A incidência de doenças crônicas e incapacitantes
cresce à medida em que a população envelhece. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), hoje, mais de 50 milhões de pessoas sofrem com distúrbios
neurodegenerativos, ou seja, com doenças que afetam os neurónios do cérebro
humano. E, a estimativa para 2050, é que esses casos tripliquem, chegando a 152
milhões.
O
Alzheimer e o Parkinson são exemplos desses transtornos. Nessas circunstâncias,
a deterioração progressiva e a morte dos neurônios afetam a coordenação e o
controle dos movimentos e atividades do organismo, causando problemas de
mobilidade, da função mental e outros.
Infelizmente,
ainda não há medicamentos que curem essas doenças e os tratamentos mais usados
para combater esses males, envolvem altas doses de remédios. Mas, apesar disso,
as dores, a incapacidade de interação e a perda da identidade continuam.
Uma
alternativa para lidar com esses transtornos, que tem se mostrado, cada vez,
mais eficaz, é a utilização de medicamentos à base do canabidiol (CBD). Em
2017, a Revista de Ciências Médicas e Biológicas, da Universidade Federal da
Bahia, publicou um estudo do potencial neuroprotetor, antioxidante e
anti-inflamatório do CBD. Após análise de dez terapias com a substância em
pacientes com doenças neurodegenerativas, notou-se que o CBD equilibra os
fatores relacionados à toxicidade celular, impedindo a morte gradual dos
neurônios.
Um
case que ilustra na prática, os benefícios desse tipo de tratamento é o do
empresário goiano, Ivo Suzin. Diagnosticado com Alzheimer aos 52 anos, ele usou
medicamentos convencionais por cinco anos e, no final de 2018, ficou mais
agressivo e incapaz de exercer atividades essenciais, como mastigar. Diante
disso, o filho, Filipe, que já pesquisava sobre terapias com óleos à base da
canabis medicinal, importou o composto. Os resultados apareceram três meses
depois. Ivo reconheceu a família, voltou a ser mais alegre e a querer
comer. Faz um ano que ele é tratado com o óleo à base de CBD e agora, ele não é
mais agressivo, caminha, se alimenta sozinho, dorme bem e tem entendimento das
coisas. Isso ocorre, porque o canabidiol tem uma ação neuroprotetora, que inibi
processos inflamatórios que lesam, de forma crônica, o tecido nervoso, contendo
o avanço da doença.
Embora
os resultados do tratamento com a canabis medicinal sejam favoráveis, é
importante frisar que o CBD não exclui o uso dos medicamentos tradicionais, uma
vez que a substância não cura a doença e, sim, contém sua evolução, melhorando
a qualidade de vida. Assim como qualquer tratamento, a terapia com CBD deve ser
recomendada e acompanhada por médicos.
Gabriela Gonçalves - Diretora médica da Ease Labs
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