Comemorações de final de ano podem ser gatilhos para depressão
profunda
Reuniões de
família, encontro com amigos, festas de confraternização. Todos esses eventos
fazem parte de um ritual anual. São as festividades para encerrar o ano e
iniciar um próximo mais feliz e próspero. Para muitos, essa vibração de alegria
é contagiante e animadora, traz felicidade e bem-estar. Para outros, a
proximidade das festas é sinônimo de angústia, depressão e medo. Medo da
solidão!
“Sofrer ao
sentir-se só é uma questão muito atual. Existem pessoas que precisam estar
ocupadas e distraídas o tempo todo. O simples fato de se perceberem sozinhas é
angustiante. E isso se agrava com a proximidade do final do ano. Esse é um caso
específico. Porém, existem diferentes tipos de solidão. A solidão de quem está
longe da família; a solidão de quem não tem família nem amigos; a solidão de quem
não pode mostrar fragilidade, que leva à insegurança, medo, entre outros.
Assim, como cada indivíduo tem características próprias, o mesmo ocorre com
essa sensação. Não podemos nos esquecer que cada um tem a sua própria e
particular visão de mundo ideal”, explica o psiquiatra especializado em
medicina psicossomática e hipnose dinâmica, Leonard Verea.
O médico afirma
ainda que a solidão tem suas particularidades e que não é raro sentir-se só em
meio à multidão. “Solidão é algo que diz respeito a nós mesmos, a forma de como
encaramos a vida e de como criamos a relação de complementaridade com a vida
versus a relação de competitividade. Podemos nos sentir tremendamente sozinhos
no meio da multidão, se não nos identificamos com ela; assim como podemos nos sentir
muito bem sozinhos, se precisamos daquele momento de reflexão para entrar em
equilíbrio conosco e com a vida. É preciso compreender que a solidão é natural
e perfeitamente saudável. O ser humano precisa de momentos solitários para
fazer uma autorreflexão sobre seus atos, descansar e até mesmo dar valor aos
seus relacionamentos. Neste caso, a solidão é muito saudável e bem-vinda”, diz
Verea.
Lidar com essa
sensação, muitas vezes devastadora, em uma noite de Natal ou na virada do ano,
é que se torna um grande desafio. O psiquiatra garante que o tratamento
psicológico acompanhado da hipnose clínica são grandes aliados nesse momento.
“Quando não conseguimos enfrentar e vencer este sentimento, sentimo-nos cada
vez mais frágeis e expostos às intempéries da vida; portanto, menos imunes,
fortes, resistentes às doenças. Começamos a alimentar uma baixa autoestima,
gostando e nos aceitando cada vez menos, nos tornando cada vez mais impotentes,
chegando à depressão física e emocional. A cura pode estar no aconselhamento
profissional especializado. A medicina dispõe de inúmeros recursos sendo que o
compromisso do médico é amenizar a dor. A medicina psicossomática e a hipnose
estão aí para ajudar fortemente na questão”, finaliza Verea.
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