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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Neurobusiness: A neurociência pode ajudar seu negócio a cresce

Com base em estudos sobre o cérebro humano o neurobusiness auxilia na otimização dos processos da sua empresa

 

O cérebro é a principal ferramenta de um empreendedor, é através dele que decisões importantes para o futuro da empresa são tomadas e inovações são implementadas em um negócio, assim, entender como ele funciona é essencial para saber usá-lo da melhor forma, para, para isso existem um ramo da neurociência voltado especificamente para a compreensão do comportamento do cérebro no meio empresarial, o neurobusiness.


 

O que é o neurobusiness


O neurobusiness é um campo derivado da neurociência que compreende diversas outras áreas da ciência como neurogestion, neuroeconomia, neuromarketing, dentre outros.


Seu principal objetivo é entender como o cérebro funciona no meio empresarial e como usar a compreensão desses processos para melhorar a produtividade e assertividade do trabalho, auxiliando na otimização e crescimento do negócio.


O uso do neurobusiness por empresas tem se popularizado cada vez mais por estimular a criatividade e ajudar a implementar ações estratégicas na empresa.


 

Áreas da ciência que compõem o neurobusiness


O neurobusiness utiliza conhecimentos de diversas áreas para entender o cérebro no mundo dos negócios, é o que explica o estudo “Neurobusiness e sua aplicação como forma de otimizar o seu negócio”, liderado pelo PhD neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela, e publicado pela Revista Multidisciplinar de Ciência Latina.


De acordo com o estudo, algumas das áreas que compõem o neurobusiness são: Neuroeconomia, neurocontabilidade, neuromarketing, neurosales, neuromanagement e neuroliderança.


 

Conheça um pouco mais sobre elas:

 

Neuroeconomia


É um campo interdisciplinar que busca compreender o processo de tomada de decisões e entender seu funcionamento em situações de risco, preferências pessoais e o impacto de pressões externas nesse processo.


 

Neurocontabilidade


“Estuda o indivíduo, a tomada de decisões financeiras, como ele recebe informações contábeis e como você decide investi-las", afirma o artigo.


 

Neuromarketing


Utiliza a neurociência para otimizar estratégias de marketing com base no entendimento do comportamento dos consumidores, podendo definir também os impactos emocionais do produto.


 

Neurosales


Busca entender como funciona o cérebro dos consumidores e como estimulá-los a comprar.


As neurosales são um campo abrangente e complementar de neuromarketing. É possível mapear o comportamento dos potenciais clientes, descobrir quais produtos eles têm maior capacidade de venda, tendências e até mapear o perfil de cada candidato para vendedor”.


 

Neuromanagement


Consiste na utilização da neurociência na gestão de negócios e na compreensão do processo de tomada de decisões no ambiente organizacional.


 

Neuroliderança


Ramo da neurociência que busca auxiliar na gestão de pessoas através do uso de técnicas da neurociência, identificando métodos mais eficazes para um líder utilizar com sua equipe.


É a aplicação de estudos neurocientíficos sobre comportamento de líderes, sua maneira de pensar, seu relacionamento com gestores, parceiros e concorrentes, e sua forma para tomar decisões sob pressão”.

 

A neurociência veio para mostrar o caminho para o mundo executivo. Ele pode estimular o resultados usando o neurobusiness como fonte de conhecimento, criando novos técnicas e abordagens, delineando a tomada de decisões, apesar de toda a excitação, temos que ter em mente que este é um trabalho diário, não uma fonte de eventos milagrosos" ressalta o artigo.

 

Com base nos estudos sobre neurobusiness, o Dr. Fabiano de Abreu lançará um curso este ano com conceitos próprios para auxiliar empreendedores na aplicação do neurobusiness, o curso será lançado pela Logos University Internacional nos Estados Unidos e em parceria com universidades da américa latina também será produzido em português e espanhol no Brasil, Bolívia, Espanha e México.

Realizei um estudo com base nos melhores artigos e acrescentei métodos próprios [...] Para o curso não só foram acrescentadas e aprimoradas técnicas, como também todos os módulos do curso são baseados em artigos científicos publicados.” Acrescenta Dr. Fabiano.

 


Dr. Fabiano de Abreu Agrela, -  PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.


Dia do Profissional de Educação Física: profissão crucial para a prática adequada dos exercícios

Educadores físicos garantem execução segura de movimentos em exercícios/DIVULGAÇÃO

Coordenadora do curso de Educação Física ressalta a importância de um educador físico qualificado para supervisão de prática desportiva


Fazer atividade física é fundamental para o bem-estar de qualquer pessoa e cada modalidade esportiva tem suas propriedades e exige cuidados adequados. Com responsabilidade, a prática regular de exercícios pode colaborar para o condicionamento cardiovascular e reduzir o estresse. Um estudo publicado na revista científica Circulation neste ano, realizado com mais de 100 mil pessoas por três décadas, indica que indivíduos com o hábito de se exercitar de duas a quatro vezes por semana têm redução no risco de morte por problemas de saúde de 21 a 23%, em média, em comparação com sedentários.

De acordo com a coordenadora do curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera, professora Elizimara Augusta Lima Braga, a presença de um profissional educador físico, para a instrução, é imprescindível para que as práticas desportivas sejam realizadas de forma benéfica e proveitosa. “Esse profissional tem competências e habilidades necessárias para orientação de exercícios de forma individual e específica, mantendo a segurança do praticante, e garantindo aproveitamento de forma integral, como na execução de movimentos com excelência e nas ações necessárias pré e pós-treino”, afirma a docente.

O hábito de manter atividades físicas na rotina é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que nos últimos anos, alerta sobre o aumento no número de pessoas inativas, que não executam nenhum esporte para aprimoramento da saúde do corpo e da mente. Conforme orienta o órgão, adultos dos 18 aos 64 anos devem realizar pelo menos 150 minutos de exercícios por semana, para manter a atividade cardiorrespiratória e muscular revigorada. “Ao dobrar o tempo semanal, os resultados são ainda maiores e beneficiam o organismo por completo”, ressalta a docente.

Sem o acompanhamento de um instrutor qualificado, há a possibilidade de ocorrer consequência no corpo do praticante, como lesões por esforço excessivo ou em quedas, torções ou batidas. “Isso pode fragilizar a musculatura e provocar sequelas permanentes”, alerta. “Um profissional educador físico é capacitado para orientar de forma adequada os exercícios, além de associar a atividade física ao ciclo respiratório, propor alongamentos e auxiliar na atenção para performance segura”, completa.

 

CELEBRAÇÃO

Em 1º de setembro é celebrado o Dia do Profissional de Educação Física, em referência à instituição da Lei Federal nº 9696, que entrou em vigor na mesma data em 1998, ao regulamentar a profissão e criar os Conselhos Federais e Regionais de Educação Física. “A celebração é importante para que haja cada vez mais apreciação e respeito por esses educadores. É uma profissão que acolhe diversas áreas e contribui, de maneira fundamental, para a evolução da saúde da sociedade”, completa a professora da Anhanguera.

 

Anhanguera

https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/

 Kroton

www.kroton.com.br


Com o aumento no número de roubo de cargas no país, cresce a procura por serviços que dificultam a ação dos criminosos no momento do crim

Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), os roubos de carga registraram aumento de 1,7% no país em 2021. Essa é a primeira alta desde 2017, e o prejuízo financeiro atingiu no total R$ 1,27 bilhão

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços cresceu 1,7% em março desse ano no comparativo com o mês anterior. Esse é o maior nível desde maio de 2015, sendo que a atividade que mais se destacou na pesquisa foi o setor de transportes (2,7%), que avançou pelo quinto mês consecutivo graças ao rodoviário de cargas, especialmente o vinculado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. Porém, esse avanço acabou resultando em um outro aumento no país: o crescimento do roubo de cargas. Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), os roubos de carga registraram aumento de 1,7% no país em 2021. Essa é a primeira alta desde 2017, e o prejuízo financeiro atingiu no total R$ 1,27 bilhão.

Diante dessa situação, muitas empresas decidiram procurar serviços capazes de garantir que suas cargas sejam entregues de forma segura para evitar possíveis prejuízos. Sendo assim, instituições que oferecem recursos e produtos que dificultam o roubo de mercadorias e aumentam a segurança na hora de realizar o transporte das cargas, acabaram registrando crescimento durante esse período, como é o caso da startup T4S Tecnologia. O plano de criar a empresa surgiu em 2016 com o início das operações em 2017.

Os empresários Enrico Rebuzzi e Luiz Henrique Nascimento sentiram na pele o que era sofrer com os prejuízos de roubo de cargas, pois antes de fundar a T4S, eles tinham uma empresa de logística em 2003, e passavam por essa situação direto. Com a experiência adquirida nós tempos em que ambos trabalhavam com logística, eles desenvolveram um sistema batizado de Bloqueador Independente.

“Como o fator tempo é a chave do sucesso para as quadrilhas, uma vez que precisam sair do local do crime em poucos minutos e em poder do veículo, O Bloqueador T4S dificulta essa rapidez ao criar uma série de dificuldades a quem tenta desativá-lo.” – explica Luiz Henrique Nascimento, diretor da T4S Tecnologia.

O risco para o bandido assim aumenta e, junto com ele, a tendência de abandono do veículo e motorista com a carga intacta. O bloqueador imobiliza o veículo na hora quando o ladrão tenta efetuar o roubo com um “jammer”, conhecido popularmente como “chupa-cabra”, aparelho que neutraliza o sinal de GPS/GPRS dos rastreadores.

A segunda situação de bloqueio automático é quando a quadrilha tenta violar os sistemas de rastreamento. Em outros casos como paradas ou desvios de rota não programados, as centrais de monitoramento poderão enviar comandos de bloqueio remotamente. A empresa já conseguiu evitar um prejuízo de R$2.300.000 de um caminhão em São Paulo que carregava uma carga de fertilizantes. Depois do painel do veículo ter sido violado, o veículo foi bloqueado automaticamente. Já a Blindagem Elétrica, no caso de tentativa de roubo da carga com rompimento ou perfuração do baú, um arco elétrico é formado repelindo instantaneamente os agressores com choques de alto impacto de 20 mil volts, porém não letais.

O produto é composto por painéis que revestem todas as faces internas da carroceria “baú” do caminhão, com a missão de proteger carga e veículo. O sistema não oferece qualquer risco aos trabalhadores e transeuntes. Por conta do aumento de roubo de cargas no país, o faturamento da empresa dobrou no ano passado, sendo que a T4S encerrou 2021 com lucro de R$40 milhões, sendo que em 2020 foi de R$21 milhões.

 

T4S Tecnologia

www.t4stecnologia.com.br

 

Jornada de trabalho com quatro dias semanais já é realidade

Empresas do mundo inteiro colhem os benefícios dessa mudança, que exige planejamento e soluções criativas


Trabalhar quatro dias na semana já é uma realidade para alguns países como Japão, Islândia e Emirados Árabes Unidos. A razão dessa mudança, que promete mudar o formato de trabalho no mundo inteiro, inclusive no Brasil, já era algo levado em consideração antes mesmo do acometimento da pandemia, uma vez que estudos realizados em algumas empresas já apontavam uma porcentagem significativa de baixo rendimento e procrastinação entre os colaboradores com jornadas de trabalho de 40 horas semanais.

Estudo realizado na empresa de softwares Workfront, nos Estados Unidos, em 2016, apontou que os funcionários tinham um aproveitamento de apenas 39% das horas trabalhadas, sendo que o restante (61%) acabavam em procrastinação. Para o consultor de carreira e negócios da ESIC Internacional, Alexandre Weiler, a procrastinação é algo comum, principalmente na rotina da vida moderna, portanto pensar em alternativas que melhorem a produtividade é o melhor caminho. “Apostar numa modalidade de trabalho com quatro dias na semana pode apresentar benefícios como uma maior retenção de talentos, combate a problemas de saúde mental, menos procrastinação e equipes mais eficientes”.

Além dos benefícios para o colaborador, um escritório que funcione menos dias no mês pode também apresentar uma economia nos recursos administrativos. Foi o que apontou um teste feito em 2019, na Microsoft do Japão, que percebeu uma grande redução nos gastos administrativos como papel e energia, ao oferecer três dias de folga aos seus funcionários. O mesmo experimento indicou que os funcionários ficaram mais felizes e 40% mais produtivos com a medida. “O mundo mudou e as pessoas também, então por que não pensar em alternativas que possam melhorar a maneira como vivemos? É claro que a implantação de algo dessa magnitude precisa de um planejamento muito criterioso por parte das empresas”, conta Weiler.

 

Panorama atual

Já em 2014 grandes empresários, integrantes do ranking de bilionários da FORBES, como Carlos Slim (AT&T, Net, Embratel, Telmex, etc) e Larry Page (GOOGLE) já defendiam jornadas de quatro dias semanais ou quatro horas diárias de trabalho, respectivamente.

A Islândia foi o primeiro país a discutir o assunto, e entre os anos de 2015 e 2019 conduziu um experimento com 1% da população, que passou a trabalhar em escala 4x3. Com a obtenção de resultados positivos, o modelo foi implementado de forma permanente, sem alteração salarial. Os Emirados Árabes Unidos, começou o ano de 2022 como a primeira nação do mundo a adotar uma jornada semanal de quatro dias. Entidades locais e do governo já operam com essa jornada, sendo que o final de semana começa ao meio-dia de sexta-feira, terminando no domingo. Já na Espanha, o governo concordou em testar a jornada de 32 horas ao longo de três anos, sem corte na remuneração.

No Brasil algumas empresas de tecnologia já adotaram a jornada de quatro dias, como a Crawly, Nova-Haus, Winnin, AAA inovação, Gerencianet e Eva, porém não há ainda nenhuma consolidação com relação a lei e forma de funcionamento. “Existem muitas dúvidas sobre o funcionamento dessa jornada e também quanto aos direitos dos trabalhadores, ajustes em processos, adequação de tecnologias, mensuração de resultados, mas nada impede que testes sejam feitos, até mesmo para verificar a adequação a cada modelo de negócios. Seguramente nem todos são passíveis de adoção automática e alguns, inclusive, com grandes desafios. É realmente uma mudança forte de paradigmas, mas que pode ser viável e, em muitos casos, necessária e benéfica. Um bom exemplo foi a mudança ocorrida em 1926, quando Ford instituiu a redução das jornadas de trabalho para 40 horas. Naquela época foi uma grande revolução, que trouxe mais produtividade e qualidade de vida aos trabalhadores, por que não repensar no que é feito hoje em dia? Seria um caminho para manter bons resultados organizacionais e reduzir parte dos desdobramentos negativos como ansiedade, estresse e burnout, que hoje afetam parte significativa de colaboradores e gestores?”, finaliza.


Acidentes de trabalho no home office - de quem é a culpa?


Se teve um ponto que ganhou destaque no universo trabalhista durante a crise do Coronavírus, com certeza esse é o home office. Contudo, fato que poucos estão se preocupando e que pode ocorrer mesmo com os colaboradores estando em casa são os casos de acidentes de trabalho.

São muitas as dúvidas relacionadas a esse tema, exemplo são: Quais os riscos para empresas em casos de doenças ou acidentes de trabalho? Quem é responsável por essa situação, o trabalhador ou a empresa? Como faz a empresa para ter controle? Dá para saber sei isso aconteceu com o funcionário trabalhando ou não?

A gerente de recursos humanos da Confirp Consultoria Contábil, Cristine Yara Guimarães, explica que esse modelo de trabalho ainda é recente. O home office começou a surgir no Brasil, ainda de forma tímida, por volta do ano de 2010 e a partir de então a cada ano temos verificado um crescente número de empresas que têm autorizado tal modalidade de trabalho. A partir de novembro de 2017, com a denominada "reforma trabalhista" o legislador inseriu esta modalidade de trabalho na CLT, o chamado "teletrabalho", passando a tratar do tema de modo mais específico.

"Sem dúvida alguma, além da necessidade que passamos, ao alocar um colaborador fora do ambiente de trabalho da empresa, esta tem uma redução de custos com espaço, insumos, consumo de energia elétrica, água, dentre outras, o profissional, por sua vez, não se vê obrigado a gastar tempo com deslocamentos, transportes, etc., cria-se uma nova mentalidade", avalia Cristine Yara.

Mas, como diz o ditado popular: ‘nem tudo são flores’. Ao implementar esse sistema de trabalho as empresas devem se blindar também, pois ainda continuarão a ter responsabilidade diante a estrutura e a saúde e bem-estar dos trabalhadores. Por isso é importante se proteger juridicamente.

