Fumar, beber em excesso, alimentar-se mal e ser
sedentária: estudo da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica mostra atitudes
prejudiciais adotadas pelas mulheres
Na semana do Dia Internacional da
Mulher, 08 de março, data para celebrar as conquistas do público feminino, a
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um alerta sobre a saúde
das mulheres no que diz respeito à importância dos hábitos de vida saudáveis
como medida para prevenção do câncer. Segundo pesquisa da SBOC, três a cada
cinco brasileiras já foram diagnosticadas com a doença ou conhecem alguém que
foi, entretanto, apesar do alto contato com a doença, suas atitudes de
prevenção ao câncer deixam a desejar: uma parcela relevante das brasileiras se
alimenta mal, não pratica exercícios e consome frequentemente bebidas
alcóolicas e cigarro.
O tabagismo – maior fonte de
mortes evitáveis no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) – não
recebe a atenção adequada das brasileiras. De acordo com o estudo quase um
terço das mulheres do País fuma (12%) ou já fumou (16%). O dado se torna ainda
mais alarmante quando considerados o tempo de contato com o cigarro e a
quantidade consumida: ao todo, 47% das brasileiras fumam ou fumaram pelo menos
mais de 10 cigarros ao dia – sendo que parte delas chega a ultrapassar dois
maços diariamente –, e 57% delas mantêm ou mantiveram contato entre 10 e mais
de 30 anos
“O cigarro tem relação com muitos
tipos de câncer, como pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago,
pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias. Por isso, é
preocupante pensar que tantas mulheres mantêm contato prolongado com algo que
faça tão mal à saúde. Outro problema é a persistência de certos mitos em
relação ao tabagismo, como a existência de uma quantidade segura de consumo,
que não acarretaria em prejuízos ao organismo: cerca de uma em cada cinco
mulheres (22%) acredita nisso, em maior ou menor grau”, diz Dra. Aline Lauda,
Diretora da SBOC. “Não há quantidade segura de consumo de cigarro!” reforça.
Já o álcool, que está relacionado
a cerca de 5,5% dos casos de câncer no mundo e aumenta o risco de câncer de
orofaringe, laringe, esôfago, fígado, mama e colon, ainda é consumido pelo
menos uma vez por semana por um terço das mulheres (33%). “O que mais preocupa
na relação das brasileiras com o álcool é o completo desconhecimento de quão
prejudicial ele pode ser ao organismo, representando um fator de risco
relacionado ao câncer e a doenças como cirrose hepática, hepatite, infarto e
demência. Um pouco mais de um terço das brasileiras não veem bebidas alcóolicas
como um fator relevante no desenvolvimento do câncer. Sem o conhecimento
adequado, muitas mulheres não tomam qualquer medida preventiva”, comenta
Lauda.
A alimentação é outro ponto
sensível para uma parcela relevante das brasileiras. Segundo o levantamento,
cerca de um quinto das mulheres (17%) não reconhece a relação entre o consumo
de alimentos industrializados e o desenvolvimento de câncer. E pior: mais da
metade delas (54%) afirmam que não evitam consumi-los como forma de prevenção.
De forma similar, o consumo de mais frutas, legumes e folhas não é visto como
um passo importante para diminuir o risco de desenvolver câncer por 15% das
mulheres e 37% não adotaram essa medida.
“Comer bem traz vários benefícios
à saúde e desempenha um papel crucial na prevenção ao câncer. Porém, esse fato
parece não ter chegado a muitas mulheres no País. Ao todo, 16% discordam, em
maior ou menor grau, que suas escolhas alimentares podem interferir no
desenvolvimento de um câncer. É um número muito alto e preocupante”, afirma
Dra. Aline Lauda.
Mulheres brasileiras e o
sedentarismo
Outro fator de risco é o
sedentarismo. De acordo com o estudo, 56% das mulheres do País não praticam
quaisquer atividades físicas e um quinto sequer imagina que praticar exercícios
pode diminuir o risco de desenvolver câncer. O resultado, quando aliado à
alimentação ruim, é que a obesidade – segunda maior causa de câncer, perdendo
apenas para o cigarro, de acordo com a OMS – vem se tornando uma questão cada
vez mais premente entre as brasileiras. Dados do IBGE mostram que quase 25% das
mulheres são obesas.
“A relação entre o sobrepeso e o
câncer não está muito clara para grande parte das mulheres. De acordo com o
levantamento da SBOC, um pouco mais de um quarto (27%) a ignoram. Quando
considerada em conjunto com o consumo de bebidas alcóolicas, cigarros e à
alimentação ruim, percebe-se claramente que os hábitos das mulheres brasileiras
possuem lacunas relevantes. Com 80% a 90% dos casos de câncer relacionados a
fatores de risco externos, segundo o INCA, é crucial conscientizar a população
sobre a importância de adotar atitudes mais saudáveis em seu dia a dia”, diz
Lauda.
SBOC prepara ação de conscientização durante no Dia
Internacional da Mulher
Para gerar conscientização junto à população
feminina sobre a importância dos exames preventivos e da adoção de hábitos de
vida saudáveis como medidas fundamentais na prevenção do câncer, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em
parceria com a Obrigado, está distribuindo hoje, Dia Internacional da Mulher, folheto
com orientações, água de coco e preservativos para as mulheres no Conjunto
Nacional, em São Paulo.
Serviço:
Quando: Quinta-feira, 08 de março
Onde: Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073 - Térreo
Quando: Quinta-feira, 08 de março
Onde: Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073 - Térreo
Para a população
das demais regiões do país, a SBOC disponibiliza cartilha online com
orientações sobre como adotar medidas e hábitos saudáveis que ajudam na
prevenção do câncer. Para isso, basta acessar: https://goo.gl/ZveqUh
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