Você
sabia que a campanha Novembro Azul teve início em 2003, na Austrália, com um
grupo de amigos que deixaram o bigode crescer? O que era considerado fora de
moda na época tinha como objetivo chamar a atenção exclusivamente para a saúde
masculina. Desde então, no mês de novembro é realizada a conscientização
mundial para prevenção de doenças masculinas, com enfoque na prevenção e no
diagnóstico precoce do câncer de próstata.
A
próstata é uma glândula que só o homem possui e localiza-se na parte baixa do
abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Produz parte do sêmen,
líquido espesso que contém os espermatozoides, liberados durante o ato sexual.
O
órgão envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na
bexiga é eliminada, por isso os primeiros sintomas do tumor são a dificuldade
de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da
urina, dentre outros. Na fase inicial, por apresentar poucos sintomas, o câncer
de próstata pode evoluir e, quando o homem procura atendimento por apresentar
os sinais e os sintomas já estão em fase avançada, a cura é dificultada. Na
fase avançada, os sintomas são: dor óssea; dores ao urinar; vontade de urinar
com frequência, e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Os
homens que possuem histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio),
devem se preocupar com esse fator de risco. Os homens negros têm maiores
propensões de desenvolver a doença, e a obesidade também é um fator de risco a
ser considerado.
Os
tumores de próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros
órgãos e podendo levar à morte. Contudo, a grande maioria aumenta de forma tão
lenta, sem chamar a atenção, um dos fatores que faz com que muitos homens
negligenciem sua saúde. Com a falta de sinais e sintomas, a tendência é que
eles não busquem atendimento, prejudicando o tratamento e a sobrevida. Por essa
razão é importante fazer exames anuais de próstata.
A
doença poderá não apresentar nenhum sintoma em sua fase inicial, porém, quando
manifestados, os mais comuns são: dificuldade de urinar, diminuição do jato de
urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Na fase mais
avançada, o homem poderá ter dores nos ossos, sintomas urinários, e até mesmo
infecção generalizada ou insuficiência renal.
A
identificação da doença pode ser feita pelo exame de toque retal e de sangue,
em que é avaliada a dosagem do PSA, o chamado Antígeno Prostático Específico.
No
Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo
os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A enfermidade é
considerada um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos
no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O INCA estima que para cada ano do
biênio 2018/2019 sejam diagnosticados 68.220 novos casos de câncer de próstata
no Brasil. É a segunda principal causa de morte por câncer em homens.
Homens
a partir dos 50 anos devem procurar um serviço de saúde para realizar exames de
rotina. O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas limitações:
somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. É
recomendável fazer o exame PSA, que pode identificar o aumento de uma proteína
produzida pela próstata, o que seria um indício da doença. Para um diagnóstico
preciso, é necessário analisar parte do tecido da glândula, obtida pela biópsia
da próstata.
Caso
a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até
tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se
espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia
hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e
definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios.
Ivana
Maria Saes Busato - coordenadora do Curso de Gestão Hospitalar do Centro
Universitário Internacional Uninter.
Cristiano
Caveião - coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gerontologia – Cuidado
ao Idoso do Centro Universitário Internacional Uninter.
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