Outro ponto previsto na lei é que o empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho.

"Resumindo, ao contratar um profissional para prestação de serviços em tal modalidade (teletrabalho), o empregador deve elaborar um contrato individual de trabalho, explicitando ao máximo as condições e termos do mesmo", complementa a especialista da Confirp.


De quem é a responsabilidade?

A opinião é compartilhada por Tatiana Gonçalves, diretora da Moema Medicina do Trabalho , ela explica que muito se engana quem pensa que no home office não existem mais regras de medicina e segurança do trabalho. Elas não só existem, como são de responsabilidade do contratante.

Isso pelo fato de que o contrato de trabalho deverá indicar o responsável pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto e como será realizado o reembolso de despesas arcadas pelo empregado. Neste contrato será dito quem será o responsável pela compra do mobiliário, equipamentos e suportes ergonômicos.

"A norma legal define que o empregador deve instruir o trabalhador, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções contra doenças e acidentes de trabalho, e fornecer um termo de responsabilidade a ser assinado pelo empregado, comprometendo-se em seguir as instruções recebidas da empresa", complementa.

Mas acidentes acontecem e nesse caso começam dúvidas de quem é a responsabilidade. Fato é que um acidente pode acontecer em qualquer lugar, não sendo o domicílio do empregado um local livre de possíveis acidentes, e muitas vezes os motivos não se correlacionam com a prestação de serviços realizada.

"O trabalhador pode sofrer acidente em sua própria casa, promovendo um reparo hidráulico, cuidando do jardim ou numa atividade de lazer, ou, ainda, numa viagem recreativa, mas nesses casos não há implicação relacionada ao contrato de trabalho", explica Gonçalves.

Todavia, o empregado pode se lesionar em seu domicílio em decorrência da prestação de serviço, ao não se utilizar de equipamentos ergométricos necessários para postura correta nas horas em que passa à frente do notebook ou computador realizando as tarefas necessárias. Nesse caso a situação muda de figura e a responsabilidade pode ser da empresa.

O advogado trabalhista Mourival Boaventura Ribeiro explica que em acidentes que ocorrem durante o trabalho se tem atualmente a jurisprudência, entendendo esse como "acidente de trabalho". Ele cita decisão da Justiça do Trabalho, que reconheceu a queda em casa de uma funcionária em Belém do Pará como acidente de trabalho. Isso comprova a necessidade de preocupação das empresas em acidente ocorrido em home office, já que o mesmo pode ser equiparado ao acidente de trabalho.

"É fundamental que empresas portadoras de trabalhadores que atuem em casa determinem firmemente seu horário de expediente. Façam isso no sentido de terem mais controle sobre a jornada laboral dos seus trabalhadores, e assim, em caso de acidente terão menos dúvidas para determinar se foi acidente de trabalho ou não", alerta Tatiana.


Prevenção é o caminho

Para se blindar, a empresa deve atender as normas regulatórias do trabalho, mesmo em casos de home office, e treinar o trabalhador para ter certeza de que esse está em um ambiente seguro.

Um exemplo é a preocupação com a NR-17, que possui importantes previsões sobre ergonomia aos trabalhadores, com previsão de tamanho e altura das mesas, distância dos monitores, entre outras.

Nesse caso, segundo regras da Reforma Trabalhista, cabe ao empregador apenas instruir o empregado e sobretudo, de que eventuais custos decorrentes desta instrução serão regulamentados por contrato entre as partes, e não correr necessariamente pelo empregador, que comanda e controla o serviço.

"Lembremos ainda que, pela atual regulamentação, o empregador apenas orientará o empregado para tomar precauções a fim de se evitar o seu adoecimento no trabalho, do qual o empregado passará recibo por meio de termo de responsabilidade", finaliza Tatiana, reforçando que a prevenção, mais uma vez, é o melhor caminho nesses casos.

Mas como fazer isso? É um ponto complexo, mas além de ter ferramentas de acompanhamento do período de trabalho de quem está em home office, é preciso haver capacitação e constante treinamento. Outro ponto é que, mesmo estando distante, é preciso medir o índice de satisfação e dedicação dos trabalhadores. Lembrando que a tecnologia pode ser uma forte aliada.


Grupo hacker russo diz ter atacado sistema do governo brasileiro

De acordo com um grupo de hackers da Rússia, os sistemas do governo brasileiro tiveram ataques cibernéticos na última terça-feira (30). A informação foi divulgada pela conta Dark Trace, no Twitter, que faz atualizações sobre ataques cibernéticos. O grupo Everest ransomware anunciou que o “GOV Brazil” está na sua lista de vítimas.  

Ainda segundo informações do próprio grupo de hackers, eles colocam à venda o acesso à rede do governo brasileiro com mais de 3 TB de dados. “Está a venda acesso à rede Gov Brasil, mais de 3 TB de dados. Para dúvidas, contate: everestransomteam@onionmail.org”, diz o site do grupo de ransomware, que tem uma lista de vítimas no mundo todo.

A Secretaria Especial de Comunicação Social ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) - principal provedor de soluções tecnológicas para o Brasil, responsável por administrar o maior banco de dados do país com informações de todos os cidadãos brasileiros, por sua vez, negou o ataque. Resta saber se esses dados estão - ou não - na mira de cibercriminosos russos, e qual o interesse por trás disso.

Para João Alfredo Lopes Nyegray, doutorando em estratégia e coordenador do curso de Comércio Exterior e professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP), os russos sempre tiveram uma política agressiva, tanto interna quanto externamente. “A maneira pela qual os russos tratam a oposição domesticamente é um exemplo disso, assim como as relações com os europeus, que também demonstram a agressividade das políticas que vem do Kremlin”, aponta. 

