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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Insatisfação: o alerta sobre a necessidade de mudanças




A constante insatisfação e busca por coisas novas são sentimentos característicos do ser humano. Em algum momento, todos sentem a necessidade de mudar algo em suas vidas. Ao se questionar sobre o que não está legal, as pessoas certamente encontrarão respostas para questões como: o relacionamento amoroso poderia ter mais cumplicidade, gostaria de ficar mais tempo com seus filhos, ganhar mais dinheiro, trocar de carro, ser admirado profissionalmente e pessoalmente, viajar mais. Diversos são os aspectos nos quais a busca por melhorias é permanente.

No âmbito corporativo ocorre o mesmo. Em alguns casos, empresas de um mesmo segmento, com características e estilo de gestão semelhantes, alcançam resultados divergentes, uma situação que pode apresentar várias explicações. Em primeira análise, por exemplo, é possível indicar diferenças na forma como cada um negocia de acordo com suas expectativas, a maneira como elencam seus objetivos, a qualidade do monitoramento durante as atividades e a definição dos resultados a serem alcançados.

Além disso, será possível identificar discordâncias em relação ao foco, à energia, persistência e a determinação aplicados pelas pessoas durante o processo de execução de qualquer projeto, elencando a desistências delas como um dos motivos da diferença entre resultados de negócios com estilos de gestão parecidos. O segredo para evitar esse tipo de situação é encarar as insatisfações e resultados não tão bons pelo lado positivo. O ideal é que a insatisfação venha sempre atrelada ao desejo de mudança. Ser capaz de identificar o que se quer é o primeiro passo para alcançar os objetivos.

Por instinto, o ser humano tende a enquadrar a insatisfação como algo negativo, o que é bastante compreensível, já que essa emoção é capaz de paralisar, gerar conflitos ou despertar o estado de fuga em relação a situações difíceis. Porém, se houver clareza sobre o que realmente almeja tanto no aspecto pessoal quanto no profissional, a insatisfação poderá ser transformada em combustível, para impulsionar o processo de mudança e aperfeiçoamento. Por meio de autoconhecimento e dedicação, todos são capazes de determinar a qualidade do resultado das suas ações.





Alessandra Canuto - especialista em gestão estratégica de conflitos e negociação, facilitação e treinamento para potencializar negócios através do desenvolvimento de pessoas. É sócia e palestrante da AlleaoLado, empresa focada em palestras, treinamentos e consultoria.



Nova geração de idosos: o que eles fazem para envelhecer melhor?



 Para especialista do Hospital 9 de Julho o comportamento do idoso começa a mudar: mais atividades físicas, convívio social e, em contrapartida, doenças crônicas estáveis e aumento da qualidade de vida


Viagens com os amigos, aulas de dança - parece a enumeração da rotina de um jovem, mas, segundo o Dr. Marcelo Levites, coordenador do Centro de Longevidade do Hospital 9 de Julho, cada vez mais os idosos têm realizado atividades como essas, que são prazerosas e fazem bem à saúde. “A nova geração de quem já passou dos 65 anos entendeu os malefícios do cigarro, do sedentarismo e da reclusão social e, por isso, tem mudado os hábitos para viver mais e melhor”, comemora o médico.

O especialista lembra que, antes da revolução industrial, a expectativa de vida era de até 55 anos. Com a evolução de tratamentos médicos e a conscientização das novas gerações, essa expectativa só tende a aumentar. “Diversos estudos indicam, por exemplo, que pessoas mais sociáveis e felizes têm uma saúde melhor”, explica o Dr. Levites. Por isso, proporcionar aos pacientes uma agenda descontraída, com estímulos físicos divertidos, como uma aula de dança, e oportunidades de sociabilização, como em uma viagem entre amigos, pode ajudar a prevenir doenças como a depressão e problemas crônicos como diabetes e hipertensão.

“A terceira idade tem sido cada vez menos vista como um período de reclusão. Observamos que muitos idosos definem uma segunda carreira, novos hobbies e interesses nesse período. O avançar da idade apresenta um mundo de oportunidades”, reforça o Dr. Levites.

Para estimular uma rotina mais saudável para os idosos, dê uma olhada nestas dicas e ajude-os a ter uma vida mais saudável:


Atividade física: Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde*, por volta dos 60-65 anos, homens e mulheres sentem os primeiros sintomas da velhice como ossos frágeis e organismo lento. “Hidroginástica e caminhadas são duas opções prazerosas e exercícios interessantes para idosos, já que têm baixo impacto, mas estimulam diversas áreas do corpo, como o sistema cardiovascular, músculos e ossos”, observa o Dr. Levites, que complementa: “Além dos efeitos de longo prazo, as atividades físicas liberam serotonina, o hormônio responsável pelo bem-estar”.


Sexualidadecom a chegada de medicamentos para disfunção erétil muitos casais idosos redescobriram o apetite sexual e encaram o sexo de forma saudável. “É importante que o tratamento para disfunção erétil tenha um acompanhamento médico, já que não é indicado para homens com doença coronária pelo efeito vasodilatador”, explica o Dr. Levites.


Independência: pessoas na terceira idade estão cada vez mais independentes das famílias. Viagens com amigos, idas ao cinema, continuação dos estudos e até a identificação com uma nova profissão, fazem com que a nova geração de idosos afaste doenças psicológicas como depressão e síndrome do pânico.


