. A
vítima é revitimizada e excluída do mercado, a própria empresa perde talentos e
a diversidade de seu corpo de funcionários, e a comunidade segue vendo a
violência ser perpetuada" , destaca Maíra Liguori, diretora de impacto da
Think Eva.
O
resultado mostra também que, apesar do aumento das conversas públicas sobre o
tema, o entendimento sobre o que caracteriza assédio ainda é muito literal,
associado à violência física apenas. Entre as consequências do assédio
relatadas, as vítimas afirmam sentir raiva e nojo, sentimentos seguidos pela
sensação de impotência e humilhação. Trata-se de um problema de larga escala
(atinge uma em cada duas mulheres).
O
silêncio ainda é o maior desafio, apenas 5% das mulheres recorre ao RH das
empresas para reportar um caso. O baixo índice de queixas está associado ao
senso de impunidade, ineficiência de políticas internas e ao medo, além do sentimento
de culpa pelo assédio sofrido.
O
levantamento mostra que, apesar de haver um debate da sociedade, no universo do
trabalho, o que se vê é a reprodução de comportamentos que privilegiam o
assediador e culpabilizam as vítimas. Perguntadas sobre quais caminhos podem
levar a uma solução, as respondentes apontam:
·
Adotar tolerância zero para os casos de assédio denunciados
·
Responsabilizar os agressores
·
Monitorar constantemente os casos e as estatísticas
·
Ouvir e acolher as vítimas
·
Assumir publicamente o seu papel na luta contra o assédio
·
Atribuir maior responsabilidade às empresas para conter o
assédio.
A
campanha de educação, cocriada entre o LinkedIn e a Think Eva, conta ainda com
o lançamento de um vídeo para demonstrar quais
comportamentos não são considerados profissionais e também peças onlines
mostrando como denunciar esse ato antiprofissional na plataforma. O LinkedIn
apresenta em sua ferramenta
de denúncia uma opção dedicada ao registro de assédios
como meio de garantir a segurança e privacidade dos usuários contra
comportamentos indesejáveis.
Veja a
pesquisa completa aqui
Metodologia
Este estudo,
realizado pela Think Eva, contou com o recrutamento de entrevistadas do
instituto NetQuest, no sentido de garantir uma amostragem científica
representativa, sendo 414 respondentes e 381 entrevistas completas. A apuração
possui 99% de índice de confiança 7% de margem de erro. (o Índice de
confiança e margem de erro são calculadas com base no universo de mulheres de 18
a 60 anos que acessam a internet).
LinkedIn
https://www.facebook.com/linkedinbrasil
https://twitter.com/linkedinbrasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário