A Espondiloartrite Axial (EpA) ou Espondilite Anquilosante (EA) pertence a um grupo de doenças chamadas de espondiloartrites (EpA), que apresentam características comuns, como comprometimento inflamatório da coluna vertebral. Afeta principalmente o esqueleto axial (cabeça, caixa torácica e coluna vertebral). Espondilo significa coluna/vertebra e ite significa inflamação.
Além da inflamação da coluna
vertebral, as EpA podem vir acompanhadas de artrites (inflamações articulares)
de extremidades, dactilite (inflamação de dedos), doença inflamatória
intestinal (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa), inflamação ocular
(uveíte) e doença autoimune crônica de pele (psoríase). Trata-se de um grupo de
doenças que se manifestam em vários órgãos do organismo.
A Espondiloartrite
Axial (EpA) afeta mais homens com idade inferior a 40 anos.
Porém o diagnóstico, pelas dificuldades clínicas, acaba sendo realizado muitas
vezes após esta idade.
Como se manifesta a doença
Um dos principais sintomas da Espondiloartrite Axial é a lombalgia baixa
(dor nas costas e nos glúteos) pela manhã, ao acordar.
Diferente das dores musculares e vertebrais por traumas e desgaste, que pioram
com exercícios, essa dor melhora com a atividade física, explica o reumatologista,
Marco Antonio Araújo da Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de
Reumatologia.
É preciso valorizar também
sintomas intestinais (alterações de ritmo, sensação de estufamento, dores
abdominais), sinais na pele, alterações nos olhos (como olhos vermelhos) e
queixas similares a tendinites em calcanhares, ombros e quadris.
O diagnóstico é feito pela
história familiar do paciente, por queixas dos sintomas e por exames de
imagens. “Muitas vezes, estes sintomas não são muito exuberantes e podem passar
despercebidos pelo clínico. Isso atrasa o diagnóstico, levando então as lesões
permanentes”, alerta Rocha Loures.
O diagnóstico rápido evita complicações
Detectar precocemente a Espondiloartrite
Axial ajuda a evitar as sequelas que podem vir depois meses e
anos de tratamento não adequado. Sem a assistência adequada, ocorre a
calcificação dos ligamentos que fazem parte dos tecidos moles da coluna
vertebral. Isso deixa a coluna sem mobilidade, levando o paciente a ter
dificuldade de deitar-se, entrar em um carro, assim como compromete sua
qualidade de vida.
A etiologia da Espondiloartrite
Axial ainda não é totalmente conhecida. Hoje acredita-se que
ela seja uma associação entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais.
Como é feito o tratamento
O tratamento da Espondiloartrite
Axial deve ser realizado de forma individualizada, de acordo
com os sintomas da doença e as características do paciente, como a presença de
comorbidades (doenças associadas) e fatores psicossociais. “O objetivo é
melhorar dor, rigidez, fadiga, mobilidade e flexibilidade, além de prevenir
dano estrutural à coluna vertebral e preservar usa função. Para isso, é
prescrita uma associação de remédios e atividades físicas”, ressalta o
especialista.
A Espondiloartrite Axial é
uma doença crônica e incurável, então é fundamental educar o paciente para
entender a doença e ter adesão ao tratamento medicamentoso, fisioterapia
constante e atividade física diária.
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