Os dados sobre Violência Escolar produzidos a
partir da consulta a diretores e professores na Avaliação Nacional de
Rendimento Escolar, realizada pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP), do Ministério da Educação (MEC), divulgados em setembro deste
ano são alarmantes.
O estudo mostra que ocorreram 22.229 casos de
furto, sendo 5.504 diretores ou professores lesados, além de 8.054 de atentados
à vida. Além disso, cerca de 54,6% das escolas brasileiras situam-se em áreas
com iluminação precária. Sem contar casos de atentados como aconteceu
recentemente em Suzano, na região metropolitana de São Paulo. E engana-se quem
pensa que estes casos só pertencem à realidade das escolas localizadas em
locais de maior vulnerabilidade social.
Claro que a supervisão humana nunca deixará de ser
necessária, mas, hoje, existem recursos acessíveis que podem ser utilizados
para o controle de acesso em uma portaria e para acompanhamento e fiscalização
dos alunos pelos pais e responsáveis, tudo através de uma Central Inteligente
de Monitoramento que recebe eventos de gatilhos pré-estabelecidos.
Podemos citar, por exemplo, softwares de
inteligência artificial integrados na nuvem. Com eles integrados às câmeras de
segurança, é possível transmitir a mesma imagem mostrada na portaria para
aplicativos restritos. Todo armazenamento do monitoramento é realizado em
ambiente seguro e criptografado, protegendo a integridade dos dados e
disponibilizando acesso somente para quem é permitido.
Também chama a atenção que em todas as perguntas
sobre violência dura – aquelas previstas no Código Penal, como atentado, ameaça
e roubo – quase metade dos diretores e professores não responderam. Pode-se
conjeturar que existe medo de responder este tipo de pergunta, por temor a
represálias e, na maioria das vezes, os testemunhos ficam inviáveis, bem como
não existem imagens que comprovem o ocorrido.
Com recursos de inteligência artificial, sensores
de áudio e câmeras de vigilância são instalados nos locais que se deseja
monitorar e passam a detectar ruídos fora da normalidade que indiquem situações
de risco. O sistema detecta com precisão a origem do evento sonoro e direcionam
as câmeras de vídeo para aquele ponto exato, permitindo a gravação da cena.
Quanto aos analíticos de imagens, existe a possibilidade de verificar cenas de
violência ou pessoas portando armas de fogo. Tudo sendo monitorado por uma
Central, que recebe todos estes eventos em tempo real com procedimentos
definido para cada um deles. Reconhecimento facial é outra ferramenta de gestão
de acesso.
É preocupante também saber que existiram 10.984
casos de alunos que frequentaram a escola portando arma branca (facas,
canivetes etc.) e 1.685 que frequentaram a escola portando arma de fogo. Isso
poderia ser drasticamente suprimido com analíticos que contam com algoritmos de
detecção de armas.
Existem alternativas e o poder público parece estar
atento a elas. Vale ressaltar o Projeto de Lei (PL) 2.256/2019 para inclusão na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que segue para votação final na
Comissão de Educação (CE). Entre as medidas sugeridas para aperfeiçoar o
esquema de segurança nas escolas, estão: desenvolvimento de mecanismos de
controle de entrada e saída de pessoas por meio de recursos tecnológicos que a
instituição julgar mais convenientes e adequados à sua realidade.
O desafio é grande? Sim, muito. Mas com a união das
pessoas e do Governo, tendo como uma forte aliada a tecnologia, é possível avançarmos
de forma definitiva e melhorarmos estes dados.
Mauricio Ciaccio - diretor comercial para as
regiões Sul e Sudeste da Avantia Tecnologia e Engenharia, empresa especializada
em soluções inovadoras para o mercado de videomonitoramento. Mauricio Ciaccio é
graduado em Publicidade e Propaganda, com MBA em Vendas e Marketing. Ao longo
de sua trajetória profissional, acumula mais de 30 anos de experiência no
mercado de Segurança Eletrônica, onde ocupou cargos de liderança, sendo
presidente da Associação das Empresas de Segurança Eletrônica de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário