Veja dicas valiosas, desde a rega até fórmulas
caseiras para combater pragas
Quando
era criança, eu tinha um vizinho que chamávamos de Sr. Zé, que cuidava de um
lindo jardim de rosas. Eram flores maravilhosas, dignas das famosas
colombianas. Eu ainda estava longe de fazer agronomia, mas já colecionava meus
vasos em casa, porém, a única que floria era um lírio, e o fazia apenas uma vez
ao ano. Naquela época, eu até pedi algumas rosas para o Sr. Zé, mas depois de
um futebol de rua e um chute mal colocado, tive que esperar um bom tempo para
ter a minha própria rosa.
Mas,
por que meu pequeno lírio não vingava? Um dos principais motivos é que ele
ficava dentro da garagem, enquanto as flores do Sr. Zé ficavam expostas ao sol.
Com certeza existiam outros fatores limitantes, mas o principal era a falta de
luminosidade. Então, o que podemos fazer para alcançar os mesmos resultados do
Sr. Zé? Quais são os fatores que limitam nossas flores?
A
primeira coisa que precisamos entender é que as nossas plantas falam e emitem
sinais tão claros quanto qualquer animal doméstico. Os sinais mais típicos são:
mudança de cor das folhas, perda precoce de flores e folhas, presença de
manchas e pequenos insetos, entre outros. Por exemplo, plantas com folhas
mais escuras tendem a preferir ambientes menos luminosos, enquanto as mais
claras se adaptam melhor em áreas abertas. Mas não se preocupe: sua planta vai
avisar se não estiver gostando do local e é necessário compreender o que ela
está comunicando. Caso sua planta esteja dentro de casa e comece a estiolar
(ficar comprida e fina), significa que ela deveria estar em um ambiente com
mais luz. Se estiver em ambiente externo, apresentando folhas avermelhadas e
redução de porte, é possível que ela queira fazer companhia dentro de casa.
O
excesso de água é responsável por mais de 40% das mortes de plantas em nossas
casas. As plantas desenvolveram uma série de estratégias para sobreviver em
condições de baixa disponibilidade de água, mas elas não são tão preparadas
para superar o contrário. Por isso, existem algumas dicas que podem ajudar na
rega das plantas:
- Siga boas práticas ao montar os vasos, lembrando que eles não podem reter água no interior
- Eleja apenas um responsável para fazer a rega em casa
- Coloque a mão na terra – se ela estiver molhada ou úmida, deixe para aguar em outro momento
- Evite molhar as folhas para evitar doenças
- Regue no início da manhã ou no fim da tarde – horários com temperaturas mais elevadas geram apenas desperdício de água
- Avalie seus vasos a cada 3 ou 4 dias para verificar se precisam de água
Como
nós, as plantas precisam de comida de forma balanceada e adequada em cada fase
da vida. Quando elas estão crescendo, por exemplo, possuem maior dependência de
nitrogênio e fósforo, enquanto na fase pós-florescimento precisam de mais
potássio. É possível encontrar diversos fertilizantes que suprem essas
necessidades em supermercados e casas agropecuárias – é importante ler sempre
as recomendações do fabricante nas embalagens. Como existe uma enorme
diversidade de ornamentais, é preciso estudar suas necessidades nutricionais,
prestando atenção em sintomas que refletem a deficiência de nutrientes. Em
orquídeas, por exemplo, folhas velhas e amareladas podem indicar falta de
nitrogênio, enquanto folhas amarelando da ponta para o centro podem apresentar
falta de cálcio.
Pragas
e doenças são grandes inimigas de um belo jardim. Entre elas, estão fungos,
bactérias, insetos, ácaros e lesmas. Para evitar problemas, não é necessário
tomar nenhuma medida extrema, pois existem excelentes ferramentas dentro de
casa. Para controlar cochonilhas e pulgões, basta misturar nove partes de água
para uma parte de detergente neutro, pulverizando sobre a planta e os insetos.
Contra lagartas, vale espremer 10 dentes de alho em 300 ml de álcool. Deixe a
mistura descansar de um dia para outro e aplique nas pragas.
Existem
outros métodos de controle de insetos, utilizando fumo, losna, pimenta etc. São
um pouco mais complexos, mas, para salvar nossas plantas, todo esforço vale a
pena. Em termos de doenças, não existem muitas estratégias caseiras de
controle. É importante, por exemplo, tirar dos vasos as folhas e galhos
severamente atacados ou que caíram devido às doenças, além de manter uma
adubação balanceada.
Um
dos principais fatores para o sucesso do jardim é o ambiente. Com certeza você
conhece pessoas que gostam de frio e outras que não conseguem viver sem o calor
do verão. As plantas se comportam de forma parecida, existem aquelas que
preferem ambiente fechado (dentro de casa), ambientes abertos (sol pleno) e
meia sombra (na varanda, por exemplo). Algumas preferem ambientes mais úmidos,
outras vivem melhor em locais com mais vento, enquanto outras se dão bem com
altas temperaturas. Resumindo, existem plantas para qualquer tipo de ambiente,
mas nem todo local é adequado para todas as plantas.
Uma
última dica, mas não menos importante: antes de comprar uma planta ou quando
você ganhar uma de presente, estude e entenda seus hábitos. Avalie a
periodicidade que precisará irrigar e adubar, além de conferir o ambiente e
vaso mais adequados.
As
plantas são excelentes companheiras, com um potencial imenso de embelezar e
alegrar o ambiente. Dessa forma, é nossa responsabilidade ajudá-las a se
tornarem o que nasceram para ser. E por que um profissional da Ajinomoto®
Fertilizantes falaria sobre cuidados com plantas domésticas? Pois quase todo
processo delas depende de aminoácidos. Nossa linha trabalha fortemente com a
utilização desses compostos para obter o máximo potencial das plantas, desde o
estímulo de ramos, raízes e flores até o combate aos estresses hídricos e
térmicos.
Thiago
Miqueleto - Gerente de Marketing da divisão de Agronegócios da Ajinomoto do
Brasil
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