Exames preventivos: ir ao médico apenas quando está se sentindo mal era um hábito comum na terceira idade. Atualmente, o idoso entendeu que adotar a prevenção ajuda a garantir a boa saúde durante o envelhecimento. Como algumas doenças são silenciosas e assintomáticas, o acompanhamento periódico é fundamental para aumentar as chances de cura e facilitar o tratamento.

É importante lembrar que o avançar da idade exige cuidados, mas, na maioria dos casos, a prática de exercícios e a manutenção da vida social fazem diferença na qualidade de vida. “É fundamental ter uma vida saudável e aliada ao acompanhamento médico. No Centro de Longevidade do H9J, por exemplo, temos uma variada programação que inclui exercícios físicos, passeios, cinema e atividades recreativas com uma equipe multiprofissional formada por nutricionistas, psicólogos e até de médicos do esporte para que os pacientes sejam tratados integralmente”, finaliza o Dr. Levites.









Entenda o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), suas causas e tratamento



Psicóloga Vânia Calazans, autora do livro "Mente Impulsiva, Comportamento Explosivo", explica como identificar e controlar os sintomas de ansiedade, impulsividade e fúria


O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) permanece pouco conhecido pela área da saúde no Brasil, mas a medicina avança no conhecimento e tratamento da patologia. De acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o TEI é considerado o distúrbio mais prevalente entre os transtornos caracterizados pela impulsividade - cerca de 3% da população - e nos Estados Unidos, estima-se 20 milhões de adultos portadores. 

Segundo a psicóloga Vânia Calazans, autora do livro “Mente Impulsiva, Comportamento Explosivo”, lançamento da Editora Sinopsys, o primeiro que aborda o Transtorno Explosivo Intermitente no País, casos de impulsos agressivos estão ligados a pessoas que apresentam dificuldade para expressar suas emoções e situações vivenciadas na infância, onde os pais ou parentes próximos também apresentavam o comportamento impulsivo agressivo.

 “Normalmente quem apresenta ter o Transtorno Explosivo Intermitente, possui dificuldade para expressar suas emoções, seus sentimentos e guardam para si. 

Essas emoções vão se acumulando internamente e de repente, um evento estressante é o gatilho para que aconteça uma explosão de raiva. A dificuldade para expressar sentimentos normalmente está relacionada a situações vivenciadas na infância, onde a criança aprendeu por modelação e entende que essa é a maneira correta de expressar seu descontentamento diante de situações que geram frustração”, explica. 

A agressividade pode também estar relacionada com alterações neurológicas, segundo estudos citados na obra “Mente Impulsiva, Comportamento Agressivo” (2017). Conheça quais são elas.


Disfunção do lobo frontal: O lobo frontal atinge a maturidade completa no final da adolescência e é responsável por monitorar, avaliar, ajustar e controlar o comportamento do indivíduo, modular seu afeto, pela capacidade de tomada de decisões, planejamento, sequência, continuidade e coerência aos atos através do tempo e de acordo com motivadores internos e externos. Lesões em áreas pré-frontais prejudicam o controle de áreas subcorticais, aumentando reações emocionais negativas e comportamentos violentos (Luquiari, 2013). 


Disfunção em lobo temporal: A presença de lesões do lobo temporal em sua porção medial está relacionada a descontrole episódico dos impulsos com sintomas de raiva extrema não provocada e a comportamentos agressivos sem causa e objetivo definido. 


Alterações hormonais, nutricionais e intoxicações: Mendes et al. (2009), em uma revisão de literatura sobre possíveis fatores que contribuem para o comportamento agressivo, descrevem que alterações nos níveis hormonais devem ser considerados. Os autores apontam para altos níveis de testosterona relacionados a comportamentos agressivos. Mulheres que já cometeram crimes tendem a ficarem mais agressivas na fase menstrual e isso pode estar relacionado aos baixos níveis de progesterona neste período. Altos níveis de cortisol podem estar relacionados a comportamento agressivo e persistente em homens. No que concerne aos fatores nutricionais, os autores enfatizam que deficiências nutricionais são fatores de risco para o desenvolvimento do comportamento agressivo e as intoxicações por metais como chumbo, cobre e zinco predispõem a aumento do comportamento agressivo violento. 

Explosão de raiva é sintoma de diferentes transtornos psiquiátricos. Para que seja considerado TEI é necessário que a pessoa preencha os critérios diagnósticos do transtorno que estão descritos no DSM-5. O tratamento realizado pela psicóloga Vânia Calazans, une a Terapia Cognitivo-Comportamental, sessões de relaxamento e a hipnose clínica, uma ferramenta nova que tem comprovado a eficácia para gerenciamento de ansiedade, impulsividade e estresse. “A hipnose, no que se refere à psicologia, deve ser utilizada como ferramenta auxiliar de qualquer abordagem terapêutica, para, por exemplo, a dessensibilização sistemática, o treino de assertividade, inoculação do estresse, ressignificação emocional de vivências traumáticas, etc.”, conta. 

Em estudos recentes, publicados pelo Dr. Emil F. Coccaro, professor CE Manning e Cadeira de Psiquiatria e Neurociênca Comportamental da Universidade de Chicago, os portadores de TEI são mais propensos a desenvolverem distúrbios alimentares, principalmente bulimia e TCAP. Em virtude dessas descobertas, os pesquisadores estão se aprofundando nos estudos, pois a detecção precoce do TEI ou agressão impulsiva pode oferecer informações clinicamente úteis para prevenir desordens alimentares e determinar intervenções de tratamentos mais eficazes.





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