Em termos de sequestro de dados, o especialista lembra das sérias acusações contra o ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, de ter contratado ou ter buscado a interferência dos russos para conseguir dados contra os seus opositores. “Algum tempo depois, os russos e os ucranianos também haviam sido abordados pelo governo Trump para buscar dados contra os familiares de John Biden, ainda na campanha presidencial que elegeu Biden nas últimas eleições estadunidenses.” 

Seria essa uma forma de obter dados de eleitores brasileiros para interferência nas eleições de outubro? O especialista acredita ser mais provável que essas informações possam ser utilizadas e sequestradas para cobrança de resgate. Segundo o professor, isso fica mais evidente porque o Brasil até agora não entrou tão fortemente nas pressões contra a invasão da Ucrânia, em virtude da política externa do governo brasileiro nesse momento. “O Brasil vem se pautando pela defesa dos países dos Brics e pela solução pacífica das controvérsias. Eventualmente, essa pode ser mais uma tentativa dos russos de sequestrar dados para que, com isso, consigam exigir mudanças políticas, não só no governo brasileiro, mas em outros governos cujos dados possam, eventualmente, ter sido sequestrados também”, finaliza.

 

Universidade Positivo

up.edu.br/

 

Desenvolver a cultura organizacional melhora a experiência do cliente


Empreendedores que consideram no plano de negócios os valores da empresa e praticam-os no dia a dia ganham em produtividade, inovação, eficiência  e integração. Na hora de fazer o plano de negócios e abrir uma empresa, muitos empreendedores acabam cometendo a falha de esquecer ou de não dedicar a devida atenção à cultura organizacional. O que motiva a existência de um empreendimento? O propósito. E o que o mantém sustentável? Os valores praticados no dia a dia.

Tão importante quanto estabelecer a atividade prioritária de uma companhia, a identificação e o desenvolvimento da cultura organizacional são fundamentais para criar a empresa conforme seu DNA, que abrange os princípios éticos, ideológicos e funcionais. É a cultura que regerá toda a política de gestão de pessoas, garantindo assim a essência de uma corporação.

Definimos a cultura organizacional como um conjunto de atitudes, posicionamentos e rituais. Na prática, é viver os valores todos os dias para construir uma identidade única junto aos colaboradores e aos demais públicos de relacionamento, como fornecedores, parceiros e clientes.

A cultura organizacional dita a forma como a empresa faz negócio, a maneira como a liderança toma decisões e o jeito como os colaboradores atuam no trabalho. Os valores ajudam a ter clareza do que pode ou não ser aceito no âmbito privado ou coletivo.  Estabelecer a cultura do zero em uma empresa não é fácil e tudo começa na concepção do negócio. Se o empreendedor souber claramente o que ele almeja para a sua companhia e deixar claro quais são suas intenções, o caminho fica mais natural depois.

E esse processo começa na atração e seleção dos profissionais: é importante ter bem definido quais os objetivos com a contratação, buscando aqueles mais experientes, com competências técnicas e habilidades comportamentais que tenham sinergia com as posições. Entretanto, é importante também abrir as portas para aqueles ainda sem experiência, oportunizando uma carreira e preparando esse colaborador para o futuro.

Como desenvolver a cultura de uma empresa?
O primeiro passo é estabelecer a missão, a visão e os valores do negócio, deixando claro o que a empresa não permite ou tolera, a fim de evitar qualquer dúvida neste sentido. Listo abaixo seis valores fundamentais que aplicamos aqui na Contabilizei:

1.   Agir com propósito

2.   Entregar resultados com excelência

3.   Construir em conjunto

4.   Trabalhar com simplicidade

5.   Estar 1% melhores todos os dias

6.   Ser uma pessoa verdadeira

É importante que os colaboradores sejam impactados pelos valores e transformem-os em ação desde a sua chegada na companhia. Por isso, é importante que programas de integração, conhecidos também como onboarding, sejam bem estruturados a fim de proporcionar uma imersão completa ao novo ambiente. As características apreciadas precisam ser enaltecidas e os atributos da conduta devem ser tangíveis.

Além do onboarding, a empresa requer lideranças capazes de vivenciar os valores no dia a dia com as suas equipes. Uma boa maneira de trabalhar isso de forma constante é ter em mente que: a organização está sempre a serviço do cliente e atua com o propósito de resolver um problema que ele tem. Isso, por si só, já é uma maneira de praticar os valores.

A empresa pode contar também com um grupo de pessoas que guardam, cuidam e disseminam sua cultura, os seus embaixadores, que fortalecem os valores na prática do dia a dia. Independente do cargo ou da função, esses profissionais naturalmente se destacam pelo compromisso em levar adiante o propósito de uma companhia. 

Por fim, há uma série de eventos e de componentes que podem ser promovidos para fortalecer ainda mais a cultura e que exercem um papel fundamental, alguns exemplos são treinamentos, capacitações, campanhas de endomarketing, entre outras estratégias. Tudo isso inspira, estimula e apoia os colaboradores a estarem conectados ao mesmo objetivo: o sucesso do cliente, que no fim é o sucesso de todos.

 

Michelle Carneiro - diretora de Pessoas e Cultura da Contabilizei, o maior escritório de contabilidade do país e líder em abertura de empresas, que conta com um time de mais de mil colaboradores.

