Federação Mundial de Neurologia
faz alerta internacional sobre a poluição do ar
Efeito dos poluentes na atmosfera é aumento no número de casos de
doenças importantes, como AVC
A Federação Mundial de Neurologia (WFN) destaca o
Dia Mundial do Cérebro, sempre em 22 de julho. Neste 2018, enfatizará os
prejuízos da poluição do ar à saúde, por intermédio da campanha “Ar limpo para
a saúde do cérebro”.
Nos últimos
anos, cientistas confirmaram que os poluentes entram no corpo através dos
tratos respiratório e alimentar, causando respostas inflamatórias subliminares
e atingindo o cérebro através da corrente sanguínea ou do sistema respiratório
superior. O dano resultante à microbiota intestinal também pode ter um impacto
no cérebro
O estudo
Global Burden of Disease, realizado em 188 países, conclui que o ar poluído é
responsável por 30% dos casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Por essa
razão, a WFN decidiu selecionar a pauta para ser debatida em todo o mundo no
Dia Mundial do Cérebro.
“No Brasil,
temos cerca de 220 mil novos casos de AVC por ano. Do total, aproximadamente 90
mil vão a óbito, 20% ficam com sequelas graves e outros 20%, sequelas
moderadas”, informa o diretor científico da ABN (Academia Brasileira de
Neurologia), o neurologista Rubens Gagliardi. Ele explica também que o ar
poluído aumenta a pressão arterial, “que é a principal causa do AVC”.
A poluição
também aumenta a agregação plaquetária e diminui a oxigenação do cérebro: “A
pesquisa de risco de AVC é importantíssima, pois o AVC mata e incapacita, mas
pode ser prevenido”.
A prevenção
primária do AVC é feita fundamentalmente combatendo os fatores de risco, como
hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, colesterol, tabagismo,
sedentarismo.
“Recentemente,
estudos mostraram que a poluição atmosférica é um fator de risco para o AVC e
para as doenças vasculares, assim como a Doença de Parkinson e de Alzheimer.
Então é primordial o combate à poluição dentro de um programa de redução do
AVC”, ressalta o neurologista.
Os
poluentes presentes no ar vêm aumentando os problemas de saúde da população.
Estimativas atribuem 9 milhões de mortes anuais aos problemas causados pela
contaminação.
Alguns
poluentes causam severos efeitos em todos os cantos do planeta, sendo que a
lista dos danos ao homem é imensa. Entre elas, os pesquisadores incluem aumento
da pressão arterial, cardiopatias, danos às células cerebrais e até
envelhecimento das células.
Outras
pesquisas apontam que a poluição é um complicador para o autismo, os
transtornos de déficit de atenção em crianças, a demência e o desenvolvimento
da doença de Parkinson, embora dados científicos ainda não estejam disponíveis.
Para evitar
os malefícios causados pela poluição do ar, é necessário que governos e população
mudem os hábitos, estimulem a mudança de comportamento e invistam na limpeza da
atmosfera, pois os impactos ambientais causados pelo homem geram consequências
mundiais para saúde pública.
Daí a
relevância de estratégias e políticas públicas para reduzir a poluição e, por
consequência, evitar uma série de doenças graves que atingem povos.
Confira
abaixo uma das peças da campanha internacional:
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