Em
dezembro, é celebrado anualmente o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Apesar de grandes progressos nos últimos anos, muitos ainda travam uma batalha
diária contra preconceitos, falta de acessibilidade e até mesmo contra seus
próprios corpos. Neste último quesito, o acompanhamento de um fisioterapeuta e
atividades físicas são imprescindíveis para ajudar o indivíduo a alcançar todo
seu potencial funcional, garantindo autonomia e uma maior qualidade de
vida.
A
terapia física é parte integral da rotina de um grande número de pessoas com
deficiência. Em um primeiro momento, por exemplo na infância ou após o
surgimento dos primeiros sintomas, as atividades focam em necessidades básicas
e diárias, como o cuidado com a higiene pessoal, a alimentação, o deslocamento
para evitar ferimentos e até mesmo o manejo adequado de cadeira de rodas,
quando necessário. É apenas depois deste aprendizado que o indivíduo, agora com
mais autoconfiança, inicia a reinserção na sociedade e pode até buscar a
recuperação de movimentos motores e a melhora das funções vitais, de acordo com
sua deficiência.
Neste processo, a tecnologia
pode se tornar uma grande aliada. É o caso, por exemplo, da hidroterapia, que
utiliza uma piscina e motores a jato para proporcionar não apenas mais
relaxamento, como também melhorias de força e condicionamento físico. Outro bom
exemplo é a gameterapia, que promove a reabilitação motora com o uso de jogos
com realidade virtual. Existem também softwares bastante interessantes para
pessoas com deficiência, como o Headmouse, aplicativo espanhol que permite que
o cursor do mouse de computadores seja controlado apenas com a movimentação da
cabeça.
O
esporte é também um grande parceiro de pessoas com deficiência. A atividade
física organizada não apenas aumenta a independência, autoestima e autonomia do
indivíduo como também estimula o corpo e a mente de maneiras que podem auxiliar
na reabilitação. Diversas entidades, como a ADD (Associação Desportiva para
Deficientes) e a CPB (Confederação Paralímpica Brasileira) oferecem programas
de iniciação ao esporte e oportunidades para praticar diferentes modalidades,
como o basquete em cadeira de rodas, o tênis de mesa e a bocha.
A
prática de esportes e o acompanhamento fisioterapêutico são imperativos para a
vida saudável de qualquer um. Quando tratamos de pessoas com deficiências,
porém, a necessidade só aumenta. Porém, é necessário lembrar que todo
tratamento deve ser recomendado por um médico especializado e que conheça bem o
histórico do paciente. Cada pessoa vive com sua diferente deficiência e, assim,
cada um terá um tratamento individualizado. Procure o esporte e a fisioterapia
que se encaixe com você, sua rotina e vontades, e veja enquanto sua qualidade
de vida cresce exponencialmente.
Dra. Fabiana Maurano Pinelli -
fisioterapeuta do HSANP, centro hospitalar da Zona Norte de São Paulo (SP)
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