O
avanço de grupos contrários a vacinação não apenas surpreende a todos nós,
médicos, como nos traz uma certa perplexidade. O movimento disseminado
principalmente nas redes sociais já vem sendo apontado como a principal causa
de surto de sarampo na Europa e pode colocar em risco, doenças que já estavam
erradicadas no Brasil, ou que tiveram seus índices radicalmente reduzidos graças
a ações permanentes de imunização.
Sugerimos
aos pais da geração de 20 a 40 anos que conversem com seus pais e avós para que
ouçam o histórico de mortes e sequelas irreversíveis em períodos passados que
foram causados por doenças como paralisia infantil, rubéola congênita, sarampo,
entre outras.
Os
grupos são impulsionados por meio das redes sociais que divulgam, sem base
científica nenhuma, supostos efeitos colaterais das vacinas. O risco de retorno
dessas doenças é altíssimo no momento em que se reduz a cobertura vacinal,
ainda mais diante de um quadro econômico e cultural, no qual as pessoas
costumam fazer muitos deslocamentos não apenas entre estados, mas em diferentes
países. Assim, o risco de uma família que opta por não se vacinar, não se
limita ao ciclo de convívio, mas expõe uma população inteira ao risco de
contaminação.
Criado
há mais de 40 anos, o Programa Nacional de Imunizações é responsável por uma
considerável redução dos óbitos por doenças imunoprevenível. A varíola foi
erradicada em 1973, a poliomielite em 1989 e a febre amarela em 1942. Houve
controle do sarampo, tétano e difteria. O processo de imigração, especialmente
de países como Venezuela, trouxe novos casos e acende o sinal de alerta para
uma importância ainda maior da vacinação.
Recentemente,
observamos a pouca procura da população pela aplicação da vacina contra a
gripe, mesmo nos grupos considerados de risco, mesmo sabendo da sua importância
na prevenção de casos mais raros.
Assim
como o Ministério da Saúde, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
(SPRS) dispõe de um calendário completo de vacinação e todo médico pediatra
está habilitado a prestar os devidos esclarecimentos e informações a respeito
das imunizações que precisam ser feitas em cada etapa do desenvolvimento da criança.
Para
reverter a subutilização dessa ferramenta tão segura e eficaz e proteger a
população dos sofrimentos causados pelas enfermidades infecciosas, é
fundamental conscientizar permanentemente a população, não se vacinar é um ato
irresponsável e que coloca a saúde de toda a população em risco.
Alfredo
Floro Cantalice Neto - Presidente da
AMRIGS
Irresponsabilidade total, impressionante isto em pleno século 21.
ResponderExcluirAproveite e visite o blog Master Health
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