Pesquisa Datafolha revela que 5% dos brasileiros
julgam necessário seguir orientações médicas para cuidar do diabetes – o mesmo
percentual considera uma doença silenciosa, cujos sintomas demoram a aparecer.
Em resposta espontânea, apenas 10% dos entrevistados reconheceram que o
diabetes pode levar à morte. Além disso, 7% dos entrevistados afirmaram saber
que a doença causa cegueira irreversível.
O estudo, que evidencia a falta de informação a respeito do diabetes, foi
encomendado pela coalizão Movimento para Sobreviver, lançada ontem com
projeções no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
O controle também é um fator que torna evidente a lacuna de conhecimento:
enquanto 16% dizem que a pessoa com diabetes não pode comer açúcar, apenas 1%
reconhece a restrição a carboidratos e 9% julga possível fazer esse
controle somente com alimentação saudável e regime.
A menção às complicações segue com os baixos índices. Doenças cardiovasculares,
principal causa de morte de quem tem diabetes, foram citadas por apenas 2%.
Amputação e problemas na cicatrização são considerados por 4%; aumento do nível
de açúcar e de glicose no sangue, 15% e 3%, respectivamente.
A presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dra. Hermelinda Pedrosa, não
ficou surpresa com os resultados da pesquisa, sobretudo ao considerar que um
quarto das pessoas com diabetes não sabe que tem a doença. “A não informação
favorece o diagnóstico tardio e, consequentemente, o avanço de complicações. O
paciente, em geral, não sabe dos riscos inerentes, o que é perigoso. O
conhecimento deve ser compartilhado, a fim de ampliar o acesso a dados sobre
prevenção, por exemplo”.
O diabetes acomete aproximadamente 12,5 milhões de pessoas no Brasil e
representa a terceira principal causa de morte no País.
De acordo com o Dr. Augusto Pimazoni Netto, coordenador de Ativos de
Comunicação da SBD – Área de Público, a prevenção e o controle não se limitam
às intervenções medicamentosas. “A educação, que agora é intensificada pela
coalizão, tem importante papel nessa ação. Por meio da divulgação dos
mecanismos para lidar melhor com a doença, pode-se auxiliar o paciente a cuidar
do diabetes. A iniciativa evidentemente aumentará a probabilidade de reduzir a
incidência de complicações dessa patologia”.
A coalizão congrega sociedades médicas, ONGs e farmacêuticas, lançando o
Movimento Para Sobreviver nesta terça-feira, 24, às 20h30, no Rio de
Janeiro/RJ. Além da SBD, também integram as ONGs Associação Diabetes Brasil
(ADJ), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), Instituto Lado a Lado
Pela Vida, Rede Brasil AVC, Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e as
farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly do Brasil.
O grupo visa incitar a reflexão referente à oferta de drogas modernas para
idosos com diabetes e doenças cardiovasculares – assim, o objetivo é reduzir a
mortalidade e evitar os altos custos do tratamento.
Sobre a SBD
Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de
Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de
1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre
prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a
respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também
colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à
atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no
Brasil.
Conheça nosso trabalho: www.diabetes.org.br
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