Ministério da Saúde recomenda o consumo de
produtos naturais e que brasileiro avalie a procedência dos alimentos
Novo guia orienta
evitar produtos industrializados prontos para o consumo. População poderá
enviar sugestões até 7 de maio
O novo Guia Alimentar
da População Brasileira (edição 2014) elaborado pelo Ministério da Saúde
orienta os brasileiros sobre os cuidados com a saúde e como manter uma
alimentação saudável e balanceada: a recomendação é pelo consumo de alimentos
frescos, de procedência conhecida e utilizando como base da dieta alimentos in natura (de
origem vegetal e animal), como carnes, verduras, legumes e frutas. O manual
também recomenda que as pessoas optem por refeições caseiras e evitem a
alimentação em redes de fast
food (refeições prontas).
A população poderá
contribuir com a elaboração do novo guia, que encontra-se em consulta pública
até o dia 7 de maio, acessando o endereço eletrônico www.saude.gov.br/consultapublica.
As contribuições serão avaliadas pelo Ministério da Saúde e poderão constar do
documento final.
“O guia é uma
fonte segura para orientar os brasileiros para uma alimentação saudável, com
base em evidências científicas e com recomendações debatidas com diferentes
especialistas e setores da sociedade”, afirma o ministro da Saúde, Arthur
Chioro. “A intenção é promover a saúde da população e contribuir para a
prevenção de doenças como a obesidade, diabetes e outras doenças crônicas
relacionadas à alimentação”, enfatiza.
O manual foi elaborado
em linguagem acessível e destina-se tanto ao cidadão como a educadores e
profissionais de saúde. O documento foi formulado com o apoio do Núcleo de
Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo
(USP) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), ligada à Organização
Mundial de Saúde (OMS).
CONSUMO – O novo guia
orienta os brasileiros a desfrutarem a alimentação, e evitar à refeição
assistir televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou
atividades profissionais, além de privilegiar o preparo da própria refeição
sempre que possível. “Precisamos resgatar e valorizar a culinária, planejar as
nossas refeições, trocar receitas com amigos e envolver a família na elaboração
das refeições. Isso pode até implicar dedicação de mais tempo, mas o ganho em
saúde e na convivência é significativo”, explica a coordenadora de Alimentação
e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime.
O QUE EVITAR - O guia também
recomenda a utilizar com moderação óleos, gorduras, sal e açúcar. Produtos
industrializados devem dar lugar aos alimentos in natura. Isso porque os produtos
processados têm adição de sal ou açúcar para torná-los mais duráveis,
palatáveis e atraentes. “Neste caso, o recomendado é sempre que possível evitar
o consumo de produtos industrializados e fazer compras em locais que ofertem
variedades de alimentos frescos e evitar aqueles que só vendem produtos prontos
para consumo”, informa Patrícia Jaime.
OBESIDADE - Os maus hábitos à
mesa têm refletido na saúde e no excesso de peso da população, que hoje já
atinge 51%, sendo 17% obesos, segundo a dados do Vigitel, levantamento do
Ministério da Saúde realizado anualmente com a população brasileira sobre os
hábitos alimentares e de estilo de vida. Em 2006, o índice de excesso de peso e
obesidade era de 43% e 11%, respectivamente. Crianças e adolescentes trilham o
mesmo caminho, uma em cada três crianças e um em cada cinco adolescentes estão
acima do peso.
Além disso, a obesidade
é um forte fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis. Pessoas obesas têm mais chance de sofrer infarto, AVC,
trombose, embolia e arteriosclerose, além de problemas ortopédicos, apneia do
sono e alguns tipos de câncer.
Confira as orientações
para uma alimentação saudável
- Fazer de alimentos in natura a
base da alimentação
- Usar óleos, gorduras, sal e
açúcar com moderação
- Limitar o uso de produtos
prontos para consumo
- Comer com regularidade e com
atenção e em ambientes apropriados
- Fazer compras de alimentos em
locais que ofertem variedades de alimentos frescos e evitar aqueles que só
vendem produtos prontos para consumo
- Dar preferência, quando fora de
casa, a locais que servem refeições feitas na hora e evitar redes de fast food
- Ser crítico quanto a
informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em
propagandas comerciais
Conheça a diferença
entre alimento e produto alimentício
Alimentos in natura: são
essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e
frutas.
Alimentos minimamente
processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de
substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex:
arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição
de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas
de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.
Produtos processados: são fabricados pela
indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e
mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura (cenoura, pepino,
ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e
atum de latinha, queijos e pães.
Produtos
ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum
alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes,
chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e
temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos
para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.
Agência Saúde
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