Pesquisa nacional mostra desconhecimento sobre principais
sintomas e fatores de risco
A análise chamada de “Carcinoma
Hepatocelular: Barreiras de Acesso, Diagnóstico e Tratamento no Cenário
Brasileiro Atual”, feita através de
dados do Datasus, revelou que o carcinoma hepatocelular, popularmente conhecido
como câncer de fígado, é o terceiro que mais mata no mundo, contabilizando cerca de 700
mil mortes ao ano. No Brasil, foram registrados 44 mil óbitos no período de
2011 a 2015.
Mesmo com
uma taxa de mortalidade tão elevada, o brasileiro é mal informado sobre a
doença. É o que aponta uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Oncoguia,
em parceria com a Bayer. Para entender como o brasileiro percebe o câncer de
fígado, a pesquisa ouviu 1.500 pessoas, com idade entre 18 a 65 anos, em cinco
capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Porto Alegre).
Apesar de 53%
dos entrevistados afirmarem ter conhecimento sobre a doença, 61% deles não sabem
quais são os principais sintomas e 59% desconhecem os fatores de risco. A
pesquisa revela ainda que 76% dos entrevistados consideram o consumo
excessivo de álcool como uma das causas do câncer de fígado, o que é uma verdade.
No entanto, 56% dos entrevistados não o relacionam com a doença e desconhecem
outros fatores de risco, como a Hepatite B e a Hepatite C.
O
diagnóstico é dúvida para metade dos entrevistados, que disse não saber como é
realizado – somente 20% deles acertaram, dizendo que os exames de imagem são
o principal meio para descobrir as lesões no órgão. Pelo menos um a cada três
entrevistados conhece alguém com a doença, mas 44% não sabem sobre a existência
de tratamentos disponíveis.
“Estes dados
nos mostram que a população precisa ter mais acesso à informação sobre o que é
o câncer de fígado, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de
tratamento. Vemos que a maioria dos tumores é descoberta depois do avanço da
doença e isso tem impacto direto no uso das terapias e na sobrevida dos
pacientes”, ressalta Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.
O
oncologista do INCA (Instituto Nacional de Câncer) Dr. Roberto de Almeida Gil comenta que “há
opções de tratamento para os diferentes estágios da doença, mas, quanto mais
cedo for feito o diagnóstico, será possível chegar a procedimentos
potencialmente curativos - como a ressecção cirúrgica e transplante de fígado –
ou a procedimentos que auxiliam na regressão do tumor – injeção percutânea de
etanol e ablação por radiofrequência. Para os casos mais avançados, com a
avaliação médica, podem ser usados quimioembolização, quimioterapias e
tratamentos paliativos”.
Sobre o fígado e CHC
O fígado, maior
órgão sólido interno do corpo, é composto por vários tipos diferentes de
células, principalmente hepatócitos, que podem formar variados tumores malignos
e benignos1. Para o hepatologista
do Hospital das Clinicas da Faculdade de medicina da USP Dr. Flair Jose
Carrilho, “o carcinoma hepatocelular é a forma mais comum de câncer de fígado
primário e é responsável por aproximadamente três quartos dos casos. Alguns
começam como um único tumor que se espalha para outras partes do fígado,
enquanto outros começam como vários pequenos nódulos cancerígenos em todo o órgão. Este tipo é frequentemente visto em pessoas
com cirrose. Em todos os tipos de tumores malignos do fígado, a doença pode
sair do órgão e se espalhar para outros locais, o que chamamos de metástase”.
O carcinoma hepatocelular (CHC) é o câncer originado nas
células do fígado, causado pela multiplicação excessiva das células hepáticas
na tentativa de reparar lesões no órgão. Esse mecanismo aumenta a probabilidade
de erro durante a multiplicação celular e pode levar ao surgimento do tumor. Este
tipo de câncer é extremamente agressivo, porém silencioso, sendo frequentemente
diagnosticado em estágios mais avançados, quando os sintomas começam a surgir,
decorrentes da perda da função do fígado e também das lesões hepáticas
pré-existentes. Nesta fase, são poucos os tratamentos disponíveis e as taxas de
mortalidade são elevadas1.
O principal fator de risco para o desenvolvimento de CHC é
a agressão crônica às células hepáticas, acontecendo na maioria dos casos
associados à cirrose, que pode ser causada por infeções pelos vírus das
hepatites B e C, álcool e NAFLD (doença hepática gordurosa não alcoólica, em
tradução livre). Além desses fatores, há a exposição a aflatoxinas, que são
toxinas produzidas por fungos presentes em grãos e cereais mal armazenados,
além de condições genéticas como hepatites autoimunes e hemocromatose
hereditária1,2.
O curso natural da doença e a sobrevida mediana dos
pacientes com este tipo de câncer dependem do estágio da doença no momento do
diagnóstico3. O estágio se refere à extensão do câncer no corpo ao
diagnóstico e tem influência direta nos possíveis tratamentos e seus
resultados. Os estágios iniciais ou localizados (sem metástases) apresentam uma
sobrevida significativamente maior do que os tumores diagnosticados nos estágios
avançados ou com metástases4.
Sobre a Bayer
A Bayer é uma empresa global com competências em
Ciências da Vida nas áreas de agricultura e cuidados com a saúde humana e
animal. Seus produtos e serviços são desenvolvidos para beneficiar as pessoas e
melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a companhia objetiva criar valor
por meio da inovação. A Bayer é comprometida com os princípios do
desenvolvimento sustentável e com suas responsabilidades sociais e éticas como
uma empresa cidadã. Em 2017, o Grupo empregou cerca de 99 mil pessoas e obteve
vendas de € 35 bilhões. Os investimentos totalizaram € 2.4 bilhões e as
despesas com Pesquisa & Desenvolvimento somaram € 4.5 bilhões. Para mais
informações, acesse www.bayer.com.br.
Sobre o Instituto Oncoguia
O Instituto Oncoguia é uma associação civil sem
fins lucrativos fundada em 2009. Tem como missão ajudar o paciente com câncer a
viver melhor por meio de ações de educação, conscientização, apoio e defesa dos
direitos dos pacientes.
Canal Ligue Câncer: 0800 773 1666
Referências:
1-
Gomes MA, Priolli DG, Tralhão
JG, Botelho MF. Carcinoma hepatocelular: epidemiologia, biologia, diagnóstico e
terapias. Rev
Assoc Med Bras. 2013;59(5):514-524. doi:10.1016/j.ramb.2013.03.005.
2-
Llovet JM, Fuster J, Bruix J. The Barcelona approach: Diagnosis,
staging, and treatment of hepatocellular carcinoma. Liver Transplant.
2004;10(S2):S115-S120. doi:10.1002/lt.20034.
3-
Blum HE. Hepatocellular carcinoma: therapy and prevention. World J
Gastroenterology. 2005;11:7391-400.
4-
National Cancer Institute. SEER Stat Fact Sheets: Liver and Intrahepatic
Bile Duct Cancer.http://seer.cancer.gov/statfacts/ html/livibd.html. Acessado em
Março de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário