Você sabe o que acontece quando levamos o conceito de protagonismo
para dentro da realidade escolar?
O protagonista é sempre aquele personagem considerado o centro das
atenções e, na educação, isso não é diferente. Trabalhar o protagonismo do
estudante é colocá-lo no centro do processo de aprendizagem, empoderando este
jovem a utilizar seus conhecimentos, inclusive fora do ambiente escolar.
Quer saber como desenvolvemos os nossos estudantes para este protagonismo?
Confira.
Você sabe o que é protagonismo juvenil?
Historicamente, nos modelos mais tradicionais de sala de aula, o
professor se situava no centro da experiência, o detentor do conhecimento. A
consequência desse sistema mais antigo é que os estudantes nele são levados a
assumir um papel passivo, no qual apenas memorizam o conteúdo para as provas.
Mas o aprendizado real vai muito além disso.
Como enfatiza Lu Gama, nossa articuladora pedagógica, o
aprendizado só se dá quando aquele conhecimento adquirido muda a nossa vida, ou
seja, só é possível quando os estudantes de fato se interessam pelo conteúdo e
se engajam com ele. No entanto, a atuação do estudante é bastante limitada
dentro do modelo tradicional. É preciso que a escola crie um espaço propício
para que os estudantes possam assumir o papel de protagonistas do seu
aprendizado.
Mas o que significa ser protagonista do
próprio aprendizado?
“Aqui no Elvira é como se disséssemos: ‘professor, eu não quero
que você me diga como você ensina isso. Eu quero que você me diga como o
seu estudante aprende’. Os nossos educadores não estão em posição de
alguém que sabe tudo e repassa seu conhecimento, mas sim se apresentam como
facilitadores, que estão lá para entender como os estudantes aprendem para então
agirem de acordo, adaptando-se às suas necessidades. Todos os professores e
educadores do Elvira fazem um curso de facilitação de grupo a fim de
capacitá-los para atuarem dessa forma”, explica Lu.
Isso quer dizer que, se nas formas mais tradicionais, os professores
ditam e os estudantes memorizam, numa abordagem que preza o protagonismo o que
acontece é que os estudantes se engajam com os conteúdos e os educadores os
auxiliam. Assim, a tomada de protagonismo pode ser compreendida como uma
descentralização do professor no processo educativo.
Como desenvolvemos nossos jovens líderes?
Na prática, o protagonismo implica uma mudança nas estratégias
empregadas.
Por exemplo, no caso da educação infantil, diz Lu Gama, “o
professor entende o que o estudante daquela fase precisa desenvolver e então
cria a oportunidade para isso. Ele não diz ‘vou alfabetizar usando o método
tal’ e sim: ‘como que a criança aprende a ler e a escrever?’”.
No caso do ensino médio, é preciso romper com a mentalidade do ‘eu
ensino isto desta maneira, independente de o estudante absorver ou não o
conteúdo’. Assim, o processo educativo passa a ser construída como um diálogo,
num ato de cocriação entre os educadores e os estudantes.
Existe uma ideia de que colocar o estudante no espaço de protagonista
significa permitir que ele faça o que bem quiser, o que poderia colocar em
risco a autoridade dos pais. Mas, essa é uma ideia bastante equivocada. “O
protagonismo não é egocentrismo, nem mimar o estudante. Há uma necessidade de
que haja regras e limites, que, no entanto, não são imposições arbitrárias e
autocráticas, mas as regras negociadas e compreendidas por todos que
possibilitam, tanto na escola quanto em casa, a boa convivência”, conclui Lu.
No mais, o protagonismo não é uma ‘moda’ que alguém inventou só
‘para dar mais trabalho para os pais’. De fato, há um trabalho a mais envolvido
no desenvolvimento de um estudante que é protagonista da sua aprendizagem,
porque há uma maior necessidade de diálogo e negociação. No entanto, essa
necessidade deriva das exigências da sociedade de hoje, na qual é preciso que o
estudante não apenas tenha domínio sobre os conteúdos escolares, mas aprenda
também a pensar de forma crítica e consciente, o que só é possível através do
debate – repensando a própria opinião nesse contato com a perspectiva do outro.
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