Segundo especialistas, afinidades e
preferências na infância nem sempre tem relação com a escolha da trajetória
profissional
Imaginar
os filhos exercendo uma determinada profissão no futuro é algo comum. Segundo
especialistas, a afinidade das crianças com algumas atividades pode gerar essa
idealização dos pais, mas nem sempre as preferências se traduzem em carreiras
na vida adulta. “Os pais fantasiam que aquilo pode ser um indicativo de
profissão. Mas a profissão é desenhada ao longo da vida, depende das
experiências vividas por cada um. Além disso, às vezes, uma aptidão, ou
preferência, demonstrada na infância pode não ser a mesma na puberdade, ou
adolescência”, explica a diretora pedagógica da Editora Positivo, Acedriana
Vicente Vogel.
Para
Samarah Perszel de Freitas, professora do curso de Psicologia da Universidade
Positivo, o que acontece, muitas vezes, é que as crianças que gostam muito de
números, por exemplo, tendem, no futuro, a procurar uma profissão que tenha
mais haver com essa habilidade. Porém, lembra ela, outros fatores também
costumam influenciar essa decisão. “Existem muitos pontos para serem
observados. A questão familiar, os interesses, os incentivos, os valores da
criança, são alguns deles”, ressalta a psicóloga.
Samarah
ainda explica que mesmo que os pais confundam um inocente interesse infantil
com vocação, há casos em que as habilidades das crianças merecem uma atenção
especial e devem ser potencializadas. “Quando os pais percebem que os filhos
têm muito interesse em determinado assunto, vale incentivar, matriculando-os em
atividades que potencializam aquele talento. Contudo, é preciso observar com
atenção se o interesse realmente nasce da criança, ou se é fruto de uma
expectativa dos adultos. Os pais devem deixar a criança livre na própria
escolha”.
Para auxiliar os filhos
nesse processo, a indicação de Acedriana Vicente Vogelé que os pais apresentem
as profissões para as crianças desde sempre, mas sem qualquer expectativa,
apenas para que elas saibam que é dali que as pessoas tiram o seu sustento. “A
medida ajuda para que, no futuro, a escolha da profissão transcorra de forma
mais tranquila”, avalia. Na adolescência, segundo a diretora, é interessante
incentivar os filhos a participarem de feiras de profissões e, para aqueles que
chegam com dúvidas na hora do vestibular, dar apoio e pedir o auxílio de um
orientador vocacional. “O que não pode é tentar impor ou direcionar para uma
determinada profissão, mesmo que o objetivo seja ajudar”, alerta Acedriana.
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