A diminuição do IMC poderia evitar pelo menos 15 mil casos de câncer,
por ano, no Brasil
Segundo o estudo desenvolvido pelo Departamento de
Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em
colaboração com a Harvard University, nos Estados Unidos, mais de 15 mil casos
de câncer, por ano, poderiam ter sido evitados no país se não fosse a obesidade
da população.
A pesquisa feita por cientistas brasileiros,
americanos e franceses, possuem estimativas ainda piores para o futuro. Até
2025, o Brasil terá mais de 29 mil novos casos de câncer relacionados ao
excesso de peso. As mulheres são as mais atingidas, não apenas por serem o
público com maior índice de IMC elevado, mas também por serem as mais afetadas
pelos tumores de ovário, útero e câncer de mama, que também tem ligação com o
sobrepeso.
Apesar de todos os problemas físicos, emocionais e
sociais que a obesidade pode trazer para a vida de uma pessoa, um em cada cinco
brasileiros são atingidos por ela. Para a psicoterapeuta Sorella Mendes, é
preciso que as pessoas encarem obesidade como uma doença que necessita de
tratamento, só assim será possível mudar esse cenário preocupante.
“Uma das principais queixas que escuto de minhas
pacientes que enfrentam uma batalha diária para tentar eliminar peso é sobre a
necessidade que sentem de comer, sem realmente estarem com fome. Na
psicoterapia, tratamos essa fome como uma compulsão alimentar e a chamamos de
fome emocional”, afirma Sorella, que idealizou o Projeto Mente Magra.
De acordo com Sorella, existem quatro tipos de
fome, a fisiológica, a social, a específica ou vontade e, por fim, a emocional.
É importante identificar qual fome atinge cada pessoa para assim conseguir
tratar o transtorno alimentar.
Fome fisiológica x fome psicológica
A fome fisiológica é a fome celular,
aquela que organismo precisa receber alimentos para sobreviver. A fome real do
corpo que não exige um alimento específico, mas que é saciada por qualquer
alimento. Quando estamos realmente com fome, o corpo avisa dando sinais como
aquele vazio ou dor no estômago, dores de cabeça e até mesmo irritação. Você
sabe que precisa comer, para não passar mal ou ficar indisposta.
Já as outras três fomes existentes são de fundo
emocional, que podem sabotar a mente humana fazendo com que o indivíduo coma
por emoção, por momento ou por desejo. Sem o autocontrole, essas fomes
emocionais podem levar a compulsão alimentar, uma das principais causas da
obesidade ou do sobrepeso.
A primeira, e sem grandes problemas quando a pessoa
já desenvolveu o autocontrole alimentar, é a fome social.
Aquela despertada em eventos e comemorações. Momentos agradáveis em que nos
reunimos com amigos e familiares para jogar conversar fora e comer os alimentos
disponíveis no momento. Apesar de as vezes exageramos, quando é algo esporádico
ou planejado, não chega a prejudicar.
A segunda é a fome específica ou vontade, aquela
relacionada ao prazer que desperta a vontade de beber ou comer algo específico
como, por exemplo, um refrigerante ou um bolo de chocolate. Ela está ligada ao
emocional podendo ser despertada por lembranças de infância ou estímulos
externos como uma propaganda na televisão. A orientação da psicoterapeuta para
esses casos é que o paciente ingira o tal alimento desejado, respeitando sempre
os sinais de fome e saciedade, pois a vontade não assumida pode desencadear uma
futura compulsão alimentar.
“A ingestão dos alimentos considerados proibidos,
em pequenas porções, faz com que o indivíduo passe a ter uma alimentação mais
equilibrada. Quando entendemos que esses alimentos estarão a nossa disposição,
conseguimos fazer escolhas melhores a longo prazo, sem focarmos apenas no
prazer momentâneo”, afirma Sorella.
Já a terceira, e mais preocupante, é a fome
emocional. Essa já é considerada um transtorno alimentar a ser
tratado, pois a pessoa come de forma compulsiva, não se sente saciada com
pequenas porções, sente uma urgência em comer, come rápido e muitas vezes até
escondido.
A fome emocional pode ser gerada por um acúmulo de
sinais, tanto de fome quanto de saciedade, que não foram respeitados. Longos
períodos de restrição alimentar e de mentalidade de dietas, faz com que as
pessoas se distanciem do que necessitam dentro de sua individualidade, ou até
mesmo, como forma de se desconectar de seus medos, angústias e ansiedades. As
emoções que não aprendemos a entrar em contato de forma saudável, geram fugas
externas que muitas vezes são descontadas na comida.
“A luta contra a obesidade precisa ser olhada com o
verdadeiro respeito e cuidado que merece. O paciente obeso sofre com suas
próprias limitações, com os problemas de saúde causado pelo excesso de peso,
com os transtornos psicológicos que todo o processo causa e ainda é obrigado a
enfrentar o preconceito das pessoas que o julgam por estar fora dos padrões
considerados “normais” pela sociedade”, declara Sorella.
Sorella Mendes - Psicoterapeuta, Hipnoterapeuta, Coach de Emagrecimento e idealizadora do Método de Emagrecimento Mente Magra.
Site: www.sorellamendes.com.br
Instagram: @sorellamendes
Facebook: www.facebook.com/SorellaMenteMagra/
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