 

Licença-paternidade: advogado trabalhista elucida as principais questões

Pais de recém-nascidos podem ter até 20 dias de licença sem prejuízo nenhum ao salário


A licença-paternidade, direito criado no ano de 1988, inicialmente, para permitir que o pai pudesse registrar o seu filho, dando a ele dois dias, passou por algumas modificações, até benéficas, conforme aponta o advogado trabalhista André Leonardo Couto. O especialista lembra que mesmo existindo há tantos anos, muitos pais não sabem como funciona o direito previsto no Artigo 473, inciso III da CLT, e no Artigo 10º, parágrafo 1º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal (CF).

O advogado destaca que o afastamento é uma maneira de garantir que o pai tenha a presença nos primeiros dias de nascimento e por isso, é tão importante. “A licença-paternidade é um benefício oferecido ao pai de uma criança que acabou de nascer e que precisa de alguns dias afastado do trabalho para fornecer os primeiros cuidados para uma criança recém-nascida. Desta maneira, uma saída para garantir que o pai tenha presença em casa durante os primeiros dias que sucedem o parto da mulher. Tudo para que ele possa apoiar e claro, dividir os cuidados, tarefas de casa e assim, para que ele possa se adaptar à nova realidade e rotina com o filho. Por isso, os 5 dias de afastamento, por lei, são fundamentais. É algo indiscutível e o colaborador continua recebendo a sua remuneração mensal sem nenhum tipo de corte”, comenta.

Segundo o advogado, não basta apenas avisar a empresa, em tom de bate-papo na hora de um café, que a companheira está grávida. Para ter o direito garantido, é preciso solicitar a chefia através dos Recursos Humanos. “Para isso os pais devem fazer o pedido de afastamento no prazo de até dois dias úteis que são contados após o nascimento da criança. Não pode passar deste prazo. Assim, é indicado que esse aviso seja feito com antecedência, em conformidade a previsão de nascimento do filho. Tudo para que a empresa possa se organizar e liberar o afastamento temporário do funcionário das suas funções. Assim, fica sob a responsabilidade do próprio empregador agilizar todo o processo para a licença-paternidade. Se ele estiver para tirar férias, elas podem ser registradas a partir do sexto dia após o nascimento. Porém, se a criança nascer próximo ao final do período de férias, o benefício deve ser contado a partir do último dia das férias”, explica.


O período da licença pode ser maior

Além dos cinco dias garantidos na CF, André Leonardo Couto adiciona que se a empresa fizer parte do Empresa Cidadã, do Governo Federal, o pai poderá ter o direito a mais dias. “Através desse programa, que foi criado no ano de 2008 para promover uma participação maior no nascimento de um filho, surgiu a possibilidade de ter 20 dias, sendo, cinco definidos pela legislação e 15 dias pelo programa. Porém, para isso, os pais devem se atentar se a organização em que eles trabalham faz parte do benefício, já que é uma vantagem a mais para ficar ao lado do filho. Até o ano de 2018, eram cerca de 20 mil empresas participantes desse programa, por isso, vale a pena consultar para saber se é possível pedir essas quatro semanas de afastamento”, orienta.


Na justiça

Negar o afastamento do funcionário não é algo muito usual, porém, o advogado lembra que existem casos que acabaram se tornando processos judiciais. “As empresas são proibidas de suprimir o direito ao exercício da licença. Se acontecer, o funcionário pode procurar imediatamente um advogado para acionar a justiça. Prova disso, foi que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deu ganho de causa para um enfermeiro da capital mineira, que foi negado de dar suporte a filha recém-nascida e à esposa que estava na Bahia, durante o período de licença-paternidade. Ele teve uma indenização de R$ 10 mil por danos morais. Num outro caso de Alagoas, um funcionário de uma empresa de refrigerantes teve seus dias reduzidos e ainda foi remanejado de cargo. Com as provas, foi indenizado em R$15 mil. Desta maneira, fica claro que o melhor caminho é respeitar a lei”, conclui.

 

ALC Advogados

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Custo de vida na RMSP cai pela primeira vez em mais de dois anos

 
 
Preços ligados aos transportes retraíram 2,92%, influenciados pela redução nos combustíveis

 
A sequência de 25 meses de alta no custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi interrompida em julho: pela primeira vez, desde maio de 2020, o indicador Custo de Vida por Classe Social (CVCS) apresentou queda. O índice da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) variou -0,18%. O setor de transporte foi o que mais influenciou o resultado geral do indicador, com redução de 2,92%. Em relação às diminuições, os preços da gasolina (-13,6%) e do etanol (-10,8%) foram os destaques.
 
A redução no preço dos combustíveis, em razão do limite da alíquota em 17% do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) – além da conjuntura internacional de baixa no valor do petróleo –, foi o principal motivo para a queda do indicador, já que os transportes têm o segundo maior peso no índice: 21,44%, influenciando em -0,63 ponto porcentual (p.p.) o desempenho geral.
 
Quanto ao impacto nas classes sociais, o CVCS demonstra que a gasolina mais barata ajudou o orçamento doméstico das famílias com menores rendimentos: o custo de vida para a Classe E apresentou variação de -4,10% (para a Classe A, foi de -1,86%). Apesar da redução no preço dos combustíveis, nos transportes também foram registrados aumentos, como do óleo diesel (6,1%) e das passagens aéreas (6,5%).
 
Outro grupo a apresentar retração no mês foi a dos artigos do lar (-0,94%). As quedas foram observadas nos preços médios do microcomputador (-3,3%), do televisor (-1,8%) e da roupa de cama (-1,7%). Contudo, como o peso em comparação ao indicador é menor (5,57%), este influenciou em apenas -0,05 p.p. a variação geral do CVCS.


 
Aumentos nos preços

A despeito da deflação mensal, os outros grupos que compõem o indicador da FecomercioSP também apontaram alta em julho. O setor de alimentação e bebidas foi o que mais subiu (0,89%). Os vilões da vez foram o pão francês (4,3%) e o leite longa vida (3%). Outros derivados do leite também subiram, dentre eles, o queijo (4,9%), o leite em pó (3,2%) e o iogurte e as bebidas lácteas (1,9%).
 
A redução da oferta por causa da seca deve manter os preços de leites e derivados pressionados nos próximos meses. Contudo, os consumidores podem economizar nas compras de outros itens que sofreram reduções nos preços. É o caso do tomate (-28,1%), da batata-inglesa (-16,8%) e da alface (- 4,9%). O óleo de soja, que, recentemente, teve altas consideráveis, apontou declínio de 3%, assim como alguns cortes de carnes, como a alcatra (-2,2%) e o contrafilé (-1,1%).
 
Para as faixas de renda, o impacto da variação do grupo de alimentação e bebidas foi muito similar: intervalos de 0,84%, para a classe D, e de 0,99%, para a classe A.
 
O setor de habitação também apresentou variação positiva dos preços, com alta mensal de 0,49%. Nos serviços, as altas observadas no aluguel residencial (1,9%) e no condomínio (1,8%) influenciaram o resultado. Já no comércio, houve baixa de 0,81%, graças à redução do gás de botijão (-1%). As demais elevações foram registradas nos seguintes grupos: despesas pessoais (1,75%), vestuário (0,88%) e saúde (0,66%). Educação e comunicação apresentaram estabilidade.
 


Segundo semestre

Na avaliação da FecomercioSP, embora a queda do custo de vida tenha sido mais concentrada no grupo de transportes, para o segundo semestre, a tendência é de um arrefecimento dos preços na média geral. As commodities, que alavancaram os custos dos alimentos no início do ano, agora estão em declínio, devendo pressionar menos os itens básicos de consumo, com exceção pontual do leite. Além disso, em agosto, a Petrobras anunciou novos cortes nos preços nas refinarias, o que contribuirá para possíveis reduções no custo de vida na RMSP.
 
Por fim, com os reservatórios das hidrelétricas em níveis satisfatórios, a energia elétrica, principal item de habitação, não deve pressionar os preços em curto e médio prazos. Esses três grupos representaram dois terços dos gastos das famílias das classes mais baixas. Portanto, é um grande alívio para o bolso do consumidor, que pode, de forma gradual, usar as economias para quitar contas do passado e, posteriormente, aumentar o consumo no varejo, ajudando a economia a se recuperar.


 
Nota metodológica


CVCS

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.


 
FecomercioSP


STF julga inconstitucional súmula do Tribunal Superior do Trabalho com relação à dobra de férias

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 501 para: (I) declarar inconstitucional a Súmula nº 450 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no tocante às férias e (ii) invalidar decisões judiciais não transitadas em julgado que, amparadas no texto sumular, tenham aplicado a sanção em dobro.

Prevaleceu, então, o voto do Ministro Relator Alexandre de Moraes, restando vencidos os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski.

Relembremos que a Súmula em discussão determinava que “o atraso no pagamento das férias confere ao empregado o direito de recebê-las de forma dobrada, ainda que a fruição do período de descanso tenha ocorrido no período legal (Súmula 450 do TST)”.

Ora, isso quer dizer que não há mais que se falar em pagamento da dobra das férias por parte da empresa ou do empregador? 

Não, não é bem assim, senão vejamos:

Existem dois regramentos com relação às férias. O primeiro é no tocante ao período concessivo, ou seja, após completar um ano de trabalho o empregado terá o prazo de até um ano para usufruir do descanso, previsão do artigo 134 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Se assim não fizer, o pagamento das férias deverá ser em dobro, previsão do artigo 137 da CLT. 

O segundo regramento, previsto no artigo 145 da CLT, determina que o pagamento deverá ocorrer até 2 dias antes do início do período das férias. A Súmula 450 do TST trazia em seu bojo que, na inobservância deste prazo para pagamento, seria devido pelo empregador a dobra das férias.

Vale destacar que a decisão não afasta a obrigatoriedade da observância do prazo de 2 dias para pagamento previsto no artigo 145 da CLT, mas tão somente afasta o pagamento da dobra das férias. O prazo permanece em vigor e sua inobservância poderá gerar multas administrativas pelos órgãos competentes.

Ainda, em referida decisão, o STF entendeu por invalidar toda e qualquer decisão já proferida que não tenha transitado em julgado, ou seja, que ainda se encontra com recurso pendente de julgamento ou com prazo em aberto para nova discussão.

Pois bem, na prática, esse ponto é de extrema relevância e atenção também para os colegas advogados já que, nas decisões recentes que aplicaram o entendimento da Súmula 450 do TST, caberá à parte interessada movimentar o judiciário com as medidas processuais necessárias para a observância da recente decisão do STF.

Processos que estiverem em execução provisória, por exemplo, com o presente tema sendo discutido no processo principal, também poderão ser discutidos novamente, caso a execução trate de férias dobradas. Portanto, vale a pena analisar a carteira de ações visando reduzir o provisionamento das empresas. 

