Alguns detalhes importantes podem passar
despercebidos, como o excesso de estímulos visuais em sala de aula, que pode
prejudicar a aprendizagem
Selecionar a escola onde o filho irá
estudar não é uma tarefa fácil, e requer atenção aos detalhes para escolher o
melhor ambiente. Quando se trata de crianças com necessidades educacionais
especiais, esse cuidado deve ser ainda mais apurado.
Para iniciar a procura do local, os pais
precisam saber que a Constituição Federal, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação), a Lei Federal n0 7853/99 e a Resolução
do CNE/CEB nº 2/2001 preveem a inclusão educacional desses alunos em
classe regular, ou seja: é um direito constitucional. Contudo, muitas escolas
não estão preparadas para fazer o atendimento especializado e acabam por
indicar outra instituição para receber a criança.
É fundamental que a família entenda que a
escola é um local fértil para o desenvolvimento infantil, onde habilidades de
autonomia, socialização e comunicação são vivenciadas intensamente.
E agora: como escolher a melhor escola
para uma criança com necessidade educacional especial? A pedagoga especialista em Educação Especial e Inclusiva Grazielle
Tavares, do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE), dá dicas
muito úteis:
1-
Os valores da família devem estar claros
para que não entrem em conflito com as concepções propostas pela escola. Busque
informações no site ou recomendação de pais que já frequentam a instituição.
2-
Seja prático, pesquise escolas próximas
para não complicar a sua rotina. Caso não seja possível, opte por alternativas
nas redondezas.
3-
Marque uma reunião com a pedagoga para
esclarecer as suas dúvidas.
4-
Fique atento ao tratamento dispensado. É
fundamental que haja acolhimento e que seja humanizado.
5-
Observe a estrutura física, ela revela o
modo como o ensino é realizado. Verifique se há rampas de acesso e se os
banheiros são adaptados. Caso o ano letivo já tenha iniciado, veja se as
produções criativas são realizadas pelas crianças.
6-
Fique atento ao espaço interno e externo.
Muitos estímulos são prejudiciais para o conforto de algumas crianças com
necessidades educacionais especiais.
7-
Repare nos brinquedos: a criança deve ter
contato com diversidade de materiais.
8-
Analise se há uma biblioteca e se nela há
títulos variados; questione se os alunos podem emprestar livros e como são
realizadas as práticas de leitura.
9-
Observe se há um olhar individualizado e
respeitoso; pergunte se outras crianças com necessidades educacionais especiais
estão matriculadas e como é feita a inclusão. Caso o seu filho (a) seja o
primeiro (a), veja se há interesse em atendê-lo. Fique muito atenta à fala dos
profissionais para nortear sua decisão. Se perceber que falta interesse, o melhor
é buscar outra escola (ainda que dê trabalho!)
10-
Verifique se há interesse em fazer
parceria com a equipe multidisciplinar da clínica terapêutica em que seu filho
é atendido.
11-
Veja como é o método de ensino da
instituição, se ele se enquadra nas possibilidades de seu filho e abarca seus
valores pessoais.
12-
Questione sobre o perfil profissional dos
professores que atuam na escola. Verifique suas formações acadêmicas e se a
escola propicia formação continuada, e como os docentes são orientados em caso
de alunos com inclusão.
13-
Indague sobre como é realizada a
adaptação do aluno e se há um período pré-determinado para ela.
14-
Veja qual é o melhor meio de comunicação
com a escola. Há instituições que usam WhatsApp, enquanto outras utilizam a
agenda.
15-
Caso esteja em dúvida entre algumas
escolas, leve seu filho ao local, e ele demonstrará qual agrada mais.
16-
É imprescindível entender que a escola
inclusiva dá possibilidades para a criança se desenvolver.
CERNE - Centro de Excelência em
Recuperação Neurológica
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