Nova fórmula
permitirá ao paciente substituir a ingestão de 3 comprimidos por 1. Medida visa
garantir a adesão do paciente ao tratamento
Pacientes com tuberculose terão acesso
a um novo tratamento com menor quantidade de comprimidos, passando de três para
uma ingestão diária. Isso será possível com a nova apresentação do medicamento
Isoniazida de 300 mg, que além de permitir redução dos comprimidos, favorece a
adesão ao tratamento. O medicamento estará disponível a partir de maio na rede
pública. Para a implantação da Isoniazida 300mg, o Ministério da Saúde vai
financiar uma pesquisa, desenvolvida pela Universidade Federal do Espírito
Santo e com apoio de pesquisadores externos nos estados do Espírito Santo,
Santa Catarina, Paraná, São Paulo e no Distrito Federal.
O Ministério da Saúde vai começar a distribuição pelos estados
participantes da pesquisa: Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e
no Distrito Federal. Para isso, a pasta adquiriu 5 mil caixas, que correspondem
a 2,5 milhões de comprimidos. O objetivo é conhecer o processo de utilização do
medicamento, bem como a sua oferta em tempo oportuno pelos serviços de saúde.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante,
esse é mais um avanço no tratamento. "Nosso objetivo é garantir o que há
de mais inovador para o tratamento da doença. Estamos investindo na cura, mas
precisamos garantir que o paciente inicie e conclua o tratamento. Com a nova
apresentação, vamos facilitar a vida do paciente que precisará tomar apenas um
comprimido por dia. Com isso, estamos dando mais um passo para incentivar e
melhorar cada vez mais a adesão dos pacientes ao tratamento”, destacou.
CAMPANHA – Para marcar o Dia Mundial
de Combate à Tuberculose e estimular a adesão ao tratamento da doença,
reduzindo a taxa de abandono, o Ministério da Saúde lança a campanha
“Tuberculose tem cura. Todos juntos contra a tuberculose”. Para isso, o
tratamento precisa ser feito até o final. O Brasil conseguiu atingir as Metas
dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de
antecedência e, em 2015, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos
óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035.
A campanha vai ao ar entre os dias 23 e 30 de março e visa
conscientizar as pessoas a procurarem a unidade de saúde para o diagnóstico e os
pacientes a realizarem o tratamento completo, para atingir a cura. Além disso,
a campanha pretende alcançar, prioritariamente, os homens entre 30 e 40 anos de
idade, das classes C, D e E por meio de um filme com um jingle e peças para
internet, outdoors, tv aberta, rádio, jornal e revista.
“Essa campanha enfatiza que a responsabilidade pelo sucesso do
tratamento não é somente do paciente, e deve ser compartilhada com a equipe de
saúde, família e amigos. Todos são partes importantes no processo de cura da
doença”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de combate à tuberculose,
Denise Arakaki.
TESTE RÁPIDO – Em 2014, o Ministério da
Saúde implantou no país a Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que
utiliza a técnica de biologia molecular PCR em tempo real. Denominado “Teste
Rápido Molecular (TRM), conhecido como Xpert MTB/Rif ®”, o teste detecta a
presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há
resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais medicamentos usados
no tratamento.
Foram distribuídos 248 equipamentos para laboratórios de 128
Municípios, em todas as unidades da federação. Os municípios escolhidos
notificam, anualmente, cerca de 65% dos casos novos de tuberculose
diagnosticados no país. O investimento inicial do Ministério da Saúde para
estas ações foi de cerca de R$ 17 milhões. Para monitorar a implantação desta
rede, mensurar a realização dos testes e auxiliar a vigilância epidemiológica
da doença, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose publicou, em dezembro
de 2015, um relatório em que estão descritas as principais atividades
desenvolvidas pelos programas de controle da doença (nacional, estadual e
municipal) e laboratórios municipais e centrais no primeiro ano de implantação
da RTR-TB.
Além disso, o Ministério da Saúde vai adquirir 70 mil
frascos-ampolas do PPD, produto utilizado no teste tuberculínico para auxiliar
no diagnóstico da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB). O
quantitativo é suficiente para atender a demanda nacional e melhorar o
rastreamento da doença.
CASOS - Em 2017, foram registrados 69,5 mil casos
novos e 13.347 casos de retratamento (abandono ao tratamento) de tuberculose no
Brasil. Em 2017, o coeficiente de incidência da doença foi de 33,5/100 mil
habitantes em 2017. Os estados com maior proporção de retratamentos foram Rio
Grande do Sul (23,3%), Rondônia (19,9%) e Paraíba (19,5%).
Nesse mesmo ano, o percentual de cura de casos novos foi 73%,
maior do que se comparado ao ano de 2015 (71.9%). Os estados do Acre (84,2%),
São Paulo (81,6%) e Amapá (81,7%) alcançaram os maiores percentuais de cura no
mesmo ano. Em relação ao abandono, em 2016, o percentual foi 10,3%, duas vezes
acima da meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde (<5,0%).
Em 2016, foram registrados 4.426 óbitos por tuberculose,
resultando em um coeficiente de mortalidade igual a 2,1 óbitos/100 mil hab.,
que apresentou queda média anual de 2,0% de 2007 a 2016.
No ano passado, o Ministério da Saúde lançou o Plano Nacional pelo
Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, que ratifica o compromisso
com a Organização Mundial de Saúde (OMS) de reduzir a incidência da doença na
população mundial, que hoje é de aproximadamente 100 casos para cada 100 mil
habitantes. A meta é chegar, até o ano de 2035, a menos de 10 casos por 100 mil
habitantes. Juntamente com a redução da incidência, o Brasil também assume o
compromisso de reduzir o coeficiente de mortalidade para menos de 1 óbito por
100 mil habitantes.
Tuberculose tem cura! Saiba quais são os
sintomas da doença, formas de prevenção e tratamento
Ana
Cláudia Amorim
Agência
Saúde
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