A má qualidade do ar torna adultos e crianças mais suscetíveis às infecções e crises alérgicas e embora população e governos devam buscar soluções para resolver a questão ambiental como um imperativo para melhorarmos a saúde, há atitudes que podem melhorar o bem estar e evitar doenças, que estão mais à mão da população. Uma delas é manter-se hidratado. Tomar água não vai simplesmente apagar os danos da secura do ar, mas pode melhorar muito, por ajudar a manter a mucosa das vias respiratórias hidratada.
Usar o soro fisiológico para lavar as narinas também – lembre-se que, após aberto, o frasco deve ser mantido bem fechado e na geladeira para evitar a contaminação e já existem no mercado soluções em embalagens estéreis – pois esse hábito ajuda a eliminar germes e substâncias nocivas e evita que a secreção fique espessa e se acumule, estando mais sujeita à infecção por bactérias. Outro hábito que parece banal, mas garante a diminuição na propagação de muitas doenças é lavar sempre as mãos.
Outra dica é manter umidificadores nos ambientes (que podem ser substituídos por toalhas úmidas ou bacias com água) quando a umidade do ar estiver muito baixa.
E pra quem já está resfriado?
A maioria das infecções respiratórias são virais (98% das rinossinusites são causadas por vírus), então o que deve-se fazer é cuidar para que o quadro não se complique. Estar já doente facilita o contágio por bactérias que podem causar sinusite, otite e pneumonia. Além de manter os hábitos já descritos acima, fazer inalação nas crianças (apenas com soro fisiológico) evita essas complicações.
Ir pra farmácia e se abastecer com medicamentos?
Muito cuidado com a automedicação. Segundo Dr. Fabrizio Romano, otorrinolaringologista do Hospital Moriah, em São Paulo, a chance de efeitos colaterais é grande, especialmente para as crianças, que adoecem, em média, 6 a 8 vezes no ano. “Deve-se avaliar os riscos e só tomar as medicações quando realmente necessário, de acordo com a orientação médica” esclarece.
- Antigripais, anticongestionantes e antialérgicos – disponíveis em larga escala nas seções de venda livre das drogarias, essas medicações podem causar efeitos indesejados como sonolência, insônia e acabam ressecando a secreção nasal, aumentando as chances de infecção bacteriana;
- remédios bronco-dilatadores, se usados indiscriminadamente podem elevar o risco cardíaco;
- drogas à base de corticoides se usadas por muito tempo comprometem o crescimento das crianças e podem levar os adultos a desenvolver pressão alta, aumento da glicemia, acne, obesidade e catarata;
- antibióticos, usados sem prescrição, provavelmente não surtirão nenhum efeito, já que a maioria das infecções é viral e seu uso continuado leva a diminuir os efeitos da droga contra bactérias, quando o paciente necessitar (apesar disso, nos serviços médicos é comum que o paciente saia com uma receita em cerca de 80% dos casos de sinusites, e apenas cerca de 2% das sinusites são bacterianas e tem indicação para esse tipo de remédio);
- vitamina C – não protege e nem combate gripes, resfriados e outras infecções virais ou bacterianas, então seu uso, com essa finalidade, é inócuo.
O que fazer então?
Tornar a limpeza das narinas com soro um hábito, assim como lavar as mãos várias vezes ao dia, ter uma alimentação e hidratação adequadas e evitar aglomerações sem ventilação são os conselhos do Dr. Fabrizio para passarmos pela estação saudáveis. Mas, em caso de infecção, acrescente a isso o descanso. “Para melhorar a imunidade é necessário o repouso. Deve-se recorrer ao médico quando o quadro parece mais grave, com mais que três dias de duração, falta de ar, indisposição acentuada, febre acima de 390 ou dor muito intensa, alerta Dr. Fabrizio.
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