 

Jacques Rasinovsky Vieira - sócio da área Trabalhista do FAS Advogados


Tratamento cruel de migrantes na Lituânia agrava problemas de saúde mental

MSF denuncia detenção prolongada e discriminação contra pessoas que chegam ao país


Os migrantes vulneráveis e os requerentes de asilo mantidos em detenção prolongada na Lituânia estão sofrendo uma deterioração alarmante na sua saúde mental. As práticas migratórias e os processos legais falhos executados pelas autoridades lituanas discriminam ainda mais pessoas de algumas nacionalidades e contribuem para sua detenção contínua, segundo denúncia da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). MSF denuncia a detenção prolongada e a discriminação sistêmica praticadas na Lituânia e pede a implementação imediata de alternativas humanitárias, que atendam equitativamente às necessidades de pessoas vulneráveis e traumatizadas.

“Muitas das pessoas detidas sobreviveram a experiências profundamente traumáticas”, diz Georgina Brown, coordenadora de MSF na Lituânia. “Mas, em vez de atender às necessidades delas, as autoridades lituanas estão piorando seu sofrimento mental ao detê-las e mantê-las no limbo. Esses homens, mulheres e crianças têm incertezas sobre o seu futuro. Eles estão aterrorizados com a possibilidade de serem devolvidos à força ao perigo de onde fugiram e estão aprisionados, sem autonomia ou proteção adequada”, afirmou.

  “Ficamos abismados ao saber que pessoas de algumas nacionalidades são mais propensas a ter essa detenção estendida do que outras, criando uma hierarquia de sofrimento da qual as autoridades lituanas deveriam se envergonhar profundamente.”

Aproximadamente 700 pessoas estão detidas nos Centros de Registro de Estrangeiros (CRE) Kybartai, Pabrade e Rukla e Naujininkai na Lituânia, após terem cruzado a fronteira com a Bielorrússia em 2021.

Desde janeiro de 2022, MSF oferece apoio à saúde mental para aqueles que estão detidos na Lituânia. No entanto, a organização sabe que este trabalho não pode solucionar o que realmente causa o sofrimento das pessoas, que é o fato de estarem detidas. Entre os pacientes atendidos por MSF entre janeiro e março de 2022, mais de 70% destacaram a detenção como a principal causa de sua necessidade de suporte em saúde mental.

“Estou tão desesperado que tentei me machucar porque quero sair desta prisão”, disse um homem detido em um dos Centros de Registro de Estrangeiros para MSF. “Muitas vezes eu realmente decidi que estava pronto para me matar. Você está sofrendo, você está envergonhado, você é abusado. Isso é prisão. Eu estava desesperado. Eu estava tão deprimido. Mas não posso porque precisamos de mais coragem. Eu não estou totalmente acabado.”

MSF testemunhou que pessoas de algumas nacionalidades têm uma probabilidade significativamente maior de ter sua detenção estendida, de permanecer nos CRE após a expiração da ordem de detenção ou de ter a liberdade limitada de movimento revogada.

Por exemplo, das 184 pessoas detidas em Kybartai CRE durante agosto de 2022, a maioria dos indivíduos em detenção pertence a dois grupos de nacionalidades, que estão presentes em números quase idênticos na população total do Centro de Registro de Estrangeiros. Com 16% do total de detentos, os nigerianos sofrem mais com as extensões das detenções. Nada menos que 28% deles enfrentam esse problema. No entanto, o maior grupo de nacionalidade dentro do CRE, que representa 18% da população total detida, tem menos de 2% de pessoas com extensões de detenção.

Os indianos são apenas 6% da população do CRE, mas representam mais de 15% das extensões atuais. Além disso, os requerentes de asilo russos e bielorrussos que chegaram recentemente ao CRE não foram sujeitos a detenção. Todos receberam liberdade limitada de movimento.

MSF vê esse padrão ecoado em outros CREs na Lituânia, incluindo lugares onde é quase impossível coletar dados precisos. A organização está recebendo inúmeros relatórios de alguns CREs de que algumas nacionalidades, incluindo nigerianos e congoleses, são mais propensas do que outras a estarem sujeitas a práticas migratórias discriminatórias. Entre elas, a detenção continuada após o vencimento de sua ordem (sem receber uma prorrogação emitida pelo tribunal legalmente responsável) e ter sua liberdade limitada de movimento revogada (retornando-os à detenção).

Em todo o mundo, MSF viu como as políticas e as práticas de migração hostis não servem para nada, exceto negar às pessoas seus direitos e agravar a miséria daqueles que estão sujeitos a elas. Quando as autoridades tratam as pessoas de maneira cruel, privando-as de sua liberdade, esperança e autonomia, há graves consequências. Essas ações podem destruir vidas.

O fato de a crueldade da detenção ser agravada na Lituânia por práticas discriminatórias e processos legais falhos, resultando em mais abusos com algumas nacionalidades, ressalta a desumanidade da abordagem do país à migração. É a antítese do tratamento digno e humano, bem como dos direitos humanos básicos, a que essas pessoas têm direito enquanto buscam proteção internacional.

À luz do sofrimento das pessoas que permanecem detidas na Lituânia e da vergonhosa contribuição das autoridades lituanas para a degradação global e coletiva dos direitos humanos de refugiados, migrantes e requerentes de asilo, MSF está pedindo o fim imediato das detenções prolongadas e a implementação de um sistema de asilo equitativo, que respeite a dignidade, a saúde e os direitos humanos dos homens, mulheres e crianças que procuram segurança na Lituânia.

“Nós, africanos, ainda estamos aqui”, disse um homem detido em um CRE lituano para MSF. “Outras nacionalidades eram a maioria. E agora todos eles foram embora, e nós, africanos, permanecemos. Há tantas coisas que mostram que o tratamento não é igual. Eles nos tratam de forma diferente. Não me sinto mal com isso, porque não é estranho para mim. Você só precisa aceitar como a vida é. Você só precisa continuar respirando. Se você continuou respirando por 12 meses, pode continuar respirando.”

 

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