De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com um transtorno mental
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) braço da Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 bilhão de pessoas
vivem com um transtorno mental, 3 milhões de pessoas morrem todos os anos
devido ao uso nocivo do álcool e uma pessoa morre a cada 40 segundos por
suicídio. O cenário da pandemia, afetou bilhões de pessoas em todo o mundo por
conta da COVID-19, que vem causando um impacto adicional na saúde mental das
pessoas.
De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus,
diretor-geral da OMS, já é possível ver as consequências da pandemia de
COVID-19 no bem-estar mental das pessoas e isso só é apenas o começo. Para
evitar isso, é preciso assumir compromissos sérios para aumentar o investimento
em saúde mental desde já, as consequências para a saúde, sociais e econômica
tendem a ser de longo alcance.
Segundo Dra. Edwiges Parra, psicóloga
organizacional, especialista em Recursos Humanos e fundadora da EMIND
Mente Emocional, os países gastam em média apenas 2% de seus orçamentos de
saúde em saúde mental. Apesar de alguns aumentos nos últimos anos, a
assistência internacional ao desenvolvimento para a saúde mental nunca excedeu
1% de toda a assistência ao desenvolvimento para a saúde.
"É fato de que para cada US$ 1 investido em
tratamento intensivo para transtornos mentais comuns, como depressão e
ansiedade, há um retorno de US$ 5 em melhoria da saúde e produtividade. Com a
pandemia atendo diariamente pacientes com dificuldade de ser produtivo,
dormir bem e queixas de cansaço. Aqui faço um alerta, Cuidado! Para estes
sintomas que persistem em se fazerem presentes, algo está errado e por estar se
aproximando de um estresse crônico o que podemos considerar como uma hipótese a
ser investigada, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento
Profissional", destaca Dra. Parra.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), define o
termo “Burnout” como uma síndrome que resulta de um estresse crônico no local
de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.A síndrome foi oficializada
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2019 como uma síndrome crônica.
Enquanto um “fenômeno ligado ao trabalho”, incluindo-a na nova Classificação
Internacional de Doenças (CID11), que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de
2022. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde)
A síndrome pode ser identificada à partir de 3
dimensões:
- Sentimentos
de exaustão ou esgotamento de energia;
- Aumento
do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de
negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
- Redução
da eficácia profissional.
Segundo dados da Secretaria de Especial de
Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o
crescimento de benefícios de auxílio-doença com a CID 10 Z73 chegou a 114,80%.
O número de benefícios pulou de 196 para 421. "No contexto atual, o que já
sabemos que a síndrome deverá atingir diversos profissionais no pós-pandemia,
mas confesso que já estou vendo isso acontecer pelos pacientes antigos e novos
que atendo em meu consultório ou nas ações corporativas, baseado nos relato das
pessoas sobre o que mudou no seu estilo de vida e como isso vem afetando
negativamente", explica Dra Parra.
O que precisamos saber parar prevenir e cuidar do
bem-estar mental?
SINTOMAS MAIS COMUNS DA SINDROME DE BURNOUT
- Distúrbios do sono;
- Dores
musculares e de cabeça;
- Irritabilidade;
- Alterações
de humor;
- Falhas
de memória;
- Dificuldade
de concentração;
- Falta
de apetite;
- Agressividade;
- Isolamento
– nos estágios iniciais parece que o indivíduo evita o contato com as
demais pessoas; porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver
irritabilidade no contato com outras pessoas;
- Estado
de humor deprimido
- Pessimismo
e baixa autoestima;
- Sentimento
de apatia e desesperança – este é um dos sintomas que mais leva aos
Diagnósticos errados da doença;
- Irritabilidade
exagerada – a irritabilidade acaba surgindo devido ao sentimento de
Pessimismo e baixa autoestima, achando que aquilo que se faz não é bom o
suficiente.
- Perda
de prazer – inicia-se como algo simples, mas gradativamente torna-se
evidente – como a perda de prazer por comidas ou atividades que antes
gostava de praticar, momentos com a família, etc.
- maior
suscetibilidade à doenças – como a síndrome de burnout mexe com o físico e
também com o psicológico, acaba baixando a imunidade da pessoa, tornando-a
mais suscetível ao aparecimento de doenças oportunistas.
COMO IDENTIFICAR?
A síndrome acaba sendo confundida muitas
vezes, com outros problemas emocionais, isso porque os seus sintomas
também estão presentes em outras patologias mentais.
Portanto, se faz necessário prestar atenção em
muitos detalhes, sendo que o diagnóstico só deve ser feito por um profissional
especializado como psicólogo ou psiquiatra.
PREVENÇÃO
A prevenção pode se dar por práticas simples e
prazerosas, desde que você também assuma esse compromisso (Accountability
pessoal) com o seu autocuidado, aliás os cuidados com sua saúde você não deve
delegá-la a terceiros e muito menos negligenciar-se.
Aqui as competências organização, planejamento,
engajamento, disciplina e regularidades são fundamentais para você garantir
longevidade e sustentabilidade com sua saúde como um todo.
Então vamos lá:
Práticas de exercícios físicos - Parte
dessa condição acaba causando problemas físicos, isso sem mencionar as tensões
musculares que muitas vezes impedem até mesmo a locomoção.
Pausas para o lazer – Bons
para relaxar a mente e o corpo, seja na prevenção como no tratamento.
Meditação – Auxilia no controle dos
níveis de estresse, bem como reaprender a respirar. Isso significa ter melhor
manejo dos seus estados emocionais de volta e não aderir às exigências externas
e internas de imediatismo.
Cuidado do “chicote interno” – Ou seja,
cobrança excessiva consigo mesma (o), seja orientado pela busca da perfeição ou
por suas crenças rígidas baseadas em medos do que os outros vão pensar sobre
você, em diversas situações.
Organizar e reorganizar sempre que necessário – seus
dias e tarefas no trabalho podem ajudá-la (o) no momento de pegar mais leve nas
tarefas e então manter a calma, evitando assim que você venha a se
sobrecarregar.
Faça uso de suas folgas e férias - Todo mundo
precisa descansar. Pare de adiar as suas! Organize-se e aproveite os dias de descanso
como melhor convier. Viaje, leia os livros que sempre quis, assista muitos
filmes. Se preferir, não faça nada.
O importante é se desligar do trabalho para
conseguir relaxar a mente e o corpo. Acredite: o mundo não vai acabar se você
descansar um pouco.
Nutra bem seu organismo – Uma boa
alimentação rica em nutrientes, já tem inúmeras eficácias quanto ao equilíbrio
do organismo, seja para imunidade como também para o bom funcionamento dos
neurotransmissores do bem-estar, como dopamina, endorfina, serotonina e
oxitocina.
Conheça seus limites - Não tente
abraçar o mundo ou tapar todas as lacunas no trabalho. Fuja de metas abusivas e
do excesso de autocobrança. Reconheça até onde pode ir e quais são os fatores
que podem lhe ajudar a conseguir chegar no seu objetivo. Esforce-se para
separar as demandas pessoais das cobranças do trabalho e, principalmente, não
abra mão da sua vida social.
E por fim, a promoção da saúde mental é
responsabilidade de todos e o momento exige mais ações concretas e efetivas.
Assim como nós em paralelo, devemos estar mais responsivos no exercício do
autocuidado e no gerenciamento de nosso bem-estar mental.
Edwiges Parra - Psicóloga
Organizacional, Terapeuta Cognitiva-Comportamental, Instrutora de de
Mindfullness MVCT-D e fundadora da EMIND Mente Emocional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário