Um pensamento povoa cabeças de CEOs em todo o mundo: “se você não gosta de mudanças, vai odiar a extinção, diz Charles Feld, fundador do The Feld Group Institute, uma empresa de desenvolvimento de liderança que trabalha com corporações globais para desenvolver líderes de negócios e de TI da próxima geração. Esta afirmativa dá o tom da importância e da prioridade que o assunto tem na cabeça dos líderes empresariais de hoje.
Mas quais os protagonistas nesta jornada? Quem nas organizações vai liderar esse processo?
Pesquisa recente do Gartner demonstra que 63% dos líderes nas empresas pensam em fazer mudanças em seus modelos de negócio. Enquanto apenas 11% estão realmente realizando algum tipo de transformação, 66% somente pensam em fazer. Mas isso não é necessariamente ruim, já que usar a tecnologia para otimizar o negócio também faz parte da jornada digital das companhias.
É importante, contudo, diferenciar os conceitos de transformação e otimização. São estratégias diferentes com resultados igualmente distintos. Enquanto uma atua no modelo existente, melhorando-o, reduzindo custos e aumentando o fluxo de receitas existentes, a outra define um novo modelo de negócios, envolvendo produtos, serviços e fluxos de receitas, resultando em uma nova forma de atuação, às vezes disruptiva, outras vezes, nem tanto.
Ao lado do CEO, o CIO e as áreas de TI são stakeholders fundamentais. Eles são aqueles que determinam o início da jornada, e a viabilizam. Mas não são eles que fazem acontecer sozinhos. O GPS desta jornada é baseado em uma triangulação de três pontos: a tecnologia, o negócio e a experiência do cliente. Assim, seja qual for a estratégia digital adotada por sua organização, prepare-se para envolver todas as áreas: de TI ao desenvolvimento humano e organizacional, e do marketing e vendas. Sejam empresas industriais ou de serviços, baseadas em aplicativos ou não, algumas dessas áreas já assumiram seus lugares. Outras não.
As empresas vão mudar para que se tornem digitais. Dentre essas mudanças, conforme divulgado por especialistas no Gartner Symposium, conferência realizada em outubro último em SP, a transformação na forma de trabalho é uma das mais significativas. Estruturas atuais se quebrarão e novas tendências vão se tornando realidade: equipes multidisciplinares trabalhando sob demanda de qualquer lugar, novas especialidades, necessidade constante de novas qualificações, robotização e inteligência artificial levarão ao que os analistas chamaram de “We Working”.
Este movimento irá mudar o modelo de gestão e trabalho das empresas nos próximos anos. Empresas que se transformam em organizações ágeis vão sair na frente e serão mais competitivas nos próximos anos. Às vezes mais envolvidos com o dia a dia na gestão das pessoas, o pessoal de RH precisa tomar consciência do papel de protagonista nesta jornada e ocupar este lugar imediatamente.
Assim como outras, equivocadamente consideradas como “de apoio”, áreas de desenvolvimento humano e organizacional estão demorando a se engajar nesse processo por acreditarem que não estão na cadeia de valor. Talvez no passado, mas certamente não no futuro!
Enio Klein - professor nas disciplinas de
Vendas e Marketing da Business School São Paulo, especialista em TI e Coach
pessoal e profissional pela International Association of Coaching - IAC/SLAC
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