Ações integradas de prevenção de acidentes no
trânsito salvam vidas de pedestres e ciclistas no estado. Redução foi de 36,3%
e 32%, respectivamente
O número de pedestres e ciclistas que morreram no
trânsito no estado de São Paulo reduziu 36,3% e 32%, respectivamente, em dez
anos, de acordo com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)
do Ministério da Saúde. Entre os anos de 2007 e 2016, o número de pedestres
vítimas de acidentes de trânsito caiu de 2.197 para 1.398. Já o de ciclista,
reduziu de 322 para 220. No Brasil, o percentual mostra redução de 36,2% de óbitos
de pedestres e 23,4% de mortes de ciclistas em vias de trânsito. Os dados são
divulgados em alusão ao Dia Mundial sem Carro, que é lembrado neste sábado
(22), e que está dentro da Semana Nacional do Trânsito.
A redução dos óbitos está associada a vários
fatores, em especial a implementação de ações integradas e intersetorial, com
destaque para a fiscalização dos órgãos de controle, o fortalecimento da
legislação, a engenharia de trânsito e a mudança nos hábitos dos brasileiros.
Além das ações citadas, algumas medidas adotadas pelo pedestre ajudam a reduzir
a frequência de acidentes, entre elas, atravessar na faixa de pedestre com
segurança ou na travessia elevada, respeitar a sinalização do semáforo e evitar
caminhar com fones de ouvidos ou falando ao celular.
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças
e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Maria
de Fátima Marinho, avalia que a diminuição das mortes no trânsito mostra que o
brasileiro tem mudado, aos poucos, as atitudes, prezando cada vez mais pela
segurança.
“Houve um aprimoramento da Legislação, aumento na
fiscalização e alguns programas estratégicos, como o Vida no Trânsito. No
entanto, o número de óbitos e internações ainda preocupa, especialmente os de
motociclistas.
Precisamos avançar na mobilidade segura para reduzir esses
números”, enfatizou Maria de Fátima Marinho.
ACIDENTES
CICLISTAS
Entre 2007 a 2016, o estado de São Paulo, registrou
uma redução significativa nas mortes de ciclistas no trânsito, passando de 322
para 220 de óbitos, significando uma redução de 32%. O Brasil, também se
registrou uma queda de óbitos em ciclistas, em 23,4%, saindo de 1.649 para
1.262 mortes, no mesmo período.
VIDA NO
TRÂNSITO
O Vida no Trânsito é um programa de gestão intersetorial,
desenvolvido nas capitais e, atualmente, em expansão pelo Brasil. Tem como
pressuposto o planejamento integrado e intervenções conjuntas, por diversos
setores que trabalham com o tema, dentre eles a saúde, o trânsito, a segurança,
a mobilidade e a educação, visando a redução de lesões e óbitos em decorrência
do trânsito. É um programa baseado na evidência e orientado pela informação
qualificada localmente, a partir da análise integrada e sistemática de dados.
O Programa envolve a melhoria da qualificação da
informação, planejamento, intervenções integradas, monitoramento,
acompanhamento e avaliação das ações, com foco em dois fatores de risco
prioritários, associação álcool e direção e velocidade excessiva e/ou
inadequada, além de outros fatores locais, priorizados localmente.
Desde o início da implantação, em 2010, o
Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, vem desenvolvendo
ações para fortalecer políticas de vigilância, prevenção de lesões e mortes no
trânsito e promoção da saúde. Hoje está sendo executado em cerca de 40
municípios, com maior ampliação no estado do Paraná. Até o momento já foram
investidos mais de R$ 90 milhões.
O Programa iniciou em cinco capitais do país: Belo
Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Palmas e Teresina e já apresentou resultados
expressivos. A análise dos óbitos nas capitais, cinco antes e depois da
implantação do PVT, em 2010, associada ao estudo comparado dessas capitais com
o Brasil, demonstra, fortemente, o importante papel do PVT na redução das mortes
e lesões no trânsito. Enquanto, a redução de óbitos por acidentes de trânsito
no Brasil, no período 2010 a 2016 foi de 12,8%, nas capitais, com exceção de
Palmas e João Pessoa, a redução variou entre 16,5% (Fortaleza) a 57% (Aracaju).
Cinco capitais se destacaram, em termos
percentuais, com as maiores reduções: Aracaju (SE), com 57,1%; Natal (RN), com
45,9%; Porto Velho (RO), com 43,5%; Salvador (BA), com 42,4% e Vitória (ES) com
42,1%. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O estado
de São Paulo aparece em 8ª posição, com redução dos óbitos por acidentes de
trânsito em -31,4%. Esses resultados não deixam dúvida que estamos no caminho
certo e que o PVT precisa ser fortalecido e expandido para todo o Brasil.
Alexandre Penido
Agência Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário