O velho ditado: “avô rico, pai nobre, filho pobre” é, até hoje, uma realidade infelizmente vista em nosso país. Por mais que o Brasil seja um solo extremamente fértil para a fundação de empresas familiares, as relações afetivas se mostram superiores às competências profissionais em muitos negócios, impedindo uma perpetuidade saudável no segmento atuado. O cenário de sobrevivência destes empreendimentos não é tão positivo, mas, que pode ser revertido através de um plano de sucessão bem pensado e colocado em prática.
Dados divulgados pelo IBGE confirmam o crescimento
das empresas familiares no território. Hoje, nove em cada 10 empreendimentos
brasileiros são desta categoria, mas, apenas sete em cada 100 chegam à terceira
geração. Ainda, conforme outra pesquisa da PwC, 75% destas empresas fecham após
serem sucedidas por herdeiros, o que evidencia um grande erro cometido por
muitos fundadores em insistir em uma sucessão sanguínea ao invés de colocar um
profissional habilitado para comandar as operações.
Mesmo que muitos fundadores tenham o sonho de ver
seus sucessores assumirem seus postos comandando as operações corporativas, nem
sempre eles serão os mais preparados para assumir essa responsabilidade. Na
maioria das vezes, isso ocorre pelo despreparo deste profissional
antecipadamente, já visando esta sucessão futuramente – o que faz com que,
quando este momento chegue, ele não esteja apto a assumir tais tarefas.
Na insistência desta sucessão familiar, a tendência
é que essas empresas acabem fechando pouco tempo depois devido ao despreparo em
gerenciar os processos e times. Por isso, um bom plano de perpetuidade do
negócio não deve priorizar os laços sanguíneos, mas sim em preparar os talentos
interessados para que, quando a hora chegar, consigam assumir suas responsabilidades
com êxito em prol do crescimento do empreendimento.
Este processo deve levar em consideração não apenas
a avaliação das competências técnicas e comportamentais dos possíveis
candidatos, como também um investimento a longo prazo nesta capacitação
interna, de forma que consiga ser construída antecipadamente e de forma
estratégica. Alguns exemplos que costumam ser mais vistos nesse sentido incluem
a implementação de programas de trainee ou outros métodos de aprofundamento nas
áreas atuadas.
Paralelamente, é imprescindível estabelecer um bom
nível de governança corporativa, suportando a gestão das equipes e das
operações identificando oportunidades de melhoria que possam alavancar ainda
mais os resultados. Aqui, contar com o apoio de uma consultoria especializada é
uma opção vantajosa, visto que oferecerá a orientação necessária em prol de uma
boa saúde empresarial visando possíveis sucessões eficazes.
Ao invés de ser encarado como um custo, essa
capacitação deve ser vista como um investimento a longo prazo, preparando os
futuros líderes para que assumam o comando do negócio com plena capacidade de
exercer suas funções com assertividade. Isso, prezando sempre por não sobrepor
os vínculos familiares às competências exigidas para o cargo em uma maior imparcialidade
possível na seleção do sucessor.
Sem dúvidas, esse é um processo que não ocorre da
noite do dia, mas que precisa ser construído com paciência e máxima atenção
desde cedo, fazendo um bom trabalho de desenvolvimento antecipado para se
precaver frente a esse cenário. Afinal, o que define um bom sucessor não é sua
herança sanguínea, mas sim seu desenvolvimento profissional e capacidade de
gerenciar as operações empresariais rumo à sua maior produtividade e
crescimento possível.
Wide
https://wide.works/
Nenhum comentário:
Postar um comentário